As
garantias de Jesus foram todas. Ele não estaria mais fisicamente presente, mas,
em compensação, sem limites de geografia, tempo e espaço, estaria conosco todos
os dias, sem jamais nos deixar órfãos, pois, enviaria de Si mesmo, o Espírito Santo,
o Consolador, Aquele que Caminha Junto, que habitaria conosco e estaria em nós,
revelando a cada dia mais de Jesus, e levando-nos a conhece-Lo em todos os
nossos caminhos, crescendo em verdade e graça, andando em amor, conforme o
entendimento segundo o Evangelho.
Enquanto
isto, como decorrência natural dos efeitos da Palavra da Vida em nós, “indo...”
onde quer que fossemos, seríamos Testemunhas de Seu amor e graça, visto que Seu
chamado não era para que “déssemos testemunhos”, mas antes para que “fossemos
testemunhas”. Antes de ser um chamado para fazer é uma convocação para ser.
Enquanto
isto, Ele garantiu que faria sinais, prodígios e maravilhas, confirmando a
Palavra vivida e anunciada por nós, sendo que Ele mesmo nos levaria a realizar
obras maiores que as Dele, pois, receberíamos do que é Dele, e Nele viveríamos.
Ele
também garantiu de que se fôssemos postos em provas, Ele mesmo estaria alí,
dando-nos sabedoria, e dizendo-nos o que dizer. E garantiu que pisaríamos com
os pés a serpentes e escorpiões, e que subjugaríamos, Nele, todo poder do
maligno.
Justamente
em razão disso, de Sua Presença, de Seu carinho diário, de Seu amor manifesto
como Verdade libertadora, como Graça para ocasião própria, e como poder de Deus
em nossos corações, é que Ele manda que andemos com esperança, com fé, olhando
para o alto, confessando um futuro de Glória, e até mesmo nos regozijando nas
dificuldades desta existência.
Sua
ordem, entretanto, era para que todo aquele que dissesse que confiava Nele,
manifestasse isto mediante atos de misericórdia, verdade, justiça e amor, que
são os conteúdos existenciais do Evangelho.
Isto
porque o Evangelho não é um conjunto de história e nem um monte de palavras
lindas, mas sim, antes de tudo, é espírito de amor, graça, justiça, paz e
misericórdia.
Quem, em
qualquer lugar, tiver discernido que Deus é assim, então, não importando quem
seja, nem onde esteja, o que saiba ou deixe de saber, tal pessoa terá a
Presença com ela.
Porém, se
alguém se diz cristão, chama a Jesus de Senhor e Salvador, porém, apesar disso,
e em contradição com isto, vive sem amor, compaixão, verdade a começar de si
mesmo, justiça bondosa, bondade justa, e o desejo de fazer a misericórdia
triunfar sobre o juízo —, então, tal pessoa, mesmo conhecendo as histórias e os
ensinos do Evangelho intelectualmente e como uma bela informação, não provará a
Presença, pois, o “indo...” acerca do qual Jesus falou quando mandou “fazer
discípulos” e contar com Sua presença até o fim dos séculos, não é um movimento
geográfico, mas, antes disso, interior, e que põe o individuo, bem antes do que
no chão de alguma “missão”, no chão do coração, no qual a viagem verdadeira é
feita.
Ora,
neste ambiente onde a missão de ser se inicia, o que vale não é saber a
história de Jesus, mas viver a história conforme o espírito de Jesus.
O que
temos hoje no chamado mundo cristão é um monte de gente carente, doente, sem a
experiência de Deus, sem paz, deformadas pelas ambições de falsa
espiritualidade, existindo apenas no mundo das performances e das
superficialidades, enquanto vivem cheias de inveja; confessando-se santas,
enquanto estão taradas; dizendo-se povo de Deus, mas sem conhecer o caminho da
pacificação interior; cheias de juízo, e que é do tamanho de sua falta de
consciência de justificação na Graça, mediante a fé.
Ora, tais
pessoas, como não conhecem a Deus, vivem buscando preencher esse vazio com
cultos e mais cultos, com cargos eclesiásticos, com atividades missionárias,
com corais, com mil obrigações expiatórias; e entregam-se ao comando espiritual
de fabricantes de ídolos cristãos, que são as poções mágicas oferecidas em
troca de contribuições em dinheiro, escondendo algo que se disfarça sob a
nomenclatura de evangélico, e que é a coisa mais falsa que se poderia criar na
Terra em nome de Jesus.
Esta,
todavia, também é a razão das pessoas crentes serem tão infelizes, pois,
trocaram Jesus pela “igreja”, deixaram o Evangelho, e se entregaram a
“doutrinas e mandamentos de homens”.
Para tais
pessoas, mesmo que confessem o nome de Jesus, não há paz para o coração. Sim,
porque conhecem um nome, mas jamais provaram a Pessoa; e conhecem doutrinas,
mas não estão tomadas pelo espírito da Palavra, que é o que se torna vida em
nós.
Quando o
coração discerne o Evangelho e seu significado Hoje, então, quando lê nos
evangelhos a promessa que diz “eis que estou convosco todos os dias, até a
consumação dos séculos”, já não a lê como algo distante; e, nem tampouco
diferente do significado dessas mesmas palavras para os primeiros discípulos.
Para quem
conhece a Deus em espírito e em verdade, conforme Jesus, este Estou Convosco é
verdade. E é verdade todos os dias, todas as horas, em todos os caminhos, e até
mesmo nos enganos.
E porque
Ele está presente, Ele mesmo nos corrige em Seu justo amor. E porque Ele está
presente, Ele mesmo é nosso Pastor em todos as veredas. E, assim, aprende-se
que não há lugar para fugir de Sua presença. Sim, Ele não só está Presente, mas
Sua Presença também nos Persegue.
Quando
Ele está presente não há como não viver cheio de muita esperança e alegria; e,
sobretudo, olhando para o alto, de onde vem nossa Absoluta Redenção.
Enquanto
isto, indo... o nosso próprio caminhar Nele gera novos discípulos, os quais,
não nos pertencem, pois, somente a Ele pertencem, visto que foram comprados
pelo Seu sangue, e não pelo nosso.
Experimente
crer e confiar. Você verá a Tumba de Jesus vazia, e o ouvirá dizer: “Pare de
Chorar! Eis que estou com você todos os dias!”
Nele,
Caio
Escrito
em 2005
www.caiofabio.net
Por que os dez mandamentos são as dez coisas mais
difíceis que tentamos fazer na vida
I Não terás outros deuses
Não crerás na existência de outros deuses, senão de Deus.
Não explicarás o universo senão em relação a Deus.
Não terás outro critério de verdade senão Deus.
Não te relacionarás com pseudodivindades, senão com Deus.
Não dependerás de falsos deuses, senão de Deus.
Não terás satisfação em nada que exclua Deus.
II Não farás imagens
Não tratarás como Deus o que não é Deus.
Não compararás Deus com qualquer de suas criaturas.
Não atribuirás poder divino a qualquer das criaturas de Deus.
Não colocarás nenhuma criatura entre ti e o teu Deus.
Não diminuirás Deus para que possas compreendê-lo ou dominá-lo.
Não adorarás qualquer criatura que pretenda representar Deus.
III Não tomarás o nome do teu Deus em vão
Não dissociarás o nome da pessoa de Deus.
Não colocarás palavras na boca de Deus.
Não te esconderás atrás do nome de Deus.
Não usarás o nome de Deus para te justificares.
Não te relacionarás com uma idéia a respeito de Deus, senão com o próprio Deus.
Não semearás dúvidas respeito do caráter e da identidade de Deus.
IV Lembra-te do sábado
Não deixarás de dedicar tempo exclusivamente para Deus.
Não deixarás de prestar atenção em Deus.
Não deixarás de descansar em Deus.
Não derivarás teu valor da tua produtividade.
Não tratarás a vida como tua conquista.
Não deixarás de reconhecer que em tudo dependes de Deus.
V Honra teu pai e tua mãe
Não negarás tua origem.
Não terás vergonha do teu passado.
Não deixarás de fazer as pazes com tua história.
Não destruirás a família.
Não banalizarás a autoridade dos pais em relação aos filhos.
Não deixarás teu pai e tua mãe sem o melhor dos teus cuidados.
VI Não matarás
Não tirarás a vida de alguém.
Não tirarás ninguém da vida.
Não negarás o perdão
Não farás justiça com tuas mãos movidas pelo ódio.
Não banirás ninguém da tua vida.
Não negarás ao outro a oportunidade de existir na tua vida.
VII Não adulterarás
Não farás sexo.
Não farás sexo na imaginação.
Não farás sexo virtual.
Exceto com teu cônjuge.
Não te deixarás dominar pelos teus instintos físicos.
Não terás um coração leviano e infiel.
Não te satisfarás apenas no sexo, mas te realizarás acima de tudo no amor.
VIII Não furtarás
Não vincularás tua satisfação às tuas posses.
Não te deixarás dominar pelo desejo do que não possuis.
Não usurparás a propriedade e o direito alheios.
Não deixarás de praticar a gratidão.
Não construirás uma imagem às custas do que não podes ter.
Não pensarás só em ti mesmo.
IX Não dirás falso testemunho
Não dirás mentiras.
Não dirás meias verdades.
Não acrescentarás nada à verdade.
Não retirarás nada da verdade.
Não destruirás teu próximo com tuas palavras.
Não dirás ter visto o que não vistes.
X Não cobiçarás
Não viverás em função do que não tens.
Não desprezarás o que tens.
Não te colocarás na condição de injustiçado.
Não desdenharás os méritos alheios.
Não duvidarás da equanimidade das dádivas de Deus.
Não viverás para fazer teu o que é do teu próximo, mas do teu próximo o que é
teu.
Ed René Kivitz
www.ibab.com.br
Limite para liberdade soa como
contra senso. Mas não é. A razão é simples: dividimos o mundo com mais de 6
bilhões de pessoas. Quem leu Freud sabe disso: “a civilização descreve a soma
integral das realizações e regulamentos que distinguem nossas vidas das de
nossos antepassados animais, e que servem a dois intuitos, a saber: o de
proteger os homens contra a natureza e o de ajustar os seus relacionamentos
mútuos”. Em outras palavras, para sobreviver num universo hostil, cujas forças
da natureza espalham sofrimento e desolação, e em meio às gentes dominadas por
paixões e com tendências à violência, o ser humano precisa engolir o sapo de
aceitar limites à sua liberdade. Não é sem razão que muita gente vive com
ânsias de vômito.
A questão, portanto, é distinguir
quais são os tais limites à liberdade que devem ser aceitos daqueles contra os
quais devemos nos rebelar. Há os que escolhem a própria consciência como
paradigma único: eu sou assim; faço o que quero; não admito negociar meus
valores; não me submeto a regras idiotas; não me curvo às autoridades; me
recuso a manter minha consciência nas fronteiras do socialmente aceitável e
politicamente correto. Muitos desses foram loucos, ou rebeldes sem causa,
idiotinhas vendendo a alma pelos seus 15 minutos de fama, alguns tantos movidos
pelos demônios dos infernos, e outros inescrupulosos prepotentes, coisa de mau
caratismo mesmo. Mas não há como negar que muitos desses que pensaram e viveram
fora da caixa foram profetas construtores de novos paradigmas de civilização,
personalidades à frente de seu tempo que hoje reverenciamos, e um deles até
hoje é considerado Deus – Jesus de Nazaré. Esses últimos tinham em comum que
quase nenhum escolheu ser quem foi, quase todos lutaram com todas as forças
tentando negar o que eram e, com uma exceção, jamais imaginaram que no futuro
ocupariam a prateleira das personalidades inspirativas da humanidade. Quem
acredita que é, quase sempre não é.
A maioria dos mortais,
entretanto, escolhe viver nos limites da média dos valores consensados por suas
respectivas sociedades. Os lúcidos questionam os valores coletivos à luz de
seus valores pessoais e aceitam o fato inevitável de que o jogo comunitário
exige três passos para frente, dois passos para trás, e humildemente submetem
suas convicções particulares ao crivo coletivo, acreditando que no conflito e
no debate das ideias, a média dos valores consensados vai sendo qualificada no
esforço de todos pelo bem comum.
Os limites às liberdades
individuais são definidos, portanto, pela média dos valores consensados por uma
sociedade. Cada sociedade tem seus valores considerados sagrados ou intocáveis.
Em 2005, o jornal dinamarquês Jyllands-Posten publicou as 12 caricaturas
intituladas “Os rostos de Maomé” que, em janeiro de 2006, foram também
publicadas na revista norueguesa Magazinet. A polêmica foi grande e os grupos
islâmicos radicais protestaram com veemência o fato de alguém ousar fazer humor
com Allah e Maomé. O mesmo acontece com a comunidade judaica que legitimamente
protesta contra o desrespeito à memória do Holocausto, e com os negros que
corretamente se ofendem com as piadas de cunho racista. Mas no Brasil sobram
anedotas com o Cristo crucificado. A diferença é clara: cada sociedade tem sua
média consensada de valores considerados sagrados, seus níveis de tolerância
para as diferentes maneiras como podem ou devem ser tratados, e sua índole
peculiar que permite maior e menor flexibilidade na manipulação de seus afetos.
Essa é a razão porque os brasileiros somos capazes de chorar o luto dos nossos
ídolos e contar piadas a respeito deles ao mesmo tempo. Ayrton Senna recebeu
tanto o melhor do nosso riso quanto de nossas lágrimas.
Mas uma coisa não se pode negar.
Quando alguém cruza a linha e resvala, ainda que irresponsável e
displicentemente, no que é considerado sagrado e intocável por uma sociedade,
qualquer que seja ela, a resposta é imediata e contundente. O comentário de
Rafinha Bastos a respeito de Wanessa Camargo e seu ventre materno extrapolou os
limites aceitáveis. No Brasil, você pode contar piada sobre Jesus, José e
Maria, mas não pode fazer graça com pedofilia. Quem não respeita limites
impostos pelo consenso para a sua liberdade, cedo ou tarde acaba crucificado. O
tempo se encarrega de mostrar se o morto será esquecido como louco, sepultado
como tolo, ou adorado como Deus.
Ed Rene Kivitz
O Salmo 23 é o testemunho de Davi a respeito de seu relacionamento com Deus. Revela a maneira como Davi percebia e experimentava Deus. Caso alguém pedisse a Davi que descrevesse o seu Deus, ele diria Deus é o meu Senhor/Pastor, é Aquele que me supre, guia, restaura, acompanha na adversidade, protege dos inimigos e me cobre de misericórdia e bondade. Uma leitura teológico-sistemática diria que Deus pode ser chamado de Provedor (águas tranquilas, pastos verdes, e refrigério para a alma), Condutor (guia pelas veredas da justiça) e Protetor (vara e cajado no vale da sombra da morte, mesa farta na presença dos inimigos, bondade e misericórdia todos os dias) dos seus filhos.
Mas devo confessar minhas incredulidades. Caso você me pergunte se creio em Deus como meu Provedor, a resposta é um peremptório SIM. Mas se perguntar se isso significa que creio que jamais passarei por privações financeiras, jamais ficarei desempregado, jamais endividado, jamais irei mal nos negócios, jamais ficarei mais pobre do que sou hoje, jamais precisarei da ajuda de terceiros, a resposta desta vez é um peremptório NÃO.
Caso você me pergunte se creio em Deus como meu Condutor, a resposta é um peremptório SIM. Mas se perguntar se isso significa que creio que jamais tomarei decisões erradas, jamais escolherei o caminho da injustiça, jamais terei meus planos frustrados e castelos desmoronados, jamais ficarei indeciso e sem saber para onde ir, desta vez a resposta é igualmente um peremptório NÃO. Igualmente, caso você me pergunte se creio em Deus como meu Protetor, a resposta é um peremptório SIM. Mas se perguntar se isso significa que creio que jamais serei tocado pelas fatalidades, jamais serei alcançado pela tragédia, jamais serei ferido pela maldade, jamais serei injustiçado, jamais sofrerei perdas ou danos, mais uma vez a resposta é um definitivo NÃO.
A convicção quanto à provisão, orientação e proteção de Deus não nos isenta das possibilidades de fracassos, fatalidades, privações e ferimentos, tudo isso, ônus do direito de viver. A própria biografia de Davi me autoriza a tal afirmação. O início de sua trajetória rumo ao trono foi marcado por perseguição e ódio. Seu primeiro exército foi composto da escória da sociedade: endividados, angustiados e pessoas descartadas pela sociedade de então. Davi teve um filho que estuprou uma filha e depois foi assassinado pelo irmão. Depois disso, Davi usurpou seu poder de Rei e tomou para si a mulher de um de seus comandantes militares, que mandou matar: adultério e assassinato. O filho de seu adultério foi morto por ato disciplinar de Deus. O filho fratricida se revoltou contra sua autoridade e liderou uma rebelião no reino de Israel. Este filho rebelde foi morto pelo exército real e depois Davi teve que comparecer diante do povo para agradecer e honrar os assassinos do seu próprio filho, por quem chorou, desejando ter morrido em seu lugar. Qualquer pessoa poderia questionar que tipo de Provedor, Condutor e Protetor é esse que permite uma biografia marcada por tragédias, crimes, ódios, e pecados suficientes para determinar a infelicidade crônica de qualquer mortal.
Isso me leva a crer que as afirmações de Davi no Salmo 23 devem ser interpretadas de outra maneira, distinta daquela que nos leva a crer que Deus nos coloca dentro de uma bolha de bem-estar, conforto, e prosperidade inabaláveis. Por esta razão, creio que a expressão que sustenta o relacionamento entre Davi e Deus não apresenta Deus como Provedor, Condutor ou Protetor. Estas dimensões do relacionamento pertencem a Deus, e nas mãos de Deus está a prerrogativa de como prover, conduzir e proteger os seus. A expressão que determina a qualidade do relacionamento entre Davi e Deus é tu estás comigo. Caso você pedisse a Davi que descrevesse o seu Deus, ele deixaria de lado a teologia sistemática e falaria com o coração: Deus é meu grande companheiro. Ele está sempre comigo. Esteve comigo na caverna de Adulão. Esteve comigo quando Saul corria atrás de mim para me matar. Esteve comigo quando meus filhos se matavam e se odiavam. Esteve comigo quando eu não soube o que fazer para estancar o ódio dentro da minha casa. Esteve comigo quando eu andava pela escuridão usurpando, matando, mentindo. Esteve comigo quando meu filho conspirava contra mim. Esteve comigo quando eu precisei superar a minha dor para resguardar a autoridade do meu exército e preservar a unidade do exército e do povo. Deus é meu grande companheiro.
Minha leitura deste Salmo 23 me ensinou duas coisas essenciais. Primeiro, me ensinou que não devo basear meu relacionamento com Deus naquilo que Deus pode fazer por mim, mas sim naquilo que Deus pode fazer em mim. As expectativas que tenho a respeito de Deus não estão relacionadas ao que Ele pode fazer em minhas circunstâncias, mas sim ao que Ele pode fazer em meu coração.
Afirmar o Senhor é meu Pastor e nada me faltará implica um caminho livre de ansiedade e repleto de satisfação. Espero que o dia da escassez nunca bata à minha porta, mas se chegar, o que mais espero é poder dizer que aprendi a estar contente em qualquer situação, porque Deus está comigo, e posso superar qualquer circunstância ruim naquele que me fortalece”.
Afirmar que ele me conduz às águas tranqüilas, aos pastos verdejantes e restaura a minha alma implica um caminho de serenidade e saúde emocional. Tenho certeza que Deus tem o seu caminho no meio da tormenta, e mesmo no deserto, me levará aos mananciais onde poderei ser restaurado no corpo e na alma. Espero jamais passar pelo que Paulo apóstolo passou, mas caso necessário, o que mais espero é também poder dizer que combati o bom combate, terminei a carreira e guardei a fé: estou inteiro e passaria por tudo novamente”.
Afirmar que Deus prepara uma mesa na presença dos meus inimigos e unge a minha cabeça com óleo, implica um caminho onde a alegria é possível mesmo quando o que é mal está diante dos nossos olhos. Espero que o ódio do mundo e do mal não se materializem contra mim de forma tão visível e explícita, mas caso aconteça, espero muito mais ter a coragem de continuar em frente, com os olhos fitos na mesa posta pelo Bom Pastor que me prometeu vida abundante no meio dos lobos.
A segunda coisa que aprendi lendo o Salmo 23 é que não devo basear meu relacionamento com Deus naquilo que Deus pode fazer por mim, mas no que eu posso fazer tendo um Deus como Ele. Diante dos vales de sombra da morte, não devo ficar esperando que Deus me leve para longe do vale, ou que Deus afaste do vale a sombra da morte. No dia em que tudo ficar escuro, espero não me deixar tomar por um espírito de covardia, mas me levantar movido pelo espírito de amor, moderação, e poder, para atravessar o vale com a dignidade que somente os que afirmam Deus está comigo podem ter.
Que venha o futuro – ou melhor, eu vou ao futuro sentado na confortável poltrona 23.
Ed Renè Kivitz
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