quinta-feira, 11 de junho de 2009

SOMOS SANTOS !


No meio religioso, existe a concepção de que a santidade depende do esforço humano. Como se houvesse algum ato do homem que pudesse torná-lo apto a “estar mais perto de Deus” e “ser mais santo”.
A compreensão de santidade para a maioria dos cristãos é farisaica, hipócrita e legalista, que fala mais da luta interior daquele que determina as normas e que acaba por afastar os fracos na fé.
Aprendemos que viver a santidade depende de nossos próprios meios e da observância de regras e condutas. É viver debaixo da lei quando Jesus nos ensinou o caminho da Graça. Essa doutrina tem formado crentes reprimidos e moralmente frustrados, e, o pior, que poderão não estar junto ao Pai na eternidade.
Só podemos entender santidade através da obra de Jesus. Ela é uma condição conquistada na cruz e, para Deus, uma obra definitiva, pois já fomos justificados.
Tendo como fundamento Jesus, que é o Verbo Encarnado, ela não depende do nosso empenho, pois Ele se santificou por nós. O Senhor, em João 17, afirma isso na oração ao Pai: “Eles não são do mundo, como também eu não sou. Santifica-os na verdade; a tua palavra é a verdade. Assim como tu me enviaste ao mundo, também eu os enviei ao mundo. E a favor deles eu me santifico a mim mesmo, para que eles também sejam santificados na verdade”.
Definitivamente, ser santo é estar em Cristo, e nada mais além disso.
A santificação está intimamente relacionada com a salvação e caminham juntas. Em Jesus, somos santos assim como somos salvos e justificados.
No texto em Filipenses 2.12,13, Paulo diz “... desenvolvei a vossa salvação com temor e tremor; porque Deus é quem efetua em vós tanto o querer como o realizar, segundo a sua boa vontade”.
O que muitos ensinam como santificação é, na verdade, o termo usado para o caminho da maturidade espiritual, o aperfeiçoamento da salvação/santidade que já recebemos. É a cristificação, transformação gradual do ser humano criado à semelhança de Deus para que chegue à imagem de Jesus Cristo, o qual é “a imagem do Deus invisível, o primogênito de toda a criação, porque aprouve a Deus que, nele, residisse toda a plenitude” (Cl. 1.15,19).
A partir do momento que Deus nos santifica, o pecado não tem domínio sobre nós e somos livres para fazer nossas escolhas na verdade. E,assim, entendemos que o cristão procura agir corretamente porque é santo; e não o contrário, que ele se torna santo porque sua conduta é correta.
É, até para o chamado de “viver concretamente a santidade” é Deus quem nos capacita e nos supre. Sem esta provisão espiritual a vida cristã é simplesmente impossível de se manter.
O real entendimento da santidade nos possibilita honrar e glorificar a Deus sem nos sentirmos merecedores de reconhecimento. Torna-nos mais humildes e menos juízes dos demais.
Além de nos possibilitar uma caminhada cristã apenas na força do Senhor, tendo como alvo a restauração da imago Dei em nós à semelhança de Jesus.
Sabendo, ainda, que esse processo não desemboca em cumprir regras e condutas exteriores, mas na prática do amor, da tolerância, da misericórdia, da justiça e de todos os demais ensinamentos cristãos.

Rosane Itaborai Moreira

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