segunda-feira, 22 de setembro de 2008

ORGULHO E HUMILDADE

Tenho refletido muito sobre o ensino de Jesus a respeito da humildade e também sobre a dificuldade do homem em seguir esse ensinamento, já que é propenso ao egoísmo e ao orgulho.
Mas Jesus não só ensinou sobre a humildade, Sua vida refletia isto em cada atitude. Dia a dia, Ele mostrava que o orgulho não fazia parte do Seu caráter. Jesus lavou os pés dos discípulos na noite da Ceia, sendo que nenhum deles era merecedor de tal ato. Jesus teve Sua morte na cruz, que era, na época, uma das mais humilhantes formas de se morrer.
É difícil compreendermos como Ele se sujeitou a tanto sofrimento, humilhação e dor por amor a nós e obediência ao Pai, mas aprendemos com Ele que somente através da humildade poderemos buscar o caráter de Cristo. E o orgulho se opõe a essa busca, impedindo um encontro real do homem com Deus.
Li um texto bem didático de C.S. Lewis a esse respeito e transcrevo-o abaixo:

O GRANDE PECADO – C.S. Lewis

Existe um vício do qual ninguém no mundo está livre; um tipo de vício que é criticado por todo mundo quando vê alguém fazendo, mas que ninguém se encontra culpado de praticá-lo. Ouvimos acerca de pessoas que tem mau caráter, ou que não podem deixar de pensar em mulheres, ou na bebida. Porém, não ouvimos ninguém que se confesse praticante desse tipo de vício. Pior ainda, não há uma falta existente em nós que seja tão difícil de ser confessada. E, para completar, por pior que seja essa prática em nós, mais nos aborrece quando vemos outra pessoa praticando-a. O vício do qual falamos é o orgulho ou amor próprio. O oposto a esse vício se conhece como humildade. Segundo alguns mestres cristãos, o pior vicio e a maldade extrema é, essencialmente, o orgulho. Os pecados sexuais, a ira, a avareza, a bebedeira, e todos os outros são apenas “picadas de mosquito” em comparação com o orgulho. Foi por orgulho que o diabo se converteu em diabo. O orgulho leva o ser humano a todos os outros vícios, e este é, sem dúvida, um estado anti-Deus na mente.
Você acha que isso é um exagero? Se considera assim, antes pense melhor. Quanto mais orgulho você tiver, mais você fica irritado quando o vê nas demais pessoas. Se você deseja saber qual a quantidade de orgulho existente em você, basta se perguntar o seguinte: ‘quanto me chateia que as outras pessoas me desprezem, que não me tomem em conta, ou que me façam “remar” para o seu próprio benefício, de me acharem incapaz para desempenhar uma função, ou ainda, se acharem superiores a mim? Quanto isso me chateia?’
O fato é que o orgulho de cada um compete com o orgulho do outro. Nós sempre desejamos estar em destaque, e nos chateia quando outras pessoas estão em destaque. O que eu quero dizer é que, o orgulho é, essencialmente, uma competição com o próximo. Nós costumamos dizer que existem pessoas que são orgulhosas por serem ricas, ou por terem mais inteligência, ou ainda, por terem um melhor físico. Mas, na verdade, essas pessoas são orgulhosas por serem mais ricas que outras, por terem mais capacidade que outras, e por serem uma melhor figura que outras. Se não existir competição, não há orgulho. Quase todos os males desse mundo, que a gente qualifica de cobiça e egoísmo, são, na verdade, orgulho.
Em Deus, encontramos alguém que, em todos os sentidos, é imensamente superior a nós. Reconhecê-lo significa deixar de lado o orgulho. Só poderemos conhecer a Deus se, e somente se, reconhecermos que nós não somos nada diante DELE. Enquanto contivermos o orgulho em nós não poderemos conhecer Deus. O orgulhoso sempre “se acha”. E, enquanto está olhando para baixo, para “os outros – finitos e miseráveis perdedores”, não terá a capacidade de olhar para Quem está sobre ele.
Isso nos conduz a uma pergunta espetacular: Como é que existem pessoas que são tão orgulhosas, e dizem que acreditam em Deus, e ainda são muito religiosas? A verdade é que estão adorando a um Deus imaginário. Se você achar que a sua vida religiosa está fazendo você se sentir “bom”, e, sobretudo, que é melhor que os outros, eu acho que você está sendo manipulado pelo diabo. A prova real de se estar na presença de Deus é a de que você se esqueça totalmente de você mesmo.

Rosane Itaborai Moreira

segunda-feira, 8 de setembro de 2008

BUSCAI O SENHOR


A única forma verdadeira de se conhecer a Deus é através da Sua própria revelação aos homens, e Deus se faz conhecer porque sempre intenta um relacionamento pessoal com o ser humano.
A criação é em si mesma uma forma de revelação geral de Deus à humanidade. Em Romanos 1.20 está escrito: “Porque os atributos invisíveis de Deus, assim o seu eterno poder, como também a sua própria divindade, claramente se reconhecem, desde o princípio do mundo, sendo percebidos por meio das coisas criadas. Tais homens são, por isso, indesculpáveis”. Aqui Paulo declara que essa revelação natural é tão clara e patente aos olhos dos homens que não há desculpa para aquele que não percebe e não enxerga a gloriosa manifestação do poder de Deus na criação, ou seja, na natureza, no universo, no sol, na lua, nas plantas, nos animais...
Outra forma de revelação de Deus é o anseio do homem por respostas que a sua própria capacidade não consegue resolver sozinha. Em Eclesiastes 3.11 está escrito que “Deus colocou a eternidade no coração do homem” e, dessa forma, ele pode buscar a Deus para aquietar as suas questões existenciais e descobrir mais dos propósitos de Deus para a humanidade.
Mesmo com as revelações naturais de Deus, poder-se-ia pensar que, para muitos, uma revelação específica seria mais acertada, pois alguns poderiam ser confundidos pela cegueira espiritual deste mundo ou pela abundância de explicações filosóficas e científicas a que se tem acesso.
Mais uma vez, Deus se mostra através das Escrituras Sagradas, que é a revelação específica, direta aos homens a respeito de todo o plano de Deus para a humanidade. Há hoje também a presença do Espírito Santo que convence o homem do pecado, da justiça e do juízo e testifica nos corações a respeito das verdades eternas de Deus.
Pelas Escrituas, pela fé e pelo Espírito, o homem pode se aproximar e se relacionar com Deus, conhecê-Lo melhor e também ao Seu filho Jesus e Sua obra redentora para a humanidade.
Deus se revela de diversas formas ao homem. A todo o tempo e em qualquer lugar. Não deixe o homem de buscar o Senhor, Ele está disponível a todo aquele que O busca de todo o coração.
Sobre isso, a Palavra de Deus é clara em várias passagens: “Buscai o Senhor enquanto se pode achar” (Isaías 55.6); “Buscar-me-eis e me achareis quando me buscardes de todo o vosso coração” (Jeremias 29.13). Ainda, em Apocalipse 3.20 Jesus adverte: “Eis que estou à porta e bato; se alguém ouvir a minha voz e abrir a porta, entrarei em sua casa e cearei com ele, e ele, comigo”.

Rosane Itaborai Moreira

A BELEZA DA BÍBLIA


Sabemos que a Bíblia é um livro que trata das verdades eternas, mas ela também é rica em todas as formas de paixões humanas: amor, ódio, ambição, medo, devoção, ansiedade, ciúmes, etc. Ela nos mostra todas as nuances do comportamento do homem criado à imagem e semelhança de Deus. Suas palavras e histórias são envolventes e, apesar de terem sido escritas por uma variedade de autores num extenso período de tempo, mantém uma relação de unidade entre seus livros. Isso nos permite dizer que somente a inspiração divina seria capaz de produzir obra de tamanha coerência e coesão.
Na Bíblia encontramos histórias repletas de lágrimas e alegrias: vestes são rasgadas em meio ao luto, sofrimento e decepção; festas e louvores com grande júbilo são ouvidos na comemoração das vitórias alcançadas. Ela contempla uma riqueza de fatos e situações que, mesmo vividas há milhares de anos, permanecem atualizadas e contextualizadas.
Isso porque a essência do homem “atual” e o “bíblico” é a mesma. O homem continua tendo os mesmos sentimentos e sofrimentos e, apesar de ter evoluído grandemente na ciência e tecnologia, a sua necessidade interior continua sendo a mesma, e o vazio se instala mesmo na multidão, ao som de buzinas, apitos, e sirenes.
A Bíblia nos possibilita um encontro com Deus e um encontro com nós mesmos. Assim como Adão que, ao pecar, descobriu que estava nu, teve medo e se escondeu, nós nos escondemos de nossos pecados; mas, ao lermos a Bíblia, pelo Espírito, temos nossa nudez revelada e podemos ser tratados e aperfeiçoados.
Ler a Bíblia é ler a história do homem em diversas linguagens, é nos ver na nossa grandeza e na nossa pequenez, é entender de maneira única a nossa necessidade de retorno à casa do Pai.
Ler a Bíblia é se propor a dar um salto de fé com a certeza de que a melhor caminhada ao encontro de Deus é através de Sua Palavra.

Rosane Itaborai Moreira

segunda-feira, 1 de setembro de 2008

A RAZÃO DA FÉ


Razão e fé cristã sempre tiveram uma rivalidade conhecida ao longo da História por disputarem a prerrogativa de explicar os questionamentos da humanidade.
À medida que a ciência passou a explorar e conhecer verdades que antes somente a fé penetrava, parece que foram sendo desvendados os mistérios de Deus. Assim, num mundo cada vez mais explicado pela razão, onde as distâncias diminuíram, partículas subatômicas são conhecidas e as células do nosso corpo podem ser visualizadas, os milagres vão parecendo cada vez menos sobrenaturais, já que, muitas vezes, são explicados pelo conhecimento humano.
É aí, quando o domínio da razão parece ser integral, que a fé se concretiza de maneira mais real e absoluta. É quando, não por ignorância e nem por falta de alternativa, decidimos que, em meio a tantas “explicações científicas”, o lugar da fé é inegociável.
Esse é um grande milagre de Deus: se fazer presente no meio da inteligência e do conhecimento humano, se revelar e preencher lacunas quando tudo já parecia ter sido explicado pela ciência.
No livro A Linguagem de Deus, de Francis S. Collins, diretor do Projeto Genoma e um dos cientistas mais respeitados da atualidade, há o relato de sua conversão do ateísmo ao Cristianismo. Collins fala de como, em meio à complexidade biológica do homem, conseguiu perceber as evidências da existência de Deus. Para ele, não poderia haver tantos sistemas organizados e inter-relacionados simultaneamente que pudessem ter surgido por meio de seleção natural. Ele argumenta que a maravilha e a ordem da natureza apontam para um Deus Criador, a fé sobrenatural em absoluta conformidade com a razão. O autor ainda conta como a morte e a ressurreição de Jesus Cristo se encaixaram perfeita e obrigatoriamente na lacuna que passou a existir entre ele e Deus.
Fé e razão devem caminhar juntas em prol da humanidade, mas a fé não deve ser cega e irracional e nem a razão precisa ser arrogante e intransigente. É necessário ter em mente o objetivo de conhecer e investigar a verdade e jamais esquecer da razão da nossa fé.

Rosane Itaborai Moreira