quarta-feira, 1 de outubro de 2008

A IGREJA PÓS-MODERNA


A Pós-Modernidade trouxe para a igreja conseqüências danosas, com as quais temos tido que conviver, mas que devemos combater severamente para que a Palavra de Deus não seja diluída nem esquecida em meio a tantas novidades.
Primeiramente, hoje nos deparamos com uma pregação voltada para as necessidades imediatas do homem e para a satisfação de seus anseios. As doutrinas bíblicas foram substituídas pelo falso evangelho que visa atender o homem. Não é mais a Palavra centrada em Cristo, mas a utilização mística da Bíblia para que esta se adapte aos nossos desejos.
Também encontramos o relativismo completamente arraigado no meio cristão. Talvez pelo legalismo que imperou por muitos anos e ainda impera em algumas denominações, com a tentativa de se libertar de padrões morais rigorosos a cultura pós-moderna trouxe ao homem a possibilidade de fazer sua religião de acordo com a preferência pessoal. Tudo passou a ser relativo e a depender do ponto de vista do observador. Isso porque o ponto de vista deixou de ser unicamente a Bíblia. O que antes era convicção, hoje passou a ser mais uma opção. Encontramos inúmeras “igrejas” com seu marketing personalizado, cada uma proporcionando mais vantagens pessoais ao cliente desesperado.
Além disso, a religião está interiorizada e subjetiva, e o mais importante passaram a ser as experiências pessoais, como se existisse uma revelação diferente de Deus para cada indivíduo. Sentimos mais do que aprendemos, experimentamos mais do que discipulamos... E a Palavra pura e genuína vai sendo deixada de lado. É a subjetividade sendo mais relevante do que a Verdade, o desejo do homem sendo mais importante do que a vontade divina.
E o pior, é que o crente hoje ainda tornou-se muito tolerante, talvez porque não tenha convicção e nem conhecimento profundo daquilo em que acredita. E não me refiro a ser tolerante com os erros e fraquezas dos demais, mas em ser tolerante com as diferentes doutrinas anti-bíblicas que tem assolado os cultos nos templos e em todos os meios de comunicação. Dizemos que nunca se pregou tanto o Evangelho, mas talvez não tenhamos noção do quão enganoso e diabólico seja o falso evangelho que tem sido apresentado ao mundo, ensinando exatamente o que a Palavra de Deus jamais ensinou.
Precisamos nos posicionar. A ordem de Jesus “ide por todo o mundo, pregai o evangelho a toda criatura” deve ser considerada de maneira concreta. Enquanto estamos quietos, louvando a Deus em nossos templos confortáveis e modernos, pessoas têm morrido sem Cristo. Devemos nos lembrar que mais importante que ser membro de uma igreja é fazer a vontade de Deus, é ter como padrão Jesus, que nos reconciliou com o Pai e nos deu vida eterna.
Só temos uma alternativa, que aqui repito: conhecer, aprender e praticar a Palavra de Deus. Ela é viva e eficaz, fala aos nossos corações, transforma vidas, é luz para nossos caminhos, nos capacita para vivermos o Reino de Deus, aponta nossos pecados... Enfim, ela é a única solução para a vida do homem, tanto hoje como eternamente!

Rosane Itaborai Moreira

5 comentários:

Tomix disse...

No entanto, não se deve desprezar as experiências genuínas, levando-se em conta que foi através de testemunhas, pessoas que tiveram experiências com Deus e Jesus, que a Palavra foi escrita. Porém, no final, tudo deve ser referendado pela Palavra mesmo, pois sem a Palavra, o Verbo, nada do que foi feito se fez. O que é feito sem o referendo da Palavra é loucura, soberba ou avareza. Abraços

Rosane Itaborai disse...

É verdade, as experiências pessoais, para terem alguma relevância, devem estar primeiramente em conformidade com as Escrituras.

OLHO VIVO disse...

QUERO MINHA IGREJA DE VOLTA...
SE FOR POSSÍVEL!!!

“Aborreço e desprezo as vossas festas, e as vossas assembléias solenes não me dão nenhum prazer”
Amós 5:21

Dizem que “quem vive de passado é museu”, uma forma simplória de criticar aqueles que se prendem a coisas antigas como algum ponto de referência na vida. Neste caso, sem cerimônia alguma, eu me incluo neste conceito, mas com um adendo, para mim “recordar é viver...”. Sei que por esta razão para muitos sou ultrapassado, careta, um quadradão. Prefiro ser quadrado a ser redondo e rolar pelas vielas da vida religiosa indo de um lado para o outro sem ter muita noção do que fazem. Registro apenas que as Escrituras Sagradas existem há algumas centenas de anos, portanto...

Bem, vamos lá. A história da religião mostra que há alguns anos atrás, não muitos, as igrejas evangélicas eram lugares cheios de pessoas que conheciam a Bíblia de capa a capa, que se portavam reverentemente durante o culto e não raro, as pessoas do mundo admiravam os evangélicos por sua fé e esperança, mesmo nos momentos mais difíceis. Basta retrocedermos um pouco e veremos que os cultos eram cheios de hinos profundamente inspiradores refletindo as “doutrinas fundamentais” da fé cristã. O ofertório era uma demonstração de zelo e gratidão e quando o Pastor subia ao púlpito, todos atentamente recebiam a edificação através de uma pregação “Biblicamente” fundamentada. A mensagem da Palavra era o centro do culto. Esses eram os "crentes" de antigamente.

Fui á igreja outro dia, sentado nos últimos bancos, me dei ao capricho de “sonhar” já que o que estava acontecendo não me atraía nem pelos olhos, nem pelo coração, muito menos pela espiritualidade. O culto começou com um “período de louvor(?)” com um barulho infernal. Cânticos eram entoados e o povo se movia, batia palmas, gritava no ritmo frenético dos instrumentos, era uma algazarra geral. Havia uma jovem extrovertida que “ministrava” a coreografia e orientava o povo a como proceder durante cada musica executada. Era dia de “batismos”, mas nem parecia tamanha a bagunça e a falta de reverência, a festa solene transformou-se ritual, no mínimo, estranho. Mas, mesmo assim sonhei... Sei que foi utópico, longe de qualquer possibilidade de vê-lo realizado, mas valeu como alerta e como lembrança dos bons tempos daquela igreja.

Continua...

OLHO VIVO disse...

Continuação...

Vi aquela igreja onde a BIBLIA foi um dia o centro de tudo! Onde o Pastor “pregava” e não dava aula de “psicologia”; Onde o “pecado” era tratado como tal e não como um simples “desvio de conduta”. Uma igreja onde “louvor” era celebrar a Deus e não um “espetáculo” tecnológico barulhento; Onde o templo era “local de culto” e não uma casa de “shows”; Onde o pregador usava exclusivamente a “BÍBLIA” no púlpito e não um “Notbook”; Onde a reverência era “regra” e não exceção; Onde ouvia-se a “voz de Deus” e não a do povo; Onde era real o “mover do Espírito” e não de pessoas; Onde o “pecado” era combatido e não incentivado sutilmente; Onde havia “adoradores” e não atores ou artistas camuflados; Onde as pessoas iam vestidas para “cultuar” e não para um piquenique; Onde “Jesus” era marca no coração e não uma “tatuagem” na pele; Onde quem tinha “adereços” era a vida e não o corpo; Onde tinha “Embaixadores do Rei, Mensageiras do Rei; União de Jovens” e não um encontro festivo; Onde o povo “lia a Bíblia” e não o que era projetado no telão; Onde as pessoas não eram “filmadas” para serem mostradas para o mundo, mas eram levadas a uma “radiografia” mostrando para cada um os problemas da alma; Onde “batismo” era um momento de reflexão e respeito, não uma festa movida a apitos, buzinas, foguetes e histeria; Uma igreja que “recebia” visitantes e não era ”formada” por eles; Uma igreja que era uma “fonte de água viva” e não uma “cisterna rota”; Onde o “retiro” era espiritual e não uma “festa country”; Onde “Pastor” era um homem de Deus e não um “administrador de negócios”; Onde os crentes “iam à praça” pregar e não “tinham o nome na praça”; Sonhei com uma igreja que “crescia” e não inchava; Com uma igreja que fechava as portas para o Diabo e não colocava “tapetes vermelhos” para recebê-lo. Sonhei... Sonhei em lágrimas ao ouvir o hino “Manso e Suave” com o Pastor fazendo o apelo, num silêncio profundo, para que pecadores se rendessem aos pés de Jesus. Pensei, se isto for sonho, então vou sonhando...

Subitamente uma “salva de palmas”, “apitos” e “assobios” interrompeu o meu sonho e me despertou. Que susto! Por um momento não me dei conta de onde eu estava tamanha a desordem naquele local de culto. Para minha tristeza eu acordei... Mas sonhei e sonhar não custa nada! Coincidentemente era dia de “batismos” e o povo comemorava, como se fosse num campo de futebol, a chegada de mais um grupo. A propósito havia muita gente vestida a caráter para de fato ir a um estádio, curiosamente eram os que mais faziam barulho. Depois do culto, veio o “foguetório”, tudo em nome do Evangelho. Era a igreja do século XXI e as suas novidades na forma moderna de cultuar. Eu me perguntei, foi um sonho ou seria um pesadelo? Seria um conto de fadas do passado? Lembrei da Bíblia e dos batismos citados por ela e não consegui ligar uma coisa a outra. Alguém se esqueceu de “lembrar” ao povo que eles estavam dentro de uma igreja, que ali era um templo e não um estádio!
Continua...

OLHO VIVO disse...

Continuação...

“Celebrai com jubilo ao Senhor... Servi ao Senhor com alegria...”, não significa que devemos fazer algazarra ou nos postarmos com irreverência, pelo contrário, “jubilo” e “alegria” devem ser expressos num sentimento de contrição, respeito e de “ADORAÇÃO” a Deus.

Hoje as igrejas mudaram muito. E como mudaram! Os evangélicos são vistos como mais uma "tribo urbana”, assim como os surfistas ou os hippies, que tem musica própria, gírias e slogans próprios. O momento de destaque no culto já não é mais a meditação na Palavra de Deus, proclamada por um Pastor bem preparado teologicamente, mas sim o momento de "louvor" produzido pelas mais novas tecnologias do mercado. Não se pede mais nada a Deus, decretam coisas para ele fazer da maneira mais arrogante possível. Descaracterizaram o culto, sob a desculpa de "quebrar a religiosidade" dando a ele todas as características de “show”.

Basta! Quero minha igreja de volta! Quero sim, e com cara de igreja não como “casa de espetáculos”. Quero os cultos reverentes, o povo sedento por aprender a Palavra de Deus, o sentimento de contrição e submissão diante do Deus Soberano e Criador de todas as coisas. Quero de volta o tempo em que os cultos racionais eram “regra” e não “exceção”. Quero de volta a centralidade da Bíblia e não a busca de "revelações dos últimos dias". Quero de volta o tempo que ser Pastor era ser um religioso consagrado e não um empresário eclesiástico.

Como disse, prefiro continuar “quadrado”, pois tenho muitas duvidas sobre esta igreja liberal de hoje lotada de “crentes redondos”. Assim, depois de sonhar, desculpem, mas eu quero a minha igreja de volta!

Carlos Roberto Martins de Souza
crms1casa@hotmail.com