quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

O NASCIMENTO DO REI

O nascimento do Rei chegou. O Natal é uma festa de grande alegria. Traz glória a Deus no céu e alegria na terra entre os homens. O anjo disse aos pastores de Belém: “Não temais, porque vos trago novas de grande alegria para todo o povo; é que hoje na cidade de Davi, vos nasceu o Salvador, que é Cristo, o Senhor” (Lc 2.10,11). Os céus de Belém se cobriram de anjos e uma música ecoou desde as alturas: “Glória a Deus nas maiores alturas, e paz na terra entre os homens a quem ele ama” (Lc 2.14). Devemos celebrar o nascimento de Jesus com entusiasmo, com gratidão e com louvor em nossos lábios. O Natal foi planejado na eternidade. Foi prometido no tempo. Anunciado pelos profetas. Cumprido na plenitude dos tempos. Deus entrou em nossa história, encarnou-se, vestiu a nossa pele e calçou as nossas sandálias. Jesus veio ao mundo não apenas para estar ao nosso lado, mas para ser o nosso substituto. O Rei dos reis fez-se servo. Sendo rico, tornou-se pobre. Sendo santíssimo, fez-se pecado. Sendo o autor da vida, morreu em nosso lugar. O nascimento do Rei foi um golpe no orgulho dos poderosos. O Rei dos reis não entrou no mundo vestido das glórias celestiais. Ele não nasceu num palácio, mas numa estrebaria. Não pisou tapetes aveludados, mas andou pelas estradas poeirentas da Palestina. Não usou um cetro de ouro, mas empunhou um cinzel na dura faina de uma carpintaria. Não veio ostentando poder, mas esvaziou-se e tornou-se servo. Não reivindicou seus direitos, mas humilhou-se até a morte e morte de cruz.
O nascimento do Rei aponta-nos para o insondável amor de Deus. Ele nos amou desde toda a eternidade. Deus nos amou não porque merecíamos ser amados. Amou-nos quando éramos fracos, ímpios, pecadores e inimigos. Ele amou-nos sendo nós filhos da ira. Amou-nos e deu-nos seu Filho Unigênito. Deu-o como oferta pelo nosso pecado. Entregou-o para ser cuspido pelos homens e ser pregado numa cruz como nosso substituto.
O nascimento do Rei revela que há uma estreita conexão entre a manjedoura e a cruz. O Rei da glória entrou no mundo como o Cordeiro de Deus. Ele nasceu para morrer. Jesus é o nosso Cordeiro Pascal. Ele foi imolado em nosso lugar. Seu sangue foi vertido para expiar os nossos pecados. É pela sua morte que recebemos vida. É pelo seu sacrifício que somos perdoados, remidos e reconciliados com Deus.
O nascimento do Rei abriu-nos o caminho de volta para Deus. Ele mesmo é o caminho do céu. Ele é a porta da glória. Por meio dele temos livre acesso ao Pai e podemos entrar confiadamente na presença daquele que está assentado no trono. É por meio de Jesus que somos reconciliados com Deus. É por meio de Jesus que recebemos vida em abundância. É por meio de Jesus que somos adotados na família de Deus, somos feitos filhos de Deus, e nos tornamos herdeiros de Deus.
O nascimento do Rei é a festa da vida e da salvação. Precisamos resgatar o verdadeiro sentido do Natal. Precisamos devolver o Natal ao seu verdadeiro dono. Precisamos como os magos do Oriente, ir a Jesus para adorá-lo, depositando a seus pés os nossos melhores tesouros, pois ele é digno de receber toda honra, toda glória e todo o louvor.

Pr. Hernandez Dias Lopes

sábado, 11 de dezembro de 2010

MERITOCRACIA E GRAÇA

A sociedade, em especial o mundo empresarial, está acostumada com a meritocracia, sistema que valoriza o mérito e aptidão para se atingir determinada posição. Esse argumento parece cada vez mais óbvio e justo, já que as distinções não se dão por sexo, raça, riqueza ou posição social e sim, pelo merecimento pessoal.
Na época de Jesus, e também hoje em várias religiões, era necessário fazer muitas obras para se alcançar o Reino de Deus. Além do cumprimento da Lei de Deus, os religiosos da época acrescentavam mais exigências, tornando o mérito fundamental e a salvação quase impossível.
Mas o Senhor veio mudar o sistema religioso. Veio trazer uma novidade que nenhuma outra religião possui: a Graça, qua faz com que todos recebam gratuitamente a vida eterna, declarando-os igualmente não merecedores e dependentes do sacrifício de Cristo.
Em Romanos 3, a Bíblia afirma que homem algum nada fez ou pode fazer para alcançar a misericórdia de Deus. “Mas agora se manifestou sem a lei a justiça de Deus pela fé em Jesus Cristo para todos e sobre todos os que crêem; porque não há diferença. Porque todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus; sendo justificados gratuitamente pela sua graça, pela redenção que há em Cristo Jesus”. Efésios mostra que ninguém é capaz de ser justificado por si mesmo “porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus. Não vem das obras, para que ninguém se glorie.” (Ef. 2.8,9)
A Graça é um sistema que escandaliza o homem, porque é contrário a tudo o que se está acostumado e deixa-o completamente vulnerável. É exatamente o oposto da meritocracia, que recompensa cada um conforme o merecimento. Confiar em si mesmo é mais fácil do que saber que a própria vida está na dependência de outra pessoa, em especial de Jesus.
O que aos olhos da sociedade é óbvio não é a lógica de Jesus. Deus entendeu o homem e a sua impossibilidade de merecer algo, depositou a sua justiça em Cristo e O enviou ao mundo para dar, gratuitamente, a salvação a cada um. Louvado seja o Senhor, pois Seu imenso amor independe das obras humanas!
John Newton foi um homem que entendeu a Graça de Deus. Traficante de escravos do séc. XVIII, certo dia enfrentou uma imensa tempestade. Ao término do ocorrido, comentou que se sentiu tão frágil e desamparado que concluiu que somente a Graça de Deus poderia salvá-lo naquele momento. Resolveu abandonar o tráfico de escravos e tornou-se cristão, o que o levou a compor o hino Amazing Grace (Graça Maravilhosa), famoso na voz de Elvis Presley. Anos mais tarde, Newton disse: "Minha memória já quase se foi, mas eu recordo duas coisas: Eu sou um grande pecador, Cristo é o meu grande salvador." No túmulo de Newton lê-se: "John Newton, uma vez um infiel e um libertino, um mercador de escravos na África, foi, pela misericórdia de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo, perdoado e inspirado a pregar a mesma fé que ele tinha se esforçado muito por destruir".

Rosane Itaborai Moreira