sábado, 20 de junho de 2009

SOBRE DEUS

Por Donald Miller











"Meu mais recente esforço de fé não é do tipo intelectual. Eu realmente não faço mais isso. Mais cedo ou mais tarde você simplesmente descobre que há alguns caras que não acreditam em Deus e podem provar que ele não existe e alguns outros caras que acreditam em Deus e podem provar que ele existe - e a esse ponto a discussão já deixou há muito de ser sobre Deus e passou a ser sobre quem é mais inteligente; honestamente, não estou interessado nisso."

Do livro Como os pinguins me ajudaram a entender Deus.

quinta-feira, 11 de junho de 2009

SOMOS SANTOS !


No meio religioso, existe a concepção de que a santidade depende do esforço humano. Como se houvesse algum ato do homem que pudesse torná-lo apto a “estar mais perto de Deus” e “ser mais santo”.
A compreensão de santidade para a maioria dos cristãos é farisaica, hipócrita e legalista, que fala mais da luta interior daquele que determina as normas e que acaba por afastar os fracos na fé.
Aprendemos que viver a santidade depende de nossos próprios meios e da observância de regras e condutas. É viver debaixo da lei quando Jesus nos ensinou o caminho da Graça. Essa doutrina tem formado crentes reprimidos e moralmente frustrados, e, o pior, que poderão não estar junto ao Pai na eternidade.
Só podemos entender santidade através da obra de Jesus. Ela é uma condição conquistada na cruz e, para Deus, uma obra definitiva, pois já fomos justificados.
Tendo como fundamento Jesus, que é o Verbo Encarnado, ela não depende do nosso empenho, pois Ele se santificou por nós. O Senhor, em João 17, afirma isso na oração ao Pai: “Eles não são do mundo, como também eu não sou. Santifica-os na verdade; a tua palavra é a verdade. Assim como tu me enviaste ao mundo, também eu os enviei ao mundo. E a favor deles eu me santifico a mim mesmo, para que eles também sejam santificados na verdade”.
Definitivamente, ser santo é estar em Cristo, e nada mais além disso.
A santificação está intimamente relacionada com a salvação e caminham juntas. Em Jesus, somos santos assim como somos salvos e justificados.
No texto em Filipenses 2.12,13, Paulo diz “... desenvolvei a vossa salvação com temor e tremor; porque Deus é quem efetua em vós tanto o querer como o realizar, segundo a sua boa vontade”.
O que muitos ensinam como santificação é, na verdade, o termo usado para o caminho da maturidade espiritual, o aperfeiçoamento da salvação/santidade que já recebemos. É a cristificação, transformação gradual do ser humano criado à semelhança de Deus para que chegue à imagem de Jesus Cristo, o qual é “a imagem do Deus invisível, o primogênito de toda a criação, porque aprouve a Deus que, nele, residisse toda a plenitude” (Cl. 1.15,19).
A partir do momento que Deus nos santifica, o pecado não tem domínio sobre nós e somos livres para fazer nossas escolhas na verdade. E,assim, entendemos que o cristão procura agir corretamente porque é santo; e não o contrário, que ele se torna santo porque sua conduta é correta.
É, até para o chamado de “viver concretamente a santidade” é Deus quem nos capacita e nos supre. Sem esta provisão espiritual a vida cristã é simplesmente impossível de se manter.
O real entendimento da santidade nos possibilita honrar e glorificar a Deus sem nos sentirmos merecedores de reconhecimento. Torna-nos mais humildes e menos juízes dos demais.
Além de nos possibilitar uma caminhada cristã apenas na força do Senhor, tendo como alvo a restauração da imago Dei em nós à semelhança de Jesus.
Sabendo, ainda, que esse processo não desemboca em cumprir regras e condutas exteriores, mas na prática do amor, da tolerância, da misericórdia, da justiça e de todos os demais ensinamentos cristãos.

Rosane Itaborai Moreira

domingo, 7 de junho de 2009

ARTIGO DE PAULO CILAS










GRAÇA QUE NOS EMPAREDA

Conta Philip Yancey que, chegando a uma reunião de escritores cristãos, um assunto já estava em debate: Qual a maior contribuição prática do Cristianismo ao mundo? Bem informalmente, os debatedores constatavam que benfeitorias sociais, educacionais, médicas e outras emocionais e espirituais também eram realizadas por muitas outras religiões no mundo. Ao responder, Yancey foi direto: A Graça!
De fato, todas as religiões apresentam algum tipo de salvação sempre baseada no auto-sacrifício, reencarnação, mérito e purgatório, etc...
Mas, triste mesmo é a constatação de que a Graça não é compreendida e por isso mesmo não vivida; e o pior, ela não é aceita no meio dos que dizem seguir seu Autor. Em alguns casos ela soa como uma ameaça à boa fé. Mas, por que? Porque a Graça não consegue ser entendida em sua plenitude?
Penso que, no confronto com a Lei, ela é muito mais contundente. Na Graça, não basta não matar, pois ela me revela o quanto sou mau em odiar. Ela me coloca em pé de igualdade com um assassino. E isto? Ah! Isto é injusto, ora. Então, ainda que meio sem querer, eu a renego.
E o mérito? Vivemos a era da concorrência, da mídia. Propagandas de escolas afirmam que nelas só estudam as melhores cabeças ou os que querem ter um futuro brilhante. E, no mercado, os melhores são logo escolhidos e usados. Na igreja humana quanto maior e luxuoso o prédio, quanto mais "visões e unções" e o maior número de seguidores, tem-se estabelecida a melhor, a mais, mais dentre todas.
Entretanto, a Graça joga tudo isto por terra. Nela estávamos todos encerrados debaixo da desobediência. Todos éramos, sem ela, miseráveis, pobres , cegos e nus. E sem ela permanecemos assim. Méritos, justiça própria, aparências, obras... Nada disso subsiste. Nada pode ser apresentado diante de Deus como coisa de valor. Pois tudo estava condenado.
Alguns, para não dizer muitos, alegam que quando se prega muito sobre Graça há uma corrida desenfreada para o pecado. O entendimento é que a pessoa se torna mais pecadora a partir da Graça. Muitas vezes, isto não é dito de forma clara, mas está camuflado no "modus operandis" eclesiástico. Mas vejam só! Pela Graça é a única maneira possível do homem ser salvo.
"O homem não é pecador porque peca. Ele peca por ser pecador".
Estou então emparedado pela Graça. Sendo o único instrumento de salvação, sua eficácia só se dá em meio a uma confissão genuína. Não aceita aparência, mas me expõe como verdadeiramente sou, quebrando minha altivez . Devo fazer o melhor sem esperar recompensa, pois se o fizer nem "servo inútil" serei. Torno-me só inútil.
Então, viver pelas várias leis criando novas fórmulas e regras disfarçadas de coisas de Deus é mais cômodo. A Graça constrange muito!

www.prpaulocilas.blogspot.com

terça-feira, 2 de junho de 2009

A ARTE DE ESTAR COM O OUTRO


Amor significa a arte de estar com os outros. Meditação significa a arte de estar consigo mesmo. São dois aspectos da mesma moeda. Uma pessoa que não sabe como estar com ela mesma verdadeiramente não pode relacionar-se com os outros. O relacionamento dela será inconveniente, sem graça, feio, fortuito e acidental. Num momento tudo está indo bem e noutro momento tudo se foi. Ele estará sempre indo para cima e para baixo; nunca ganhará profundidade. Será muito ruidoso. Certamente ele lhe dará uma ocupação, mas não terá nenhuma melodia nele, nem lhe alçará até as alturas da existência ou até as profundezas do ser. E vice-versa: a pessoa que não é capaz de estar com os outros, de relacionar-se, achará muito difícil relacionar-se consigo mesma, porque a arte de relacionar-se é a mesma. Seja relacionar-se com os outros ou consigo mesmo, não faz muita diferença: é a mesma arte.
Essas artes têm que ser aprendidas juntas, simultaneamente; elas são inseparáveis. Esteja com as pessoas, não inconscientemente, mas bem conscientemente. Relacione-se com as pessoas como se você estivesse cantando uma canção, como se você estivesse tocando numa flauta; cada pessoa precisa ser pensada como um instrumento musical. Respeite-as, ame-as e adore-as, porque cada pessoa é uma face oculta do divino.
Portanto seja bem cuidadoso, bem atento. Lembre-se do que você está dizendo; lembre-se do que você está fazendo. Pequenas coisas bastam para destruir relacionamentos, e pequenas coisas tornam relacionamentos tão belos. Às vezes basta um sorriso, e o coração do outro se abre para você; às vezes basta um olhar errado em seus olhos, e o outro se fecha – é um fenômeno delicado. Pense nisso como uma arte: assim como o pintor é muito vigilante do que ele está fazendo na tela, cada simples traço irá fazer muita diferença. Um pintor verdadeiro pode mudar toda a pintura apenas com um simples traço.
A vida tem que ser aprendida como uma arte: muito cuidadosamente, bem deliberadamente. Assim, o relacionamento com os outros precisa se tornar um espelho: veja o que você está fazendo, como você está fazendo isso e o que está acontecendo. Que está acontecendo ao outro? Você está tornando a vida dele mais miserável? Você está provocando sofrimento nele? Você está criando um inferno para ele? Então retire-se. Mude suas maneiras. Embeleze a vida ao seu redor. Deixe que cada pessoa sinta que o encontro com você é uma dádiva: apenas por estar com você algo começa a fluir, a crescer, algumas canções começam a surgir no coração, algumas flores começam a se abrir. E quando você estiver sozinho, então sente-se totalmente em silêncio, absolutamente em silêncio, e observe a si mesmo. Assim como o pássaro tem duas asas, deixe amor e meditação serem suas duas asas. Crie uma sincronicidade entre eles, assim eles não estarão de maneira alguma em conflito um com o outro, mas cuidando um do outro, alimentando um ao outro, auxiliando um ao outro. Esse vai ser o seu caminho: a síntese entre amor e meditação.
Fonte: The Rainbow Bridge
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