segunda-feira, 31 de agosto de 2009

ALEGRIA NA ADVERSIDADE


Em tribulações e adversidades, quando a fé de um cristão é colocada à prova, vivem-se sentimentos de tristeza, angústia, dúvida, desânimo, derrota. Mas, a Bíblia afirma que também se pode experimentar a alegria nesses momentos. Tiago escreve: “Meus irmãos, tende por motivo de toda alegria o passardes por várias provações, sabendo que a provação da vossa fé, uma vez confirmada, produz perseverança. Ora, a perseverança deve ter ação completa, para que sejais perfeitos e íntegros, em nada deficientes” (Tg 1:2-4).
A adversidade é importante porque testa a fé; expõe a natureza e a qualidade desta fé. Revela se foi adquirida em meio a conhecimento e entendimento genuíno da Palavra, ou se foi “contraída” nas reuniões estilo neopentecostais, ou se tal fé serviu somente para atender às necessidades pessoais urgentes. A fé do crente pode ser confirmada, reprovada, ou, ainda, considerada imatura e sujeita a novas provas.
A fé aprovada é motivo de muita alegria e fornece a perseverança. A perseverança se traduz em consistência, constância e persistência na vida do cristão, independente das cirscunstâncias.
Esse cristão continua seu caminho com firmeza na maturidade espiritual, crendo na plenitude do Evangelho. Ele não desanima de sua fé, não é levado por vento de doutrina ou por engano dos homens. Ele persiste na Cruz de Cristo, e não desiste da Palavra que salva e liberta.
Ao ter sua vida e seus valores construídos também na adversidade e diante de Deus, o homem tem suas experiências ampliadas e uma vida mais completa. As tribulações levam ao aprendizado prático de questões como a necessidade da oração, o valor do perdão, o peso do pecado, a importância do outro, a fragilidade humana, a misericórdia de Deus... A adversidade produz maturidade que o torna capaz de discernir o real valor das coisas e das pessoas, fortalecendo o caráter cristão.
Enfim, nos momentos de tribulações, podemos sentir alegria ao trazer à memória este texto de Tiago, que nos dá a esperança de sermos pessoas melhores, mais maduras e íntegras depois de termos nossa fé provada e confirmada.

Rosane Itaborai Moreira

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

ARTIGO DE ED RENÉ KIVITZ











GESTÃO E FELICIDADE

Nosso mestre Ariovaldo Ramos está nos ensinando a respeito da felicidade. Sua tese é que a Bíblia não define felicidade, mas descreve o tipo de gente que é feliz. Ao analisar o Salmo 1, disse que "feliz é aquele que sabe onde está o verdadeiro prazer", a saber, na meditação na Lei do Senhor, isto é, a Lei do Amor, pois toda a Lei se resume em amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo. Aqueles entram na dinâmica do amor se distinguem dos rebeldes, dos escarnecedores e dos ímpios, isto é, se submetem a Deus e seu jeito de fazer as coisas, em detrimento de se associarem com aqueles que desejam construir um mundo sem Deus.
O mundo sem Deus é um mundo estressado e estressante, onde o homem tenta desesperadamente resgatar o paraíso às custas de suas próprias forças e às expensas de tudo e todos. O mundo com Deus (ou de Deus) é um mundo descrito em linguagem orgânica, viva, através das imagens "árvore, folhagens, frutos, fontes de águas, vento". Na dinâmica do amor, a vida tem balanço, obedece ciclos onde cada coisa acontece a seu tempo.
Esta visão conduz à afirmação de que "nada no universo frutifica o tempo todo", o que confronta dramaticamente o espírito moderno de busca frenética de resultados. A árvore plantada junto aos ribeiros de águas dá seu fruto na estação certa. Não se promete fruto todo dia e toda hora. O que se promete é uma folhagem viçosa, isto é vitalidade da árvore, ou se preferir, uma árvore que sempre dará fruto na época de dar fruto. Enquanto a economia humana está baseada em fazer para garantir resultados, a economia divina está baseada em ser para garantir vitalidade. A convicção é que "todo ser vivo frutifica", em contraposição à falsa afirmação de que "todo ser ativo produz o tempo todo".
O que isso tem a ver com felicidade? O que isso tem a ver com gestão? E o que gestão e felicidade tem a ver com isso? Compreendo que felicidade, aqui, significa satisfação: ver o fruto do seu trabalho e ficar satisfeito, dizer ao final: "Isso é muito bom, isso é suficiente". Aqueles que compreendem que nada no universo frutifica o tempo todo, terão paciência no tempo de arar a terra, aguardar a chuva, semear na estiagem, e esperar as flores e frutos. Ao final, apesar das lágrimas dos processos, voltarão com alegria, trazendo sua colheita abundante. Aqueles que quiserem frutificar o tempo todo se arremessarão freneticamente no ativismo, levarão a terra à exaustão, atropelarão pessoas, precipitarão processos, e ao final ficarão frustrados e desiludidos a se perguntar o porque do fracasso após tanto trabalho. Por esta razão, acredito que felicidade e gestão têm tudo a ver com isso.
O segredo não é trabalhar sem tréguas esperando resultados diários e imediatos. O segredo é trabalhar em sintonia com a dinâmica do amor e os ciclos da vida, garantindo que as árvores estejam plantadas junto às correntes de águas e zelando para que cada árvore tenha sua folhagem brilhando de vitalidade, na certeza de que no tempo certo, darão seu fruto. O difícil é saber, no contexto da gestão e operação, onde estão as correntes das águas.

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

O MEDO DE JÓ


"O Senhor é a minha luz e a minha salvação; de quem terei medo? O Senhor é a fortaleza da minha vida; a quem temerei?" Sl. 27.1

O Livro de Jó é conhecido por abordar um tema até hoje incompreensível para a humanidade – o sofrimento do homem diante da soberania de Deus. Mas, num entendimento mais profundo e espiritual, pode-se perceber,também, a ação e o tratamento de Deus na vida de um homem sincero, desejoso do bem, mas sem confiança nem paz, e que não conhecia verdadeiramente o Senhor.
O livro inicia com a permissão de Deus para que Satanás tocasse em Jó e em tudo que possuía. Provavelmente, não seria apenas para aceitar o desafio de Satanás e provar, sem motivo algum, a fidelidade de um homem. Esse cenário teria sido pano de fundo para que Deus se revelasse a Jó e o tratasse, utilizando Satanás para agir na sua fraqueza – o medo.
Deus refere-se a Jó como “homem íntegro e reto, temente a Deus, e que se desvia do mal”. Ele oferecia holocaustos por seus filhos e os santificava, temendo que tivessem pecado contra Deus. Quando ocorreu a desgraça sobre sua vida, afirmou: “Porque aquilo que temia me sobreveio; e o que receava me aconteceu. Nunca estive tranquilo, nem sosseguei, nem repousei, mas veio sobre mim a perturbação.” (Jó. 3.25,26).
Aí há a declaração de um homem com tanto medo do sofrimento e do castigo de Deus que não tinha paz e agia correta e preventivamente com o objetivo de livrar-se do mal.
O medo é tão nocivo ao homem que se torna senhor da sua vida. Paralisa, limita e atrai o mal, seja por atuação da própria mente, que sabidamente tem poder, seja por força maligna, e, principalmente, pela combinação dos dois. Assim, acaba por fazer que o que se teme torne-se realidade na própria vida.
O medroso é sempre assombrado e atacado pelo objeto de seu temor.
A Palavra de Deus nos garante que o aperfeiçoamento do amor de Deus no cristão livra-o do medo, mas que o medo não permite que esse amor se aprimore. Medo e amor não coexistem. “No amor não existe medo; antes, o perfeito amor lança fora o medo. Ora, o medo produz tormento; logo, aquele que teme não é aperfeiçoado no amor.” (I Jo. 4.18)
O Salmo 91 afirma que aquele que confia e se refugia no Senhor será livrado do laço do passarinheiro e da peste perniciosa. Não temerá o terror da noite nem a seta que voa de dia; nem a peste que anda na escuridão ou mortandade que assola ao meio-dia.
A falta de medo é expressão da total confiança no amor de Deus.
Deve-se não temer nada; ao contrário, ter a plena confiança de que o amor de Deus fortalece seus filhos e os faz mais do que vencedores. Que se Deus é pelos seus, nada poderá ser contrário. Que nada os afasta do Seu amor. Não é preciso temer a dor, a morte, o diabo, o futuro, os sofrimentos presentes, ou os perigos da vida.
Jó não confiava na misericórdia e no pleno amor de Deus; tinha a idéia de um deus de vingança e de castigo, que exigia sacrifícios para continuar abençoando. Um deus que aprisiona e não que liberta.
O medo o havia levado ao tormento, à perturbação e à atuação maligna. Sofreu dores na alma e no corpo. Mas, depois de sua experiência pessoal com o Senhor, pode declarar: “Eu te conhecia só de ouvir, mas agora os meus olhos te vêem.” (Jó. 42.5)
Os cristãos devem ser confiantes e ter descanso em Deus, pois Ele está no controle de suas vidas e de todas as outras criaturas. E, o melhor, é que o Senhor ainda assegura a seus filhos que Ele “... age em todas as coisas para o bem daqueles que O amam, dos que foram chamados segundo o seu propósito" (Rm 8.28 - NVI).

Rosane Itaborai Moreira