quinta-feira, 25 de dezembro de 2008

REFLEXÂO




Uma reflexão para iniciar o ano de 2009




EU SEI, MAS NÃO DEVIA - Marina Colasanti

Eu sei que a gente se acostuma. Mas não devia.
A gente se acostuma a morar em apartamento de fundos e a não ter outra vista que não seja as janelas ao redor. E, porque não tem vista, logo se acostuma a não olhar para fora. E, porque não olha para fora, logo se acostuma a não abrir de todo as cortinas. E, porque não abre as cortinas, logo se acostuma acender mais cedo a luz. E, à medida que se acostuma, esquece o sol, esquece o ar, esquece a amplidão.
A gente se acostuma a acordar de manhã sobressaltado porque está na hora. A tomar café correndo porque está atrasado. A ler jornal no ônibus porque não pode perder tempo de viagem. A comer sanduíche porque não dá pra almoçar. A sair do trabalho porque já é noite. A cochilar no ônibus e até mesmo na direção do carro porque está cansado. A deitar cedo e dormir pesado sem ter vivido o dia.
A gente se acostuma a abrir o jornal e a ler sobre crises e guerras. E, aceitando a guerra, aceita os mortos e que haja número para os mortos. E, aceitando os números, aceita não acreditar nas negociações de paz, aceita ler todo dia da guerra, dos números, da longa duração.
A gente se acostuma a esperar o dia inteiro e ouvir no telefone: hoje não posso ir. A sorrir para as pessoas sem receber um sorriso de volta. A ser ignorado quando precisava tanto ser visto.
A gente se acostuma a pagar por tudo o que deseja e o que necessita. A lutar para ganhar o dinheiro com que pagar. E a ganhar menos do que precisa. E a fazer filas para pagar. E a pagar mais do que as coisas valem. E a saber que cada vez pagará mais. E a procurar mais trabalho para ganhar mais dinheiro para ter com o que pagar nas filas que se cobra.
A gente se acostuma a andar na rua e a ver cartazes. A abrir as revistas e a ver anúncios. A ligar a televisão e a ver comerciais. A ir ao cinema e engolir publicidade. A ser instigado, conduzido, desnorteado, lançado na infindável catarata dos produtos.
A gente se acostuma à poluição. Às salas fechadas de ar condicionado e cheiro de cigarro. A luz artificial de ligeiro tremor. Ao choque que os olhos levam na luz natural. Às bactérias da água potável. A contaminação da água do mar. A lenta morte dos rios. Se acostuma a não ouvir o passarinho, a não ter galo de madrugada, a temer a hidrofobia dos cães, a não colher fruta no pé, a não ter sequer uma planta.
A gente se acostuma a coisas demais para não sofrer. Em doses pequenas, tentando não perceber, vai se afastando uma dor aqui, um ressentimento ali, uma revolta acolá.
Se o cinema está cheio, a gente senta na primeira fila e torce um pouco o pescoço. Se a praia está contaminada a gente só molha os pés e sua no resto do corpo. Se o trabalho está duro, a gente se consola pensando no fim de semana. E se no fim de semana não há muito o que fazer, a gente vai dormir cedo e ainda fica satisfeito porque tem sempre sono atrasado.
A gente se acostuma para não se ralar na aspereza, para preservar a pele. Se acostuma para evitar feridas, sangramentos, para esquivar-se da faca e da baioneta, para poupar o peito.
A gente se acostuma para poupar a vida que aos poucos se gasta, e que, gasta de tanto acostumar, se perde de si mesma.


Reflita, e tenha um ótimo 2009!

quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

RELIGIÃO, GRAÇA E LEI


A salvação do homem está freqüentemente relacionada à religião a que pertence ou a normas e condutas estabelecidas com este fim. Esta idéia é tão comum que acaba parecendo razoável e até correta. A Bíblia, em especial o Novo Testamento, mostra quão errônea é tal crença.
Em Rm. 1.32 está escrito que “...são passíveis de morte os que tais coisas praticam”, referindo-se a todos os que cobiçam, invejam, mentem, defraudam, vangloriam-se, desobedecem aos pais, etc. Isto atesta que, por si só, é impossível que o homem seja salvo, porque estas coisas, de alguma forma, são inevitáveis a ele.
Nem o merecimento por boas obras nem a moralidade são capazes de garantir ao homem a salvação. O cumprimento da Lei ou o simples julgamento de um fato como mau não livra ninguém da culpa. Antes, a Lei apenas revela o pecado, tornando o homem ainda mais culpado. Está escrito em Rm. 19-20: “...e todo o mundo seja culpável perante Deus, visto que ninguém será justificado diante dele por obras da lei, em razão de que pela lei vem o pleno conhecimento do pecado”.
A religião também não salva o homem. O maior exemplo disto são os próprios judeus. O fato de serem o povo escolhido por Deus, terem recebido a Lei e serem religiosos não lhes garantiu a impunidade. Se pecassem, eram culpados inevitavelmente.
Rm. 2.12 esclarece: “Assim, todos os que pecaram sem lei também sem lei perecerão, e todos os que com lei pecaram mediante a lei serão julgados”.
Onde, então, encontrar a solução? A Bíblia mais uma vez revela: a única esperança para o homem pecador é Jesus Cristo. Ele é nosso Senhor e Salvador. Ela afirma que Deus providenciou a nossa justiça e salvação gratuitamente através da Sua morte e esta não pode ser comprada nem negociada porque é efetivada pela fé. Como está escrito: “Mas Deus, sendo rico em misericórdia, por causa do grande amor com que nos amou... nos deu vida juntamente com Cristo... Porque pela graça sois salvos, mediante a fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus; não de obras, para que ninguém se glorie” (Ef. 2.4,5,8,9).

Rosane Itaborai Moreira

sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

O VALOR DA ORAÇÃO


Um dos pilares da vida cristã é a oração. Muitas vezes, somos levados a pensar que a oração é a garantia que Deus nos atenderá e que ela determina a ação de Deus. Mas, com certeza, através dela, o Senhor quer nos proporcionar muitas outras experiências superiores e eternas.
A oração estabelece o nosso relacionamento com Deus. A Bíblia recomenda orar sem cessar, mostrando que Deus quer manter um contato permanente e individual com cada filho seu. Cada oração feita nos permite o aperfeiçoamento de nossa intimidade com o Senhor. Ela pode ser considerada como um termômetro de nossa maturidade espiritual.
A oração também expõe para Deus e para nós mesmos a intenção de nossos corações. O seu conteúdo vai sendo transformado à medida que amadurecemos. Deixamos de nos concentrar em nossas necessidades para dedicar-nos mais aos propósitos de Deus. Mais importante que os benefícios concedidos em resposta à oração passa a ser o nosso entendimento a respeito do Senhor.
A Bíblia afirma que não precisamos andar ansiosos por coisa alguma, mas apresentar a Deus nossos pedidos com ações de graças. Isso revela a importância da oração como remédio para nossas preocupações, pois seremos guardados mediante a paz de Deus. Realmente, a oração nos proporciona a paz verdadeira e convicção da soberania de Deus. A busca pelo Senhor nos leva a entregar a Ele nossos temores e necessidades e confiar nAquele que é nosso confidente e conhecedor do mais íntimo de nosso ser. Nossa vontade passa a ser fazer a vontade de Deus e aí, sim, pelo Espírito, oramos segundo o Seu perfeito querer. Nossas dificuldades são menos pesadas e podemos experimentar a paz que excede todo entendimento humano e que independe das circunstâncias.
Orar segundo a vontade de Deus é a garantia de que nossas orações serão atendidas. Mas, algumas vezes, o Pai, que nos conhece, permite que a nossa imaturidade não sobreponha-se à sinceridade de nossas intenções. Por isso, também podemos crer que o nosso relacionamento verdadeiro com Deus pode nos permitir “tocar nas suas vestes” e o nosso coração contrito pode “mover a mão de Deus”, pois a principal regra é que Ele é o Senhor e para Ele não há impossíveis.

Rosane Itaborai Moreira

quarta-feira, 26 de novembro de 2008

NÃO REPITA A HISTÓRIA


Ao rever a história da humanidade, nota-se que, apesar do avanço tecnológico e científico e mudanças culturais, o homem sempre permanece o mesmo como agente causador de conflitos e imoralidade.
No âmbito internacional, continua-se a presenciar as guerras, o xenofobismo, o domínio e a submissão de nações, a destruição da natureza. No aspecto social, repete-se a perversão moral, a pobreza, o domínio de classes, a corrupção, os crimes, etc. Individualmente, o homem pratica hoje os mesmos erros do passado: soberba, ciúmes, luxúria, preconceitos, ódio, inveja. Isso por um único motivo: a introdução do pecado na humanidade e o conseqüente afastamento de Deus.
O homem sem Deus é um ser errante. Ele não tem objetivos definidos e satisfatórios, ficando sem direção e motivação. Não sabendo o que o aguarda no final da linha, entrega-se aos prazeres mais imediatos que não lhes preenchem o vazio interior. Uma nação sem Deus é uma nação inconstante e cíclica, periodicamente submetida ao julgamento e ira divinos para que a depravação não chegue a níveis tão horrendos e insuportáveis à santidade do Senhor.
Analisando ainda a história do homem na Bíblia e no Cristianismo, percebe-se o povo de Deus cedendo a estes apelos mundanos ao desconsiderar que o Senhor tem reservado algo muito mais valoroso do que o presente século. As palavras bíblicas de alerta em relação aos prazeres carnais são totalmente esquecidos.
Mas deve-se lembrar do que é dito em Apocalipse. No final, todos serão julgados pelo Senhor da História: nações, líderes, povos e indivíduos. Todos serão responsabilizados e responderão por seus atos. Não haverá desculpas, pois está escrito: “Não vos enganeis: de Deus não se zomba; pois aquilo que o homem semear, isso também ceifará” (Gl. 6.7).
E como a humanidade pode resolver tão terrível e cruel destino? Felizmente, Deus, em sua infinita misericórdia, oferece a todos a solução para tal sentença: a reconciliação através de Jesus Cristo. Ele é o único remédio, o único caminho, o único mediador. Quando Ele veio à terra teve dificuldades de encontrar lugar. Que Ele não ache também dificuldades em encontrar lugar em cada coração. Não repita a história de seus antepassados. Um dia, Ele voltará e iniciará um novo momento na História da humanidade.

Rosane Itaborai Moreira

domingo, 23 de novembro de 2008

JESUS, A LUZ DO MUNDO


Jesus disse aos seus seguidores: “Eu sou a luz do mundo; quem me segue não andará nas trevas, pelo contrário, terá a luz da vida” (Jo. 8.12). Esse versículo complementa a afirmação em João 3:19a: “O julgamento é este: que a luz veio ao mundo..”. Ao se declarar a luz do mundo, Jesus diz que veio oferecer a possibilidade de uma vida completa, verdadeira, eterna ao homem que estava sob domínio das trevas.
Sabemos que Jesus veio para os judeus para revelar-lhes que Ele era o Messias apontado nas Escrituras. Nos Evangelhos, visualiza-se claramente que Ele procurou dar o entendimento do que havia sido dito anteriormente por meio da Lei e dos Profetas. Assim, Jesus veio para ser a resposta dO que era tão esperado e tão desejado pelo povo de Israel. Ele havia chegado para iluminar o que estava ofuscado na história daquela nação. Da mesma forma Cristo faz na vida de todo aquele que O recebe; Ele é a única solução para reconciliar o homem com Deus, resgatando-o da escuridão e conduzindo-o a uma vida plena.
Ao dizer que é a luz do mundo, Jesus nos fornece algumas verdades. Primeiramente, assim como a luz, Cristo veio para melhorar a nossa capacidade de enxergar. Nós vemos os objetos por que a luz é refletida por eles e daí chega aos nossos olhos. Ao estar presente em uma situação, Jesus faz com que ela seja enxergada de forma clara e nítida. Em segundo lugar, da mesma forma que pouca luz faz com que não consigamos discernir os objetos direito, a falta de Cristo nos direciona para caminhos obscuros, decisões incorretas e conclusões precipitadas. Somente Ele nos fornece discernimento e sabedoria para resoluções acertadas. Finalmente, sabemos que uma luz forte tem a capacidade de fazer com que percebamos os defeitos de um objeto e, paralelamente, Jesus veio para entrar em nosso interior, em nossos relacionamentos, enfim, em nossa vida, para escancarar e clarear tudo, de forma que possa haver conserto, arrependimento e restauração.
O Evangelho de Jesus é confiável porque é capaz de mostrar a realidade sem máscaras. O que não é verdadeiro não fica oculto; antes, é destruído e mostrado de maneira nítida e precisa. Nosso pecado nos é apresentado e não temos como nos esconder, porque é revelado por Aquele que é a fonte de toda luz.
Somente com a presença de Cristo podemos enxergar e escolher claramente o caminho a seguir na jornada de nossa vida. Saberemos qual é o certo e qual leva à destruição. É Ele quem nos conduz em direção a Deus, nos reconciliando com o Pai.
Jesus é a luz, devemos seguir após Ele; senão, ficamos na escuridão e, com certeza, vamos esbarrar nos objetos, cair em buracos, errar o trajeto, andar em círculos, enfim, vamos viver e morrer nas trevas.


Rosane Itaborai Moreira

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

A IGREJA E AS FUTURAS GERAÇÕES


Diante de um mundo secularizado e da apresentação de um evangelho adulterado é necessário repensar na transmissão da fé cristã às futuras gerações.
Os valores de certo e errado, bem e mal, pecado e não-pecado se relativizaram e o ser humano passou por um processo no qual o mais importante é o individualismo. Vemos, no meio da "igreja", uma crescente preocupação em atender às necessidades pessoais de seus membros, dando a impressão que o mais importante é o “aqui e agora” e o gosto de cada um. E, o pior, desvirtuando o sentido real do Evangelho.
Diante de tal quadro, pensar na continuidade dos valores da fé cristã nas próximas gerações traz novas discussões e atitudes que antes não existiam, já que era um processo sólido e inquestionável dentro de cada grupo.
É certo que é o Senhor quem sustenta a Igreja, pois é dito que as portas do inferno não prevaleceriam sobre ela. No entanto, em muitos lugares, como na Europa, as igrejas cristãs eram vivas e fortes e hoje a realidade é outra. Isso mostra que alguma responsabilidade cabe a nós.
Há dois pilares, além de Cristo, que sustentam a transmissão da fé: a família e a Igreja.
O valor da família é fundamental, devendo apresentar e conduzir os filhos na fé cristã. No entanto, não se pode desconsiderar que a família tem passado por uma desestabilização, tornando mais relevante a missão da Igreja. A esta cabe apresentar a essência do Evangelho, a revelação de Deus em Cristo. Ela precisa ser centrada na Palavra de Deus, na compreensão do significado do sacrifício de Jesus, no entendimento da necessidade do arrependimento, e não compreendida através das ciências modernas ou do interesse de cada grupo religioso.
A herança que necessitamos deixar para futuras gerações é muito mais importante e envolve um caminho de fé que deve começar a ser trilhado por nós. Talvez seja necessário desconstruir a instituição igreja para novamente "reformá-la" segundo os critérios dos apóstolos e primeiros cristãos. Não se pode permitir que a Igreja de Cristo seja colocada em igualdade com denominações que se intitulam "evangélicas", mas não se importam em fazer Jesus diminuído e o homem exaltado. Talvez seja preciso devolver-lhe a identidade para que ela não se perca totalmente, impossibilitando nossos filhos de terem um encontro real com o Senhor.
A Igreja de Cristo precisa abraçar sua responsabilidade e atuar de forma dinâmica e eficaz. Somente através do nosso posicionamento diante do quadro atual é que elas terão a chance de conhecer o valor pessoal e histórico da fé cristã e ter uma vida baseada no amor, comunhão e obediência à Palavra. É uma árdua tarefa, mas não podemos nos omitir perante tão grande encargo. Com certeza, os resultados serão abundantes e recompensadores, pois se trata do cuidado com o Reino de Deus implantado por Jesus aqui na Terra.

Rosane Itaborai Moreira

sexta-feira, 7 de novembro de 2008

PERDÃO


Hoje em dia, muito se fala a respeito do perdão tanto no meio religioso como na classe médica. Isto porque a prática do perdão é necessidade para a saúde física, emocional e espiritual do ser humano.
O maior exemplo do perdão está na Bíblia, que mostra que Deus perdoa os nossos pecados e deles não se lembra mais. Perdoar significa que devemos simplesmente não ter aquela ofensa como algo que nos incomoda, nos traz tristeza e dor ao coração, ainda que na nossa memória nos lembremos do episódio. A nossa alma e o nosso espírito devem estar livres da mágoa, sendo ela definitivamente lançada fora de nossa vida.
A Bíblia ensina que devemos perdoar assim como Deus nos perdoou através de Seu filho Jesus. O perdão é uma condição para que Deus nos perdoe. Está escrito em Mt.6;14-15:“Porque, se perdoardes aos homens as suas ofensas, também vosso Pai celeste vos perdoará; se, porém, não perdoastes aos homens, tampouco vosso Pai vos perdoará as vossas ofensas”.
A falta de perdão nos aprisiona, nos amarra, nos adoece literalmente. O sentimento de rancor e mágoa gerado se instala em nossos corações, impedindo que sejamos livres. Ele nos persegue aonde estivermos, tirando a alegria de nossas vidas e trazendo tormento. A parábola do credor incompassivo mostra claramente isso, pois ao servo que não perdoou “o seu senhor o entregou aos verdugos, até que lhe pagasse toda a dívida” (MT. 18.35).
Também na Palavra de Deus podemos aprender que o perdão é ilimitado; não há limites para tal prática. Ao perguntar a Jesus quantas vezes devemos perdoar, Pedro recebeu a seguinte resposta: “Não lhe digo que até sete vezes, mas até setenta vezes sete” (Mt. 18.22).
O perdão é condição para uma vida saudável, para a continuidade de nossos relacionamentos e para a manutenção da nossa comunhão com Deus. Quem permanece em desobediência a este mandamento de nosso Senhor, com certeza será privado da vida em abundância que Jesus veio nos trazer.

Rosane Itaborai Moreira

quarta-feira, 29 de outubro de 2008

DEUS É FIEL


A fidelidade de Deus talvez seja o atributo que mais nos forneça conforto e segurança. Enquanto vivemos em um mundo em que a inconstância e deslealdade são características do homem pecador, crer em um Deus perfeito e que em tudo é fiel nos faz descansar em paz e ter mantida a nossa esperança.
Deus é fiel em todos os aspectos. Ele é fiel à Sua Palavra e a todos as Suas promessas. Tudo o que Deus se propôs a fazer Ele fará e tudo o que Ele prometeu Ele cumprirá. Essa é a confiança e a certeza que nEle temos. É confortante saber que Deus nos deixou a Sua Palavra e que ela jamais mudará.
A Bíblia diz de Deus: "Se formos infiéis, ele permanece fiel; não pode negar-se a si mesmo” (2 Tm. 2:13). A fidelidade de Deus faz parte de Seu caráter e ela independe do que o homem faz. Ele é o Senhor da história e nela interfere e efetua tudo a que se propôs.
A base da nossa segurança é também a fidelidade de Deus a Seu Filho Jesus, pois "Fiel é Deus, pelo qual fostes chamados para a comunhão de seu Filho Jesus Cristo nosso Senhor" (1 Co. 1:9). Desde a criação e em toda a Bíblia podemos ver a promessa de Deus sobre Jesus. Primeiramente fomos admitidos na comunhão com Cristo, e o objetivo final é nossa presença com Ele na glória. E isto é garantido pela fidelidade de Deus, que nos confirmará no fim (1 Co. 1:8), pois os chamados serão justificados e glorificados. Os que Ele chamou e justificou estão seguros, pois Deus é fiel à Sua Palavra para com o Filho.
E é a fidelidade de Deus que faz com que nós possamos retornar à presença do Senhor quando dEle nos afastamos. As Escrituras dizem que todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus e são chamados segundo o Seu propósito. Portanto, é também a Sua fidelidade que nos ajuda nos nossos momentos de infidelidade para com Ele.
Mesmo a correção nos é garantia do comprometimento de Deus e a Bíblia afirma que “o Senhor corrige a quem ama” e logo depois “Mas, se estais sem correção, de que todos se têm tornado participantes, logo, sois bastardos e não filhos” (Hb. 12.6a;8).
Quão firme e maravilhoso é o fundamento da nossa fé. Nossa segurança não está em nossa fidelidade a Deus, mas na fidelidade de Deus. Louvemos e agradeçamos ao Senhor por isso e que a Sua fidelidade possa gerar em nós a paz que excede todo o entendimento humano e a certeza que estaremos com Ele eternamente.

Rosane Itaborai Moreira

sexta-feira, 17 de outubro de 2008

CONVITE



A IGREJA BATISTA MISSIONÁRIA CONVIDA PARA O CULTO ESPECIAL COM O GRUPO LOGOS


Dias 01 e 02 de Novembro (Sábado e Domingo) às 19:30h

Rua Pedro Carlos de Souza, 295 - Ilha de Santa Maria - Vitória - ES

Tel: (27) 33221835

quinta-feira, 16 de outubro de 2008

DISCÍPULO E CRISTÃO


Muitas vezes, usamos palavras que não correspondem ao seu sentido verdadeiro ou original. Muitas vezes, não vivemos uma vida digna a que nos propusemos a ser chamados. Esse texto de Ed René Kivitz é esclarecedor a respeito dos títulos que recebemos na carreira cristã: primeiro discípulo, o seguidor, e só depois cristão, o pequeno Cristo.

OS CRISTÃOS DISCÍPULOS E OS DISCÍPULOS CRISTÃOS -
Ed René Kivitz

A palavra discípulo ocorre 269 vezes no Novo Testamento. A palavra cristão ocorre apenas uma. Fica absolutamente claro que os seguidores de Jesus eram identificados como discípulos. Isto é, discípulo era o substantivo. A palavra cristão, que significa "pequeno Cristo" era um adjetivo do discípulo. Podemos deduzir que todo cristão é discípulo, mas nem todo discípulo é cristão. Para melhor compreender isso é necessário saber o que significa ser um discípulo.
Jesus cresceu na Galiléia, uma região caracterizada pela prática do judaísmo ortodoxo, que se dedicava a estudar, viver e ensinar a Torah. Por volta dos seis anos os meninos ingressavam na Bet Sefer - Casa do Livro, começavam a aprender a Torah, e aos quatorze já deveriam ter decorado todo o Velho Testamento. Somente os melhores entre os melhores continuavam a estudar a Torah após os quinze anos, enquanto os demais eram iniciados nos negócios da família ou eram encaminhados a outras atividades profissionais.
Os que eram conduzidos à Bet Midrash - Casa de Estudo, eram chamados talmidim e ficavam sob os cuidados de um rabino. Aquele era um vestibular rigoroso. Os rabinos avaliavam criteriosamente cada candidato em busca da resposta a uma pergunta nada simples: será que um dia esse menino será igual a mim? Um talmidim deixava para trás seu pai e sua mãe, os negócios da família, sua sinagoga e seus amigos para se entregar de corpo e alma a seguir seu rabbi. O objetivo final não era apenas aprender o que o rabino sabia ou dominar o que o rabino sabia fazer. O objetivo de um talmidim era se tornar igual ao seu rabbi.
Jesus também tinha seus talmidim - discípulos, seguidores. Foram chamados dentre os meninos reprovados no vestibular. Cuidavam dos negócios da família, como Pedro, André, Tiago e João, que eram pescadores, ou se dedicavam a outras atividades, como Mateus, que era cobrador de impostos.
Atos 11.26 diz que foi em Antioquia que os talmidim de Jesus foram, pela primeira vez, chamados cristãos. Foram necessários mais de dez anos para que os primeiros discípulos de Jesus fossem confundidos com ele e recebessem o nome dele como apelido. O objetivo estava sendo alcançado: os talmidim de Jesus estavam se tornando parecidos com ele.
Para que alguém se torne parecido com Cristo deve ser primeiro um seguidor de Jesus: antes de ser um cristão, você tem que ser um discípulo, pois se é verdade que nem todo discípulo é cristão, também é verdade que todo cristão é discípulo.
Pelo menos deveria ser assim. Mas hoje as coisas são diferentes. O substantivo virou adjetivo e vice-versa: há cristãos que não são discípulos, isto é, há muita gente que se diz cristã, mas não está disposta a seguir os passos de Jesus, gente que acredita ser possível se tornar semelhante a Jesus sem se deixar cobrir pela poeira dos seus pés. Isso quando existe consciência de que ser cristão é seguir a Jesus com o objetivo de, um dia, ser como Cristo, um pequeno Cristo, um cristão. Jesus Cristo não é apenas o caminho, é também o destino: o destino Cristo ao final do caminho Jesus.

Rosane Itaborai Moreira

quarta-feira, 1 de outubro de 2008

A IGREJA PÓS-MODERNA


A Pós-Modernidade trouxe para a igreja conseqüências danosas, com as quais temos tido que conviver, mas que devemos combater severamente para que a Palavra de Deus não seja diluída nem esquecida em meio a tantas novidades.
Primeiramente, hoje nos deparamos com uma pregação voltada para as necessidades imediatas do homem e para a satisfação de seus anseios. As doutrinas bíblicas foram substituídas pelo falso evangelho que visa atender o homem. Não é mais a Palavra centrada em Cristo, mas a utilização mística da Bíblia para que esta se adapte aos nossos desejos.
Também encontramos o relativismo completamente arraigado no meio cristão. Talvez pelo legalismo que imperou por muitos anos e ainda impera em algumas denominações, com a tentativa de se libertar de padrões morais rigorosos a cultura pós-moderna trouxe ao homem a possibilidade de fazer sua religião de acordo com a preferência pessoal. Tudo passou a ser relativo e a depender do ponto de vista do observador. Isso porque o ponto de vista deixou de ser unicamente a Bíblia. O que antes era convicção, hoje passou a ser mais uma opção. Encontramos inúmeras “igrejas” com seu marketing personalizado, cada uma proporcionando mais vantagens pessoais ao cliente desesperado.
Além disso, a religião está interiorizada e subjetiva, e o mais importante passaram a ser as experiências pessoais, como se existisse uma revelação diferente de Deus para cada indivíduo. Sentimos mais do que aprendemos, experimentamos mais do que discipulamos... E a Palavra pura e genuína vai sendo deixada de lado. É a subjetividade sendo mais relevante do que a Verdade, o desejo do homem sendo mais importante do que a vontade divina.
E o pior, é que o crente hoje ainda tornou-se muito tolerante, talvez porque não tenha convicção e nem conhecimento profundo daquilo em que acredita. E não me refiro a ser tolerante com os erros e fraquezas dos demais, mas em ser tolerante com as diferentes doutrinas anti-bíblicas que tem assolado os cultos nos templos e em todos os meios de comunicação. Dizemos que nunca se pregou tanto o Evangelho, mas talvez não tenhamos noção do quão enganoso e diabólico seja o falso evangelho que tem sido apresentado ao mundo, ensinando exatamente o que a Palavra de Deus jamais ensinou.
Precisamos nos posicionar. A ordem de Jesus “ide por todo o mundo, pregai o evangelho a toda criatura” deve ser considerada de maneira concreta. Enquanto estamos quietos, louvando a Deus em nossos templos confortáveis e modernos, pessoas têm morrido sem Cristo. Devemos nos lembrar que mais importante que ser membro de uma igreja é fazer a vontade de Deus, é ter como padrão Jesus, que nos reconciliou com o Pai e nos deu vida eterna.
Só temos uma alternativa, que aqui repito: conhecer, aprender e praticar a Palavra de Deus. Ela é viva e eficaz, fala aos nossos corações, transforma vidas, é luz para nossos caminhos, nos capacita para vivermos o Reino de Deus, aponta nossos pecados... Enfim, ela é a única solução para a vida do homem, tanto hoje como eternamente!

Rosane Itaborai Moreira

segunda-feira, 22 de setembro de 2008

ORGULHO E HUMILDADE

Tenho refletido muito sobre o ensino de Jesus a respeito da humildade e também sobre a dificuldade do homem em seguir esse ensinamento, já que é propenso ao egoísmo e ao orgulho.
Mas Jesus não só ensinou sobre a humildade, Sua vida refletia isto em cada atitude. Dia a dia, Ele mostrava que o orgulho não fazia parte do Seu caráter. Jesus lavou os pés dos discípulos na noite da Ceia, sendo que nenhum deles era merecedor de tal ato. Jesus teve Sua morte na cruz, que era, na época, uma das mais humilhantes formas de se morrer.
É difícil compreendermos como Ele se sujeitou a tanto sofrimento, humilhação e dor por amor a nós e obediência ao Pai, mas aprendemos com Ele que somente através da humildade poderemos buscar o caráter de Cristo. E o orgulho se opõe a essa busca, impedindo um encontro real do homem com Deus.
Li um texto bem didático de C.S. Lewis a esse respeito e transcrevo-o abaixo:

O GRANDE PECADO – C.S. Lewis

Existe um vício do qual ninguém no mundo está livre; um tipo de vício que é criticado por todo mundo quando vê alguém fazendo, mas que ninguém se encontra culpado de praticá-lo. Ouvimos acerca de pessoas que tem mau caráter, ou que não podem deixar de pensar em mulheres, ou na bebida. Porém, não ouvimos ninguém que se confesse praticante desse tipo de vício. Pior ainda, não há uma falta existente em nós que seja tão difícil de ser confessada. E, para completar, por pior que seja essa prática em nós, mais nos aborrece quando vemos outra pessoa praticando-a. O vício do qual falamos é o orgulho ou amor próprio. O oposto a esse vício se conhece como humildade. Segundo alguns mestres cristãos, o pior vicio e a maldade extrema é, essencialmente, o orgulho. Os pecados sexuais, a ira, a avareza, a bebedeira, e todos os outros são apenas “picadas de mosquito” em comparação com o orgulho. Foi por orgulho que o diabo se converteu em diabo. O orgulho leva o ser humano a todos os outros vícios, e este é, sem dúvida, um estado anti-Deus na mente.
Você acha que isso é um exagero? Se considera assim, antes pense melhor. Quanto mais orgulho você tiver, mais você fica irritado quando o vê nas demais pessoas. Se você deseja saber qual a quantidade de orgulho existente em você, basta se perguntar o seguinte: ‘quanto me chateia que as outras pessoas me desprezem, que não me tomem em conta, ou que me façam “remar” para o seu próprio benefício, de me acharem incapaz para desempenhar uma função, ou ainda, se acharem superiores a mim? Quanto isso me chateia?’
O fato é que o orgulho de cada um compete com o orgulho do outro. Nós sempre desejamos estar em destaque, e nos chateia quando outras pessoas estão em destaque. O que eu quero dizer é que, o orgulho é, essencialmente, uma competição com o próximo. Nós costumamos dizer que existem pessoas que são orgulhosas por serem ricas, ou por terem mais inteligência, ou ainda, por terem um melhor físico. Mas, na verdade, essas pessoas são orgulhosas por serem mais ricas que outras, por terem mais capacidade que outras, e por serem uma melhor figura que outras. Se não existir competição, não há orgulho. Quase todos os males desse mundo, que a gente qualifica de cobiça e egoísmo, são, na verdade, orgulho.
Em Deus, encontramos alguém que, em todos os sentidos, é imensamente superior a nós. Reconhecê-lo significa deixar de lado o orgulho. Só poderemos conhecer a Deus se, e somente se, reconhecermos que nós não somos nada diante DELE. Enquanto contivermos o orgulho em nós não poderemos conhecer Deus. O orgulhoso sempre “se acha”. E, enquanto está olhando para baixo, para “os outros – finitos e miseráveis perdedores”, não terá a capacidade de olhar para Quem está sobre ele.
Isso nos conduz a uma pergunta espetacular: Como é que existem pessoas que são tão orgulhosas, e dizem que acreditam em Deus, e ainda são muito religiosas? A verdade é que estão adorando a um Deus imaginário. Se você achar que a sua vida religiosa está fazendo você se sentir “bom”, e, sobretudo, que é melhor que os outros, eu acho que você está sendo manipulado pelo diabo. A prova real de se estar na presença de Deus é a de que você se esqueça totalmente de você mesmo.

Rosane Itaborai Moreira

segunda-feira, 8 de setembro de 2008

BUSCAI O SENHOR


A única forma verdadeira de se conhecer a Deus é através da Sua própria revelação aos homens, e Deus se faz conhecer porque sempre intenta um relacionamento pessoal com o ser humano.
A criação é em si mesma uma forma de revelação geral de Deus à humanidade. Em Romanos 1.20 está escrito: “Porque os atributos invisíveis de Deus, assim o seu eterno poder, como também a sua própria divindade, claramente se reconhecem, desde o princípio do mundo, sendo percebidos por meio das coisas criadas. Tais homens são, por isso, indesculpáveis”. Aqui Paulo declara que essa revelação natural é tão clara e patente aos olhos dos homens que não há desculpa para aquele que não percebe e não enxerga a gloriosa manifestação do poder de Deus na criação, ou seja, na natureza, no universo, no sol, na lua, nas plantas, nos animais...
Outra forma de revelação de Deus é o anseio do homem por respostas que a sua própria capacidade não consegue resolver sozinha. Em Eclesiastes 3.11 está escrito que “Deus colocou a eternidade no coração do homem” e, dessa forma, ele pode buscar a Deus para aquietar as suas questões existenciais e descobrir mais dos propósitos de Deus para a humanidade.
Mesmo com as revelações naturais de Deus, poder-se-ia pensar que, para muitos, uma revelação específica seria mais acertada, pois alguns poderiam ser confundidos pela cegueira espiritual deste mundo ou pela abundância de explicações filosóficas e científicas a que se tem acesso.
Mais uma vez, Deus se mostra através das Escrituras Sagradas, que é a revelação específica, direta aos homens a respeito de todo o plano de Deus para a humanidade. Há hoje também a presença do Espírito Santo que convence o homem do pecado, da justiça e do juízo e testifica nos corações a respeito das verdades eternas de Deus.
Pelas Escrituas, pela fé e pelo Espírito, o homem pode se aproximar e se relacionar com Deus, conhecê-Lo melhor e também ao Seu filho Jesus e Sua obra redentora para a humanidade.
Deus se revela de diversas formas ao homem. A todo o tempo e em qualquer lugar. Não deixe o homem de buscar o Senhor, Ele está disponível a todo aquele que O busca de todo o coração.
Sobre isso, a Palavra de Deus é clara em várias passagens: “Buscai o Senhor enquanto se pode achar” (Isaías 55.6); “Buscar-me-eis e me achareis quando me buscardes de todo o vosso coração” (Jeremias 29.13). Ainda, em Apocalipse 3.20 Jesus adverte: “Eis que estou à porta e bato; se alguém ouvir a minha voz e abrir a porta, entrarei em sua casa e cearei com ele, e ele, comigo”.

Rosane Itaborai Moreira

A BELEZA DA BÍBLIA


Sabemos que a Bíblia é um livro que trata das verdades eternas, mas ela também é rica em todas as formas de paixões humanas: amor, ódio, ambição, medo, devoção, ansiedade, ciúmes, etc. Ela nos mostra todas as nuances do comportamento do homem criado à imagem e semelhança de Deus. Suas palavras e histórias são envolventes e, apesar de terem sido escritas por uma variedade de autores num extenso período de tempo, mantém uma relação de unidade entre seus livros. Isso nos permite dizer que somente a inspiração divina seria capaz de produzir obra de tamanha coerência e coesão.
Na Bíblia encontramos histórias repletas de lágrimas e alegrias: vestes são rasgadas em meio ao luto, sofrimento e decepção; festas e louvores com grande júbilo são ouvidos na comemoração das vitórias alcançadas. Ela contempla uma riqueza de fatos e situações que, mesmo vividas há milhares de anos, permanecem atualizadas e contextualizadas.
Isso porque a essência do homem “atual” e o “bíblico” é a mesma. O homem continua tendo os mesmos sentimentos e sofrimentos e, apesar de ter evoluído grandemente na ciência e tecnologia, a sua necessidade interior continua sendo a mesma, e o vazio se instala mesmo na multidão, ao som de buzinas, apitos, e sirenes.
A Bíblia nos possibilita um encontro com Deus e um encontro com nós mesmos. Assim como Adão que, ao pecar, descobriu que estava nu, teve medo e se escondeu, nós nos escondemos de nossos pecados; mas, ao lermos a Bíblia, pelo Espírito, temos nossa nudez revelada e podemos ser tratados e aperfeiçoados.
Ler a Bíblia é ler a história do homem em diversas linguagens, é nos ver na nossa grandeza e na nossa pequenez, é entender de maneira única a nossa necessidade de retorno à casa do Pai.
Ler a Bíblia é se propor a dar um salto de fé com a certeza de que a melhor caminhada ao encontro de Deus é através de Sua Palavra.

Rosane Itaborai Moreira

segunda-feira, 1 de setembro de 2008

A RAZÃO DA FÉ


Razão e fé cristã sempre tiveram uma rivalidade conhecida ao longo da História por disputarem a prerrogativa de explicar os questionamentos da humanidade.
À medida que a ciência passou a explorar e conhecer verdades que antes somente a fé penetrava, parece que foram sendo desvendados os mistérios de Deus. Assim, num mundo cada vez mais explicado pela razão, onde as distâncias diminuíram, partículas subatômicas são conhecidas e as células do nosso corpo podem ser visualizadas, os milagres vão parecendo cada vez menos sobrenaturais, já que, muitas vezes, são explicados pelo conhecimento humano.
É aí, quando o domínio da razão parece ser integral, que a fé se concretiza de maneira mais real e absoluta. É quando, não por ignorância e nem por falta de alternativa, decidimos que, em meio a tantas “explicações científicas”, o lugar da fé é inegociável.
Esse é um grande milagre de Deus: se fazer presente no meio da inteligência e do conhecimento humano, se revelar e preencher lacunas quando tudo já parecia ter sido explicado pela ciência.
No livro A Linguagem de Deus, de Francis S. Collins, diretor do Projeto Genoma e um dos cientistas mais respeitados da atualidade, há o relato de sua conversão do ateísmo ao Cristianismo. Collins fala de como, em meio à complexidade biológica do homem, conseguiu perceber as evidências da existência de Deus. Para ele, não poderia haver tantos sistemas organizados e inter-relacionados simultaneamente que pudessem ter surgido por meio de seleção natural. Ele argumenta que a maravilha e a ordem da natureza apontam para um Deus Criador, a fé sobrenatural em absoluta conformidade com a razão. O autor ainda conta como a morte e a ressurreição de Jesus Cristo se encaixaram perfeita e obrigatoriamente na lacuna que passou a existir entre ele e Deus.
Fé e razão devem caminhar juntas em prol da humanidade, mas a fé não deve ser cega e irracional e nem a razão precisa ser arrogante e intransigente. É necessário ter em mente o objetivo de conhecer e investigar a verdade e jamais esquecer da razão da nossa fé.

Rosane Itaborai Moreira

sexta-feira, 29 de agosto de 2008

VERDADE E LIBERTAÇÃO


As revelações bíblicas são, via de regra, revelações específicas a respeito de verdades espirituais, mas também pertinentes a todas as áreas de nossas vidas, permeando e norteando a nossa essência e a nossa caminhada. De todas essas verdades que nos regem, uma das mais contundentes delas talvez seja o versículo que diz: "E conhecereis a verdade e a verdade vos libertará." (Jo. 8.32)
O contexto desse verso está apontando para o conhecimento pertinente à vida espiritual, mas tal afirmação é tão verdadeira, universal e divina que é aplicável a todas as formas de vivência humana e a todos os aspectos do saber. É muito interessante observar que tudo aquilo que Deus planejou para a humanidade, Ele mesmo disponibilizou de forma ampla e acessível.
Um bom exemplo de como encontramos a verdade divina permeando o nosso universo e o pensamento da humanidade é o Mito da Caverna, citado abaixo, uma metáfora contada pelo filósofo grego Platão, que ilustra bem a libertação através do entendimento da verdade.
De fato, é bíblico e também muito sabido que o conhecimento da verdade gera libertação. O conhecimento da ciência liberta o homem do misticismo, o conhecimento de si mesmo liberta de vícios, o conhecimento do outro liberta de ações e reações controladoras, o conhecimento de Deus liberta o homem da religiosidade, enfim, o conhecimento, qualquer que seja ele, nos possibilita soltar as amarras, ter uma visão mais ampla e nítida da situação. E aí, temos a possibilidade de fazer escolhas certeiras, com menos sofrimento e dor.
O conhecimento permite que a humanidade enxergue além das sombras, que amplie as suas possibilidades. Permite também que o homem liberto e cheio do conhecimento da verdade possa ir em busca de outros e apresentar para eles verdade que o libertou.


O MITO DA CAVERNA - Platão

Imaginemos uma caverna separada do mundo externo por um muro alto. Entre o muro e o chão da caverna há uma fresta por onde passa um fino feixe de luz exterior, deixando a caverna na obscuridade quase completa. Desde o nascimento, geração após geração, seres humanos encontram-se ali, de costas para a entrada, acorrentados sem poder mover a cabeça nem se locomover, forçados a olhar apenas a parede do fundo, vivendo sem nunca ter visto o mundo exterior nem a luz do sol, sem jamais ter efetivamente visto uns aos outros nem a si mesmos, mas apenas as sombras dos outros e de si mesmos por que estão no escuro e imobilizados. Abaixo do muro, do lado de dentro da caverna, há um fogo que ilumina vagamente o interior sombrio e faz com que as coisas que se passam do lado de fora sejam projetadas como sombras nas paredes do fundo da caverna. Do lado de fora, pessoas passam conversando e carregando nos ombros figuras ou imagens de homens, mulheres e animais cujas sombras também são projetadas na parede da caverna, como num teatro de fantoches. Os prisioneiros julgam que as sombras de coisas e pessoas, os sons de suas falas e as imagens que transportam nos ombros são as próprias coisas externas, e que os artefatos projetados são seres vivos que se movem e falam.
Um dos prisioneiros, inconformado com a condição em que se encontra, decide abandoná-la. Fabrica um instrumento com o qual quebra os grilhões. De inicio, move a cabeça, depois o corpo todo; a seguir, avança na direção do muro e o escala. Enfrentando os obstáculos de um caminho íngreme e difícil, sai da caverna. No primeiro instante, fica totalmente cego pela luminosidade do sol, com a qual seus olhos não estão acostumados. Enche-se de dor por causa dos movimentos que seu corpo realiza pela primeira vez e pelo ofuscamento de seus olhos sob a luz externa, muito mais forte do que o fraco brilho do fogo que havia no interior da caverna. Sente-se dividido entre a incredulidade e o deslumbramento.
Ao permanecer no exterior o prisioneiro, aos poucos se habitua a luz e começa a ver o mundo. Encanta-se, tem a felicidade de ver as próprias coisas, descobrindo que estivera prisioneiro a vida toda e que em sua prisão vira apenas sombras. Doravante, desejará ficar longe da caverna para sempre e lutará com todas as forças para jamais regressar a ela. No entanto não pode deixar de lastimar a sorte dos outros prisioneiros e, por fim, toma a difícil decisão de regressar ao subterrâneo sombrio para contar aos demais o que viu e convencê-los a se libertarem também.
Só que os demais prisioneiros zombam dele, não acreditando em suas palavras e, se não conseguem silenciá-lo com suas caçoadas, tentam fazer isto espancando-o.

Rosane Itaborai Moreira

terça-feira, 19 de agosto de 2008

EM BUSCA DA ARCA


A história da Arca de Noé é uma das mais conhecidas e comentadas das Escrituras. Esse fato bíblico é narrado também em outras fontes escritas externas à Bíblia, sendo que diversos documentos babilônicos descobertos relatam o mesmo dilúvio. O 11º tablete do Épico de Gilgamesh, a maior composição literária da Mesopotâmia, descreve uma arca, animais levados até ela, pássaros sendo soltos durante a grande inundação, a arca repousando sobre uma montanha e um sacrifício oferecido após a arca ter parado.
Segundo a Bíblia, a Arca de Noé era uma grande embarcação de madeira impermeabilizada com betume, com proporções semelhantes aos transatlânticos atuais. Depois do dilúvio, a arca teria repousado no Monte Ararate, antigo reino de Urartu.
Nos últimos anos tem aumentado o interesse na busca pela Arca de Noé. Muitas expedições já foram feitas ao Ararate (foto), uma cadeia com dois montes gêmeos, localizada na Turquia. Sabe-se de relatos, no decorrer da história, de um grande barco em uma montanha nesta região. Achados do século III d.C. mostram que tal fato era de conhecimento geral e que o barco ainda podia ser visto no Monte Ararate.
Hoje, muitos são os que afirmam a existência da embarcação no topo dessa montanha. Em geral, acredita-se que pelo menos uma parte da arca ainda está intacta, não no pico mais alto, mas em algum lugar acima do nível dos 10.000 pés. Encoberta sob gelo e neve na maior parte do ano, apenas em verões quentes a arca pode ser vista e até visitada. Existem muitos relatos documentados de visitas à embarcação, coleta de madeira e fotografias aéreas. Na década de 80, um participante ativo das expedições foi o ex-astronauta da NASA, James Irwin, hoje já falecido.
No entanto, não houve muita evolução na busca da arca. As visitas posteriores feitas ao local descrito pelas diversas expedições não evidenciaram nenhuma informação adicional significativa, o local exato das fotografias aéreas não pôde ser localizado e o número de expedições ao monte diminuiu muito na década de 90.
A Arqueologia continua em busca desta e de outras evidências que possam contribuir para comprovar a história bíblica. Os cristãos parecem estar muito interessados nesta prova, pois, conforme disse Ron Wyatt, um médico anestesista estudioso do assunto, “Se a Arca de Noé fosse real, então toda a Bíblia seguramente era fidedigna”. A credibilidade da Bíblia estaria condicionada à confirmação de um de seus relatos.
É interessante pensar que, apesar de todo o aparato tecnológico que permite até viagens espaciais e pesquisas em outros planetas, as dúvidas sobre o achado no Monte Ararate ainda não foram elucidadas. Falta de interesse em tal pesquisa, dificuldades de acesso à região ou providência divina, não importa. Deixemos de lado por um momento o que dizem os homens e apliquemos as palavras de Jesus: “Bem-aventurados os que não viram e creram” (Jo. 20.29).

Rosane Itaborai Moreira

segunda-feira, 11 de agosto de 2008

O PROBLEMA DO MAL


Muitos nos perguntam como podemos crer em Deus mesmo com tamanha maldade no mundo: assassinatos, drogas, guerras, miséria, entre outras formas de violência. Além disso, questionam a existência de Deus mediante tantos problemas de ordem natural, como terremotos e furacões, deixando cidades destruídas e famílias desabrigadas. Como um Deus bom pode ser compatível com tanta maldade?
Respondendo a essa questão, primeiramente vamos definir o mal, de forma ampla, como sofrimento e dor intensos decorrentes tanto de problemas da natureza – mal natural, como da deturpação de padrões éticos e morais – mal moral.
Com relação ao mal moral, podemos enxergar Deus no meio de tanta degradação dos valores morais ao entendermos que Ele nos concedeu o livre-arbítrio. A liberdade de escolha nos permite decidir, inclusive, agir fora dos padrões definidos por Deus. Esse entendimento do livre-arbítrio permeia toda a Bíblia e encontramos inúmeras passagens de pessoas que agiram segundo a sua própria vontade. A primeira delas, e determinante para a história do homem, é a escolha de Adão ao desobedecer a Deus e comer do fruto da árvore do conhecimento do bem e do mal. A partir desse momento, o homem passa a ser conhecedor do bem e do mal e tem sua vida pautada por diversas outras escolhas que viriam posteriormente, mas agora já com o pecado instalado na humanidade e a tendência ao mal.
A liberdade do homem de agir imoralmente é resultado de uma decisão soberana de Deus e em nada isso é antagônico à Sua existência ou à Sua onipotência. Deus, então, permite o mal em decorrência de um bem maior, a liberdade humana.
Já em relação ao mal natural, podemos afirmar que existe na natureza uma ordem previamente definida, as leis da natureza, e o resultado dessa ordem pode acarretar tanto o bem como o mal. É bíblico que, com a desobediência de Adão, a terra foi amaldiçoada e, agora, a natureza toda sofre a conseqüência dessa maldição. Tudo com o que a natureza hoje é penalizada decorre da quebra dessa ordem pelo pecado e mau uso da mesma pelo ser humano.
Dessa forma, apesar de convivermos com o mal diariamente, isso em nada interfere na nossa fé em Deus. Ao contrário, ao identificarmos tamanha maldade no mundo e tudo o que a Bíblia diz se cumprindo cabalmente, entendemos mais ainda a bondade e o amor de Deus para com a humanidade e o nosso papel de sermos sal e luz num mundo que jaz no maligno.

Rosane Itaborai Moreira

sábado, 26 de julho de 2008

E A SUA SAÚDE, COMO VAI?


Temos nos preocupado muito com a nossa qualidade de vida, com o envelhecimento e a saúde de nosso corpo. Tudo isso é muito bom, mas melhor é nos preocupar também, e principalmente, com a nossa saúde espiritual.
Podemos aprender bastante quando nos encontramos diante de uma doença, reavaliando nossos valores e modo de viver. Nesse momento, há a possibilidade de melhorar nosso padrão de vida físico e espiritual. A doença do corpo tem, portanto, a chance de ser um instrumento de Deus para nos tornar uma pessoa melhor, mais quebrantada e íntima do Senhor.
Já a doença espiritual, o pecado, é algo que precisamos abolir de nossas vidas utilizando todos os remédios disponíveis: vigilância, oração, confissão, meditação na Palavra... Isso porque, muitas vezes, as causas são inespecíficas, difíceis de detectar e pode demorar muito tempo até surgirem os primeiros sintomas ou até o pecado ser nomeado como tal. É verdade também que podemos não aceitar a doença ou não querer o tratamento. Assim, até percebermos o que está errado em nossa vida pode ter se passado muito tempo e o conserto fatalmente será demorado e doloroso.
Enquanto a doença do corpo pode nos trazer benefícios espirituais, é certo que as consequências do pecado são sempre muito danosas e extensas, afetando nossa vida espiritual, emocional e nossa saúde física. Quantas pessoas já não adoeceram seu corpo por ter que lidar diariamente com suas iniquidades e nunca enfrentar o problema? Quantos pecados, como vícios, mentira, ódio, inveja, indiferença, falta de perdão, etc, já não destruíram vidas? Quantos crentes já não se afastaram de Deus em decorrência de suas transgressões?
Por que, diante disso, não fazemos igual a quando temos uma dor: corremos para o médico, pedimos o tratamento e o seguimos à risca? Assim como o corpo luta para manter a saúde íntegra durante toda a vida, devemos estar atentos ao pecado, pois nossa natureza é pecaminosa e tendemos ao erro.
Por isso, da próxima vez que pensar em consultar um médico para cuidar de seu corpo, faça isso; mas também pare um pouco e pergunte: E a minha saúde espiritual, como vai?

Rosane Itaborai Moreira

sexta-feira, 4 de julho de 2008

A PARTÍCULA DE DEUS


Recentemente, uma revista semanal teve como artigo de capa o nascimento do universo com os mais recentes estudos da Física sobre o assunto.
Os estudos levam os cientistas à teoria de que o universo se formou pela expansão de um único ponto, sem o qual nada existiria e por meio do qual todas as coisas passaram a ter massa, ou seja, passaram a existir materialmente. Os cientistas estão à procura desse ponto inicial que eles denominam “bóson de Higgs”, mas apelidam “partícula de Deus”. É a única peça que falta para montar o quebra-cabeça que explicaria a "materialidade" do nosso universo.
Isso, mais uma vez, vem confirmar o que os estudiosos da Bíblia acreditam: que a criação do mundo se deu a partir e por meio de Deus. Se tudo foi criado a partir de um ponto e ordenado de forma harmônica, chega a ser irracional imaginarmos que por trás dessa ordenação do universo não teria uma mente inteligente e com propósitos claros. É atribuir muita sorte ao acaso.
Ainda segundo esta teoria citada acima, esse ponto do tamanho de um próton, numa fração de segundos, cresceu drasticamente, dando início à matéria. Não houve uma explosão e sim uma súbita expansão que deu origem a tudo. Depois, o universo atômico foi formado, nasceram as estrelas, o sistema solar e, por fim, a vida.
Estudando a criação do mundo em Gênesis cap. 1 podemos identificar semelhança com os estudos da ciência não só no que foi criado como também na seqüência da criação: a luz e as trevas, o firmamento, a terra e o homem.
No artigo, até mesmo algumas teorias sobre o fim do universo nos remetem à Bíblia, com as citações sobre o que ocorreria no final dos tempos, como exemplo a ressurreição dos mortos.
Interessante também é ler uma entrevista com um astrofísico que diz que a ciência ainda não explica algumas questões, como essa expansão do universo e o que a causou, e também não tem certeza se há forças desconhecidas que regem o universo. É atrás dessas e outras questões que eles estão.
É verdade que a ciência sempre buscou estudar o nascimento do universo e refutar a Bíblia. Ela tem interesse nesse assunto. Mas, sabemos que Deus e todos os seus desígnios não são explicados pela lógica e, menos ainda, pela ciência. Para conhecer a Deus é necessário ter fé, acreditar em sua existência. Mas sabemos também que os cristãos evangélicos sempre foram criticados por usarem apenas a fé para explicar a sua crença. Quando vemos os cientistas tentando descobrir os mistérios que, pela Palavra, nos foram revelados, a única coisa a fazer é orar para que, ao descobrirem a existência dessa partícula inicial, possam descobrir também o Deus verdadeiro em suas vidas.

Rosane Itaborai Moreira

quarta-feira, 2 de julho de 2008

SEGUIR A CRISTO


Caminhando junto ao mar da Galiléia, viu os irmãos Simão e André, que lançavam a rede ao mar, porque eram pescadores. Disse-lhes Jesus: Vinde após mim, e eu vos farei pescadores de homens. Então, eles deixaram imediatamente as redes e o seguiram” (Mc. 1.16-18).
Esse texto bíblico mostra o que representa para o homem aceitar o Evangelho de Jesus. Assim como os discípulos, que mudaram de direção e de alvo, o verdadeiro Evangelho exige que o cristão tome novas posturas e deixe verdadeiramente as redes que o aprisionam e passe a seguir apenas ao seu Senhor.
Seguir a Cristo é muito mais do que levantar a mão no culto ou ser recebido como membro em uma igreja. Seguir a Cristo é ser recebido no Reino dos Céus ao tomar uma decisão radical de vida e se entregar a um novo projeto, sabendo que a partir de então sua vida não mais pertence a você e sim a Ele.
Seguir a Cristo não é ter a certeza de que tudo irá bem. Seguir a Cristo é ter a certeza de que em todas as coisas e em todos os lugares o Senhor irá com você. E, por pior que seja situação, ter convicção que sua escolha é a melhor, pois é caminhar com Ele e nEle confiar.
Seguir a Cristo não é ter garantia de que a sua família, os seus negócios e os seus amigos ficarão intactos. Seguir a Cristo requer tamanha decisão que se pode ter que abrir mão daquilo que já estava supostamente conquistado.
Seguir a Cristo não é uma atitude emocional, sujeita a variantes e variações como as ondas do mar. Seguir a Cristo exige perseverança, coragem de suportar as pressões que o mundo impõe com a clareza mental que somente o verdadeiro Evangelho proporciona.
Seguir a Cristo não é ser escravo de mandamentos e de ordens celestiais. Seguir a Cristo é ser tão liberto e tão livre que se é capaz de decidir pela obediência, por seguir o caminho do Senhor que libertou de todo jugo.
Seguir a Cristo não é ser radical quanto às suas próprias opiniões. Mas, necessariamente, seguir a Cristo é ter a Palavra de Deus como o único ponto de vista, como referência, como base para toda a sua vida e toda a sua caminhada. É entender que você é o discípulo e que Ele é o Mestre.
Nessa jornada, após largar as redes, importa buscar ter a mente de Cristo e não abrir mão de se viver centrado e estruturado no ensino do Senhor.

Rosane Itaborai Moreira

DÍZIMOS E OFERTAS


As Escrituras Sagradas são permeadas de situações mostrando que Deus não olha o exterior do homem, mas se agrada do coração sincero, grato e disposto a obedecer. No que se refere aos dízimos e ofertas, o Senhor sempre os requereu aos filhos de Israel; mas, mesmo no período da Lei, no Antigo Testamento, quando sacrifícios e holocaustos eram freqüentes, Ele se alegrava com as ofertas voluntárias. Isto é observado em diversos momentos. Ainda na construção do tabernáculo, Deus fala através de Moisés: “Tomai, do que tendes, uma oferta para o Senhor; cada um, de coração disposto, voluntariamente a trará por oferta ao Senhor: ouro, prata, bronze...” (Ex 35.5). E o povo atendeu e “o que tinham era suficiente para toda obra que se devia fazer e ainda sobejava” (Ex 36.7). Em I Crônicas, o Rei Davi, ao fazer os preparativos para a construção do templo, diz ao povo: “Quem, pois, está disposto, hoje, a trazer ofertas liberalmente ao Senhor?” (29.5). O povo se dispôs e “se alegrou com tudo o que fez voluntariamente porque, de coração íntegro, deram eles liberalmente ao Senhor” (29.9). E Davi orou: “Bem sei, meu Deus, que tu provas os corações e que da sinceridade te agradas; eu também, na sinceridade de meu coração, dei voluntariamente, todas estas coisas; acabo de ver com alegria que o teu povo, que se acha aqui, te faz ofertas voluntariamente” (29.17).
No Novo Testamento, Deus revela Sua graça e Seu amor através de Jesus. Graça remete a reconhecimento e amor, a comprometimento. Embora liberto e tendo liberdade em Cristo, o povo de Deus ainda mais é convidado a ofertar voluntariamente. Em II Co 9.6,7, Paulo diz: “E isto afirmo: aquele que semeia pouco, pouco também ceifará; e o que semeia com fartura, com abundância também ceifará. Cada um contribua segundo tiver proposto no coração, não com tristeza ou por necessidade; porque Deus ama a quem dá com alegria”. O Senhor continua o mesmo: Seu coração é comovido não pela quantidade de ofertas ou pela necessidade pessoal, mas porque sonda e conhece a disposição de cada um em ofertar e investir no Seu Reino voluntariamente. O cristão não é chamado a barganhar com Deus, a dar pensando em quanto Ele multiplicará sua vida financeira. O cristão é chamado a se relacionar intimamente com seu Pai, a fazer o melhor para Ele, a serví-Lo com amor e singeleza de coração. O Senhor não cobra além da possibilidade de cada um. Jesus honrou a viúva pobre ao dizer a Seus discípulos: “Em verdade vos digo que esta viúva pobre depositou no gazofiláceo mais do que fizeram todos os ofertantes. Porque todos eles ofertaram do que lhes sobrava; ela, porém, da sua pobreza, deu tudo quanto possuía, todo o seu sustento” (Mc 12.43,44). Mas, mesmo sem exigir sacrifícios, Ele é fiel e nos abençoa com muito mais do que pensamos e pedimos, conforme o Seu poder que opera em nós.
Apesar de Deus não habitar, necessariamente, em templos feitos por homens, a igreja local é o ajuntamento do Seu povo, local abençoador de inúmeras vidas, onde se prega e se ensina a viver a Sua Palavra. Assim, dizimar e ofertar na "casa do Senhor" é investimento seguro, pois é investir no Reino de Deus.

Rosane Itaborai Moreira

quinta-feira, 26 de junho de 2008

DEUS E A HISTÓRIA


O estudo da História da Teologia consiste em toda reflexão humana como esforço em aprofundar e compreender melhor as manifestações de Deus ao homem ao longo da história. Ainda que o objetivo seja a revelação de Deus aos homens transmitida pelas Escrituras, experiências e tradição oral, esta reflexão humana não se desenvolve separada do contexto histórico e sociocultural através dos séculos até nossos dias. Compreende-se então que, apesar de Deus ser imutável, o pensamento teológico experimenta um desenvolvimento, uma evolução quando analisado cronológica e sistematicamente.
Nosso conhecimento de Deus inicia-se a partir da Criação, intentando um relacionamento íntimo e direto com o homem criado à Sua imagem e semelhança. O homem desobedece a Deus e o castigo divino é estendido a toda a humanidade, trazendo conseqüências inclusive à natureza. A partir daí, observam-se as diferentes formas de manifestação de Deus para que este relacionamento fosse restaurado.
Com o pecado presente em toda a humanidade, Deus acha graça em um homem, Noé, que é escolhido para, juntamente com sua família e alguns animais, entrar na arca, sendo todos os demais homens e animais objetos da ira e da condenação de Deus. Vê-se, então, o juízo e a graça divinos serem exercidos.
Mas Deus tem um propósito e Ele intervem na História para que o mesmo se cumpra.
No período Patriarcal, Deus chama um homem, Abraão, para ser pai de uma grande nação. O chamado foi direto e individual e a resposta de Abraão dependia da fé e da obediência a esta manifestação de Deus. Nesse período, Deus se revelou ao homem diretamente e, pela fé, ou seja, pela capacidade de ver Deus, o homem responde com a obediência. Estabelece-se, assim, o processo do desenvolvimento histórico do relacionamento de Deus com o homem.
No período da Lei, a revelação de Deus ao homem é formalizada através da Lei dada a Moisés. Deus se manifesta a Moisés mostrando Sua glória e poder e dando todos os estatutos a serem cumpridos pelo povo para que haja bênção. Os atos de Deus dependeriam, agora, da obediência à Lei. A Lei mostrava o pecado, e este separa o homem de Deus. Deveria haver arrependimento e conserto. Para aplacar a ira divina, o contexto da Lei também fornecia alternativas simbólicas para o homem livrar-se do pecado e reaproximar-se de Deus: sacrifícios de sangue, sacerdócio, festas e consagrações e até mesmo o tabernáculo, símbolo de Deus no meio do povo. Nota-se, nesse período, um grande número de ações de Deus no meio do povo mostrando sua justiça: a morte dos filhos de Arão, a lepra recaída sobre Miriã, a peregrinação do povo pelo deserto até que a primeira geração morresse devido à incredulidade e até mesmo o castigo dado a Moisés, que não entrou na Terra Prometida por desobediência. Deus, nesse período, manifestou-se não só por atos de justiça e condenação, mas também pelo cuidado com o povo: a nuvem de dia, a coluna de fogo à noite, a passagem pelo Mar Vermelho, o maná, entre tantos outros.
Ao se instalar em Canaã, Deus continua se manifestando com poder e cuidado com o povo e, principalmente, com o Seu comprometimento em cumprir a Sua Palavra. O episódio do pecado de Acã mostra a santidade de Deus e como a desobediência poderia trazer maldição, ou seja, o que é santificado por Deus torna-se anátema para o homem que usurpar, fazendo uso indevido do que é santo. Além da morte conturbada de Acã, o pecado oculto leva a uma derrota vergonhosa de Israel na Batalha de Ai. Novamente, é visto com clareza o exercício do juízo divino.
Em Juízes, com a falta de liderança política e espiritual, a religião torna-se com forma (sacrifícios, sacerdócio, festas, etc.), mas sem essência (arrependimento, santidade, comunhão, revelação, etc.), gerando um ciclo que, quando havia arrependimento do povo pela apostasia, Deus se manifestava através de um juiz escolhido por Ele para tirar o povo da opressão dos estrangeiros e legislar no meio deste povo. A manifestação de Deus dependia da conversão da nação dos seus maus caminhos.
Samuel inaugura o Período Profético, que pode ser visto como uma tentativa de Deus Dmostrando que a essência é mais importante que a forma. É a reestruturação religiosa baseada no aspecto básico e essencial da Lei: o arrependimento. O ponto culminante dessa mudança é sentenciado pelo próprio Deus em I Sm.16.7b: “O homem vê o exterior, porém, o Senhor, o coração”. Todos os demais profetas que viriam após Samuel experimentam essa intimidade e compromisso com Deus, sendo usados como canal para a revelação da vontade de Deus em relação à nação de Israel. Eram responsáveis por falar ao povo aquilo que Deus tinha a dizer. Através de um homem escolhido e separado, Deus se revela ao Seu povo, não só pela palavra proferida, como também na realização de atos miraculosos comprovando a presença de Deus na vida daquele homem.
No período da Monarquia, pode-se ver, com o rei Davi, a revelação de Deus ao homem de uma forma completa. Ele personifica o ser humano em ambigüidade cujo ser interior anseia por um relacionamento íntimo com Deus; retrata, também, o modelo de um israelita que experimenta a essência da Lei, usufruindo todas as bênçãos (intimidade) e disciplinas cabíveis neste relacionamento. Assim, pode-se ver Deus rejeitando Saul ao oferecer sacrifícios antes de ir para a guerra, pois Samuel demorava (ato aparentemente correto ou justificável para o ser humano), mas não condenando Davi, que entrou no tabernáculo e comeu o pão santo da proposição juntamente com seus homens, pois tinham fome (ato aparentemente errado). Deus manifesta, novamente, Seu juízo e Sua misericórdia em cada vida, pois sonda e conhece o coração.
Deve-se entender que todo o pensamento judeu em relação à manifestação de Deus pode ser simplificado da seguinte forma: Deus se revela ao homem pela Palavra e gera no homem uma experiência relacional, que gera uma ação exterior, a obediência. Era dessa forma, então, que a nação de Israel conviveu com o Deus que se revelou poderoso, justo, provedor, libertador. Era o Deus Forte das Batalhas, que lutava pelo povo escolhido. O entendimento de Sua graça e misericórdia tiveram lugar apenas para aqueles que ousaram buscar uma intimidade e relacionamento com Deus, pois Deus sempre falou que de nada valiam sacrifícios e holocaustos se os corações continuassem cheios de maldade, ou ainda, que era melhor obedecer que sacrificar.
Mas, ainda assim, Deus continua intervindo na história para cumprir Sua Palavra. Para voltar a se relacionar com o homem, que sempre continuou pecando e distanciando-se de Deus, Ele envia o Messias Prometido, Seu Filho Jesus, inaugurando um novo momento teológico.
Em Jesus, tem-se a revelação maior de Deus: o Seu amor incondicional, que não está em Deus, mas é Deus, pois “Deus É Amor”, capaz de colocar em um só homem todo o pecado e toda condenação que seria destinada à humanidade. É a revelação da graça, do amor, da misericórdia, da benignidade e tantos outros atributos que são vistos em Jesus. E Ele diz: “Quem vê a Mim, vê o Pai”. Então, este é o mesmo Deus que se manifestou desde o início da criação.
Jesus veio mostrar o Deus que cuida dos enfermos, dos pobres, dos necessitados e dos aflitos. Que manda dar a outra face, caminhar a segunda milha, lavar os pés do próximo, socorrer o necessitado, comer com pecadores, valorizar os excluídos socialmente. Ele veio mostrar que a Lei foi feita para o homem e não o homem foi feito para a Lei. Jesus quebrou paradigmas, violou regras farisaicas, mostrou um Reino interior. Jesus, literalmente, foi um revolucionário, despindo os judeus de toda hipocrisia e mostrando o que tem realmente valor para Deus.
Diante de uma aparente ambigüidade, poder-se-ia perguntar: Como um Deus que manda matar, espalha pragas e doenças, leva o povo cativo, não aceita ser contrariado, pode ser o mesmo Deus que mostra amor, mansidão e graça? A resposta pode parecer não ser simples, mas Deus é o mesmo ontem, hoje e sempre. Ele é imutável. Ele é o “EU SOU”. Os Seus atributos são maneiras humanas de entender e classificar a revelação divina de acordo com o período histórico, cultural e social, mudando apenas como Deus se faz entender pelo homem em cada época e situação.
Como já dito, a partir do Novo Testamento, a reflexão teológica toma um caminho novo. Nos Evangelhos, Deus é visto no meio do povo, o Emanuel. Em Atos, com a descida do Espírito Santo, Deus passou a habitar dentro de cada cristão. É a presença de Deus dentro e a partir de cada um. Deve-se lembrar que, também nesse período, existem os simbolismos, que consiste na forma da religião: a ceia do Senhor e o batismo, como exemplos.
O Livro de Atos também mostra claramente a soberania de Deus para que Seus propósitos sejam cumpridos. Os cristãos são obrigados a saírem de Jerusalém e, perseguidos e cheios do Espírito, passam a cumprir o que Jesus mandara: levar o Evangelho até os confins da terra. Esse momento histórico é também permeado de milagres realizados pelos discípulos, comprovando a veracidade do Deus que pregavam.
Apesar de ser um período da manifestação da graça e do amor de Deus, da revelação de que Jesus levara os pecados e condenação sobre si mesmo, o pecado continua a ser mostrado, agora à luz da Verdade, pois, em Cristo, nossos erros são revelados para conserto. O episódio de Ananias e Safira, que morreram ao mentir para a comunidade cristã e para o Espírito Santo, mostra que Deus não é conivente com o pecado, apesar da graça e de toda longanimidade. Era um momento histórico em que algo precisa ficar bem estabelecido: a imutabilidade, a santidade e a soberania de Deus.
Dessa forma, podemos afirmar que Deus é o mesmo eternamente, mas, ao traçarmos uma linha cronológica, vemos as diversas formas da manifestação de Deus no decorrer da história, que não podem ser dissociadas umas das outras, mesmo para a reflexão teológica. Podemos, no máximo, investigar qual a expressão de Deus num exato momento para compreendermos o que Deus quer revelar ao Seu povo, mas jamais para estudarmos quem ou como Ele é considerando apenas um determinado período histórico.

Rosane Itaborai Moreira

POR QUE ESTUDAR A BÍBLIA


“O meu povo é destruído porque lhe falta o conhecimento” (Os 4.6).
Respondeu-lhes Jesus: Errais, não conhecendo as Escrituras, nem o poder de Deus” (Mt 22.29).
Os ensinos bíblicos são imprescindíveis para o homem. Na Bíblia existem doutrinas, poemas, provérbios, cânticos, histórias, revelações, profecias, comentários, narrativas e outras formas literárias, abrangendo 66 livros, que foram escritos por 40 diferentes autores, sob inspiração do Espírito Santo de Deus (2 Pe 1.21).
Desprezar este conteúdo é ignorar um conteúdo espiritual inestimável, pois a sabedoria da Palavra de Deus é uma fonte a jorrar para a vida eterna.
O propósito de estudar a Bíblia, de forma ordenada e contínua, é que elas podem:
1) Levar-nos à fé salvadora em Cristo Jesus (Jo 20.21).
2) Capacitar-nos para evangelizar, ensinar e discipular, conforme nos ordenou o Senhor Jesus.
3) Orientar-nos sobre decisões do dia-a-dia (2 Tm 3.16), aumentando nossa intimidade e dependência no relacionamento com Deus.
4) Guardar-nos contra superstições, mentiras e enganos (Sl 119.105), tão presentes nos dias atuais.
5) Livrar-nos de cairmos em pecados, desordem emocional e cegueira espiritual (Sl 119.11, Ef 6.17, Ap 1.3), fortalecendo a fé e levando ao amadurecimento cristão.
6) Dar-nos sabedoria e compreensão sobre fatos do passado, do presente e do futuro (Sl 19.8, 2 Pe 1.19, Ap 1.1). Somente com o conhecimento bíblico podemos conhecer Deus em Sua grandeza, vislumbrando como Ele é fiel e tudo ordena para que Seus propósitos sejam cumpridos, no passado, hoje e eternamente.

Rosane Itaborai Moreira

quarta-feira, 25 de junho de 2008

A IMPORTÂNCIA DA BÍBLIA


Encontramo-nos em meio ao cumprimento de profecias bíblicas e assistimos continuamente à realização do que foi predito há muito tempo atrás nas Escrituras. Por essa razão, é necessária a atenção para a importância e o poder renovador da Palavra de Deus.
"Disse, pois, Jesus aos judeus que haviam crido nele: Se vós permanecerdes na minha palavra, sois verdadeiramente meus discípulos" (Jo 8.31). – "Grande paz têm os que amam a tua lei; para eles não há tropeço" (Sl 119.165).
Esse é o segredo do discipulado no dia-a-dia, na rotina cristã cotidiana. Isso é sabido e conhecido há séculos, mas é preciso repetir e ensinar a cada nova geração essa verdade tão simples, mas fundamental para uma vida cristã bem-sucedida. A melhor maneira de estudar a Bíblia é simplesmente lendo-a atentamente todos os dias, expondo-se em oração à luz do Senhor que dela procede e meditando em suas palavras. Isso pode ser feito de várias maneiras: a sós, em família, em estudos de pequenos grupos, em classes de escola dominical, etc.
A Bíblia produz efeito por si mesma de maneira sobrenatural: através da ação do Espírito Santo, suas palavras, suas expressões e seus ensinamentos moldam nosso comportamento e nossos pensamentos, de modo que passamos a refletir o caráter de Deus e de Seu Filho Jesus Cristo em nossa maneira de viver. Assim, somos influenciados até às profundezas de nosso ser.
Não há nada surpreendente nesse processo. O conhecimento bíblico de um cristão é simplesmente o fruto da aplicação persistente do mais simples de todos os métodos: a leitura e o estudo das Sagradas Escrituras dia após dia, o que torna seu conteúdo cada vez mais familiar.
Devemos também enfatizar constantemente que a Bíblia é nossa "única regra de fé e prática". Nenhuma experiência ou revelação tem qualquer valor se não houver claro fundamento bíblico.
Além da leitura da Bíblia, há também livros e publicações que podem ajudar a compreendê-la melhor. Entretanto, qualquer afirmação ou interpretação, mesmo que proceda de destacados líderes, deve ser verificada e confrontada com a própria Palavra de Deus. Em Atos 17.11 temos o conhecido exemplo dos bereanos, que avaliavam à luz das Escrituras até mesmo o que o grande apóstolo Paulo lhes tinha dito – e são elogiados por isso: "Ora, estes de Beréia eram mais nobres que os de Tessalônica; pois receberam a palavra com toda a avidez, examinando as Escrituras todos os dias para ver se as coisas eram, de fato, assim”.
Rosane Itaborai Moreira