terça-feira, 15 de novembro de 2011

O VERDADEIRO RESGATE

No último domingo, 13 de novembro de 2011, o Brasil pode assistir a cobertura completa da retomada das favelas da Rocinha, do Vidigal e Chácara do Céu pelas forças de paz. A ocupação foi um sucesso e, no dia seguinte, o clima já era de tranquilidade. Depois de 40 anos subjugados pelo tráfico de drogas, os moradores do local podem, enfim, ter esperança de uma vida digna e de paz.
Se esse exemplo pontual de resgate da liberdade nos emociona e nos leva a confiar em dias melhores, precisamos entender o valor infinitamente maior do resgate da vida eterna por Jesus, ao retirar o homem do poder do pecado, da morte e da condenação, reconciliando-o com o Pai.
A Palavra de Deus relata que o pecado entrou na humanidade, sujeitando-a à morte eterna e condenação e separando-a de Deus.“Portanto, como por um homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado a morte, assim também a morte passou a todos os homens por isso que todos pecaram” (Rm. 5.12); “todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus” (Rm 3:23).
Nessa condição, até a própria Lei, dada por Deus como orientação humana, tornou-se objeto de reprovação. “E o mandamento que era para vida, achei eu que me era para morte. Porque o pecado, tomando ocasião pelo mandamento, me enganou, e por ele me matou.” (Rm. 7.10,11)
Como éramos escravos do pecado, da morte e da condenação, nosso acesso a Deus era limitado e nosso relacionamento com o Pai estava comprometido. Nossa esperança havia sido anunciada pelos profetas a aguardávamos ansiosamente a vinda daquele que nos resgataria a vida e a liberdade.
Somente uma atitude divina e gratuita seria capaz de liquidar essa dívida, pois isso seria impossível ao homem. E foi essa a missão de Cristo, morrer e pagar a nossa condenação, promovendo a justiça de Deus e conduzindo-nos novamente à vida e à presença do Pai. "Porque, se pela ofensa de um só, a morte reinou por esse, muito mais os que recebem a abundância da graça, e do dom da justiça, reinarão em vida por um só, Jesus Cristo" (Rm. 5.17).
O verdadeiro resgate da vida humana foi o que Jesus nos proporcionou na cruz do Calvário. A nossa libertação em Cristo é a conquista da liberdade plena, da dignidade e da vida eterna. É a esperança em dias melhores e a certeza da paz total com Deus, que somente o sangue do Cordeiro pode promover. “Tendo sido, pois, justificados pela fé, temos paz com Deus, por nosso Senhor Jesus Cristo; pelo qual também temos entrada pela fé a esta graça, na qual estamos firmes, e nos gloriamos na esperança da glória de Deus.” (Rm. 5.1,2)

Rosane Itaborai Moreira

quinta-feira, 3 de março de 2011

O ALVO DO CRISTÃO

Segundo o dicionário, caráter é um conjunto de qualidades, boas ou más, que distinguem uma pessoa. Em linguagem comum, o termo decreve os traços morais da personalidade. Assim, toda a forma de pensar e agir, independente de estar a sós ou sendo observado, é traço característico do caráter de um indivíduo.
A Bíblia diz que devemos buscar o caráter de Cristo; que este deve ser nosso alvo. E essa transformação não é atingida imediatamente; ela é fruto de uma busca contínua e persistente, e nem sempre confortável. No entanto, ao nos dispormos, Deus age em nossas vidas e vai nos aperfeiçoando à Sua imagem e semelhança. “Mas todos nós, com rosto descoberto, refletindo como um espelho a glória do Senhor, somos transformados de glória em glória na mesma imagem, como pelo Espírito do Senhor.” (2Co. 3.18)
Essa disposição em direção à busca do caráter de Jesus só se inicia quando há a percepção de que somos imperfeitos e que necessitamos de aprimoramento tendo o Senhor como exemplo e alvo. Ao entendermos os nossos defeitos e a excelência de Cristo, podemos abrir mão de nossos desejos e permitir o tratamento de Deus.
O primeiro gesto do homem que busca ser semelhante a Cristo é se humilhar diante da grandiosidade e perfeição de Deus. A iniciativa é nossa, mas, como já foi dito, não alcançaremos nosso intento por nós mesmos, e sim pela ação do Espírito Santo. Não será um trabalho humano, mas divino e sobrenatural.
Jesus afirma em João capítulo 15 que Ele é a videira e nós, a vara; e que o Pai limpa toda vara que dá fruto, para que dê mais frutos ainda. Essa é a garantia que temos: que é o próprio Deus age em nossas vidas para que cheguemos “a homem perfeito, à medida da estatura completa de Cristo” (Ef. 4.13).
Nesse processo, uma coisa muito interessante acontece: a medida que conhecemos a Deus e somos por Ele transformados vamos percebendo o quando necessitamos, ainda mais, de sermos limpos e aperfeiçoados.
Aos poucos, Deus vai moldando nosso caráter, retirando nossos traços indesejáveis e melhorando nossas virtudes. A única condição é a persistência em permanecer em Cristo, buscando-O e reconhecendo a nossa condição de dependência.
Devemos lembrar que há um propósito maior quando Deus nos ensina buscar ser igual ao Senhor. E esse propósito não é apenas o nosso testemunho terreno nessa vida, mas também a nossa vida eterna. Não podemos nos esquecer que não findaremos com a morte; viveremos com Jesus. Ainda mais por isso, devemos nos manter firme em direção ao alvo, pois com Ele também reinaremos eternamente.

Rosane Itaborai Moreira

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

O REINO DE DEUS

Seguir a Jesus é uma atitude corajosa, que exige renúncia e determinação. O Reino de Deus, verdadeiramente, não é daqui. Os seus valores não são os do mundo. Ao contrário, os valores enaltecidos no Reino são desprestigiados e repudiados por nossa sociedade.
No Magnificat de Maria, ela declara sua esperança em relação ao novo reino que se apresentava:
“Porque me fez grandes coisas o Poderoso; e santo é seu nome.
E a sua misericórdia é de geração em geração sobre os que o temem.
Com o seu braço agiu valorosamente; dissipou os soberbos no pensamento de seus corações.
Depôs dos tronos os poderosos, e elevou os humildes.
Encheu de bens os famintos, e despediu vazios os ricos.” (Lc. 1.49-53)
A vinda do Deus encarnado à terra marcou a instauração do Seu Reino não apenas na Palestina, mas em todo lugar que tiver a presença de cada um de seus seguidores.Afinal, ele existe primeiramente dentro de cada um de nós.
O Seu Reino não determinou somente uma nova ordem social, como também estabeleceu novos conceitos morais, espirituais e relacionais. Revolucionou a sociedade da época e todas as épocas que vieram após sua vinda.
Assim sendo, as declarações de Jesus devem encontrar lugar em nossos corações e em nossos atos para que promovam mudança no mundo.
O Senhor elogiou a viúva pobre que dera todo o seu sustento, apesar de serem apenas duas moedas. Considerou “próximo” o samaritano, desprezado historicamente pelos judeus. Desvalorizou a religiosidade do jovem rico, mostrando que o entendimento da lei ultrapassava as aparências. Declarou felizes os mansos, injustiçados, perseguidos, puros e aqueles que choram. Ensinou o perdão, a renúncia e a misericórdia. Amou os pecadores e os desprezados. Por isso, e muito mais, enfureceu os judeus, que sentiram-se afrontados e ameaçados pela grandeza e veracidade de suas afirmações e atitudes.
Somos, igualmente, como discípulos de Cristo, convidados a revolucionar a sociedade, a não seguir os seus padrões. Afinal, pertecemos ao Reino de Deus, um reino que tem Jesus no comando, cujas regras e leis não se dobram ao poder, conhecimento e riqueza humanos.
O Reino, ao contrário, é regido pelo amor, justiça e misericórdia; requer que nos esvaziemos de nós mesmos e nos submetamos ao Senhor, que caminhemos a segunda milha e ofereçamos a outra face. Exige que nossa vida seja o testemunho vivo do senhorio de Cristo.
Fazer parte do Reino de Deus é ser o sal da terra e a luz do mundo, ser daqueles que não se dobram e “têm alvoroçado o mundo, ... estes procedem contra os decretos de César, dizendo que há outro rei, Jesus.” (At. 17.6,7)

Rosane Itaborai Moreira

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

POR DIAS MELHORES

As novas gerações sempre foram alvos de esperança de dias melhores. É natural desejar que, entre os jovens, surjam muitos que irão indignar-se com situações difíceis e liderar movimentos de mudança.
Apesar de não estar entre eles, necessariamente, a melhor solução, é o encontro do antigo com o novo que amplia os horizontes e traz outras possibilidades. E são eles que podem dar nova direção às diversas áreas da sociedade.
No entanto, a pós-modernidade é marcada por uma juventude bem diferente das anteriores. Ela não é mais inconformada com o presente e nem apresenta a preocupação em construir um futuro melhor. Não está interessada com o legado que irá deixar, com a história que irá edificar nem com as mudanças que irá produzir.
Não, os jovens dos dias atuais são marcados pela experiência sensorial, interessados no sentimento que irão provar e não têm perspectiva de futuro para eles mesmos.
Isso se reflete também na vida cristã, pois eles também tendem, na vida religiosa, a buscar apenas as sensações da próxima vivência e a não se preocupar com o fundamento e a essência do Cristianismo.
O grande desafio da igreja é resistir à tentação de se adaptar a esse momento. Não devemos, ou melhor, não podemos nos preocupar em oferecer a essa geração um modelo religioso que preencha às suas necessidades. Isso só iria produzir jovens mais vazios e imaturos, sem compromisso e sem convicção. E, como consequência, estaria sendo incentivada uma igreja sem identidade e marcada pela vulnerabilidade.
Ao contrário, trata-se de uma oportunidade preciosa, pois a falta de sonhos e objetivos concretos desequilibra a juventude, podendo produzir novos rumos e expectativas por dias melhores. Temos a obrigação de continuar apresentando-lhe Jesus como uma experiência real e a única solução para as suas angústias, desesperanças e anseios intermináveis por novas sensações.

Rosane Itaborai Moreira