quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

COMO GRÃO DE MOSTARDA


Nos Evangelhos, encontramos Jesus falando sobre a fé que promove milagres.
"Pois em verdade vos digo que, se tiverdes fé como um grão de mostarda, direis a este monte: Passa daqui para acolá, e ele passará. Nada vos será impossível" (Mt 17.20).
Mas como podemos entender essa “fé como grão de mostarda”?
Primeiramente, imaginamos uma fé grandiosa, mas já sabemos que não é, pois o grão de mostarda era uma semente minúscula. Também não se trata apenas de ter uma pequena fé, pois no mesmo episódio Jesus havia repreendido seus discípulos por sua pouca fé.
Creio que o Senhor não se referia somente ao tamanho da fé; seu discurso era mais abrangente. Jesus subentendeu ali a qualidade, o tipo de fé – “como um grão de mostarda” e não "do tamanho de um grão de mostarda".
A semente de mostarda, embora muito pequena, num curto período de tempo transformava-se num arbusto cheio de galhos. Mesmo insignificante, o seu resultado era notável, reconhecido por todos.
O grão de mostarda possuía, em si mesmo, o potencial de produzir uma grande planta.
Da mesma forma deve ser a nossa fé. Por menor que seja, se for uma fé provinda de Deus e colocada em Deus, produzirá frutos evidentes. A fé, tal qual o grão, possui no seu âmago o poder transformador, a condição de produzir muito além do que se pode imaginar.
Essa fé não se apoia em nada humano, seja sentimento, percepção ou inteligência. Não necessita de esforço próprio, mas é a fé simples, ativa e producente, fundamentada em Jesus.
Aprendemos que é necessário "desenvolver a fé"; isso nada mais é do que viver o Evangelho, aperfeiçoar o caráter de Cristo em nós.
Não precisamos de uma medida específica de fé para promover milagres. Mais importante do que o tamanho da fé é o seu alicerce, Jesus, e as ações produzidas naturalmente através dela. O próprio Senhor afirmou: "Na verdade, na verdade vos digo que aquele que crê em mim também fará as obras que eu faço, e as fará maiores do que estas..." (Jo 14.12).

Rosane Itaborai Moreira

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

DIZIMAR COM ALEGRIA


O dízimo é um tema que vem sendo deturpado ao longo da História.
Transformado de contribuição voluntária em obrigação desde que a igreja se ligou ao Estado, passou a ser meio de manipulação pelos líderes e motivo de críticas e piadas, confundindo o cristão sincero.
Mas, independente dos erros e absurdos, frutos de ganância e abuso de poder, é necessário entender que a igreja não sobrevive de forma organizada sem contar sistematicamente com a contribuição dos membros. Ela não pode servir se não possuir uma estrutura adequada.
Os ensinamentos bíblicos sobre contribuição financeira voluntária mostram que os cristãos são livres para ofertar ou não ofertar, que valor para Deus importa menos que sinceridade do coração e desejo de contribuir, que não há patamar mínimo exigido, que Deus ama quem dá com alegria.
Nenhum homem hoje tem o direito de estipular para os outros a quantia ou percentual de renda que o cristão deve contribuir. Mas cada um deve pensar e avaliar bem sobre o privilégio e a responsabilidade de ser participante e contribuinte com o trabalho do Senhor.
Uma vez que tudo é melhor na Nova Aliança, seria justo e correto diminuirmos nossas contribuições financeiras? Será que a nossa gratidão não nos torna mais generosos, desejosos que o Evangelho alcance outras vidas?
O cristão não é chamado a barganhar com Deus, a dar pensando em quanto Ele multiplicará sua vida financeira. O cristão é chamado a se relacionar intimamente com seu Pai, a fazer o melhor para Ele, a serví-Lo com amor e singeleza de coração.
O Senhor não cobra além da possibilidade de cada um. Jesus honrou a viúva pobre ao dizer a Seus discípulos: “Em verdade vos digo que esta viúva pobre depositou no gazofiláceo mais do que fizeram todos os ofertantes. Porque todos eles ofertaram do que lhes sobrava; ela, porém, da sua pobreza, deu tudo quanto possuía, todo o seu sustento” (Mc 12.43,44).
O Deus que nos ama sem exigir sacrifícios é fiel e nos abençoa com muito mais do que pensamos e pedimos, conforme o Seu poder que opera em nós.
Apesar de Deus não habitar em templos feitos por homens, a igreja local é, e deve ser, o ajuntamento do Seu povo, local abençoador de inúmeras vidas, onde se prega e se ensina a viver a Sua Palavra, de onde missionários são enviados para propagar o Evangelho. Local onde se busca alimento espiritual e conselhos sábios. Para alguns, é o único lugar onde encontram os amigos e se divertem.
Assim, investir com alegria na igreja local é investir no Reino de Deus e cumprir o Seu propósito.
Os erros e abusos cometidos por muitos serão julgados por Deus. Aos cristãos, cabe aplicar os critérios bíblicos e o discernimento do Espírito.

Rosane Itaborai Moreira