sábado, 26 de dezembro de 2009

SONHAR, PLANEJAR E REALIZAR


O início de um ano traz consigo muitos sonhos e promessas para o futuro.
É um marco para um novo momento da vida. Por isso, os projetos e planos são refeitos e revistos. Promessas como ler mais a Bíblia, orar com freqüência, ser voluntário em uma instituição, entrar na academia, aprender uma nova língua ou instrumento, visitar familiares distantes, abrir um negócio, entre outras, enchem as agendas e os coraçôes.
Todos desejam mudanças, mas poucos são os que chegarão ao fim de 2010 com seus objetivos cumpridos. Os projetos ficam no meio do caminho porque falta planejamento.
O planejamento é uma orientação divina. Jesus, no Evangelho de Lucas, ensina isso em uma parábola: “Pois qual de vós, querendo edificar uma torre, não se assenta primeiro a fazer as contas dos gastos, para ver se tem com que a acabar? Para que não aconteça que, depois de haver posto os alicerces e não a podendo acabar, todos os que a virem comecem a escarnecer dele, dizendo: Este homem começou a edificar e não pôde acabar.” (Lc. 14:28-30).. Há um ditado popular que diz: ‘Nenhum vento sopra a favor de quem não sabe para onde vai.’
O planejamento é importante em todas as áreas da vida. Alguns objetivos demoram mais a serem alcançados e necessitam de mais tempo e adequações. Outros, só dependem de uma simples determinação. Decidir e perseverar. Ao se decidir orar todos os dias pela manhã, é preciso planejar acordar alguns minutos antes, senão não vai funcionar. Já a compra de um carro ou imóvel pode depender de guardar dinheiro, ou vender outro bem, aplicar e esperar o melhor momento.
Deve-se aprender a ser firme e determinado e, ao mesmo tempo, perspicaz e flexível para não se tornar escravo dos próprios planos. De tempos em tempos, é bom avaliar como tem desenvolvido o planejamento inicial e, se preciso, mudar as estratégias para que os objetivos sejam alcançados da melhor maneira.
O principal, antes até mesmo do planejamento, é colocar nossos propósitos e anseios diante de Deus. Como diz Tiago, já que não sabemos o que nos sucederá amanhã, ao fazermos nossos projetos devemos ter a humildade de declarar nossa total dependência de Deus e dizer: “Se o Senhor quiser, e se vivermos, faremos isto ou aquilo” (Tg. 7.15).
Que Deus nos abençoe e nos conduza na realização de nossos sonhos em 2010!

Rosane Itaborai Moreira

terça-feira, 22 de dezembro de 2009

ATRAVÉS DO AMOR


Muitos de nós passam a vida tentando ter razão. Buscam, por meio da coerência e da justiça, reclamar suas prerrogativas, fazer análises e julgamentos e até mesmo auto-criticas. São tão corretos e severos que ninguém ousa confrontá-los.
Outros vivem sem se expor, sem esboçar sua opinião. Preferem o anonimato. De tão prudentes que são jamais fazem inimizades e estão sempre buscando evitar situações conflitantes.
Com a maturidade, podemos perceber que, na verdade, passamos a vida olhando para o próprio umbigo. Cada um, dentro do seu jeito de ser, procura o modo mais confortável para viver os momentos de tensão e de conflitos, sejam eles em família, trabalho, igreja ou outra comunidade.
Muitas vezes, é preciso desaprovar e criticar uns para se sentir seguro na situação. Outras vezes, é necessário fazer alianças, buscar aprovação em algumas pessoas para manter seu lugar.
Muitos poderiam chamar de insegurança esse comportamento, mas infelizmente, o que podemos avaliar é que a sua base principal é o egoísmo. Segundo o dicionário, egoísmo é o hábito de uma pessoa colocar seus interesses, opiniões, desejos, necessidades em primeiro lugar, em detrimento do ambiente e das demais pessoas com que se relaciona. Essa atitude exclui o amor.
A Bíblia é bem clara ao afirmar que nada permanece sem amor. Nada tem valor sem amor. Se nem um dom espiritual é assim por Deus considerado, imagine o que deve valer para Ele sem amor a nossa própria justiça, coerência, opinião. Até quando estamos defendendo o Evangelho, supondo estar fazendo em nome de Deus, se nossa motivação for ganhar a briga e não o irmão para Cristo, isso é repudiado pelo Senhor. Na verdade, estamos sendo orgulhosos e carnais.
Para Deus, o amor vale mais que a razão. O relacionamento precisa ser preservado, a discussão deve aguardar o momento de brandura.
Da mesma forma, aquele que não se envolve deixa de se relacionar. O erro não é aparente, não tem repercussão, mas é como o levita e o sacerdote, que já haviam feito a sua parte purificando-se no templo, e, agora, não iriam se comprometer. Teriam que refazer todo o ritual. Preferiram passar direto, serem indiferentes, omissos. Presumiram demonstrar amor a Deus negando compaixão ao homem.
Situações opostas, mas idênticas, mostrando que a nossa tendência não é fazer a vontade de Deus, mas a nossa. Não é fazer o correto, mas o confortável.
Mas, através do amor, podemos fazer diferente. Quando entendemos os nossos atos e as suas conseqüências, temos a possibilidade da mudança e de fazer diferença a nossa volta. Precisamos nos aperfeiçoar. Caminhar nos importando com aquele que caminha ao nosso lado. Seja ele irmão em Cristo ou não, todos precisam ver em nós o amor de Deus e sentir o bom perfume do Senhor. Afinal, somos sal na terra e luz no mundo. O Evangelho não pode ser só falado por nós, mas deve ser percebido e sentido em nós.
Podemos não mudar o mundo. Mas, faremos nossa vida melhor e também as daqueles que estão ao nosso redor. Atrairemos almas para Jesus. Testemunharemos restaurações, milagres, conversões genuínas.
E, ainda, contribuiremos para que haja mais festas no céu.

Rosane Itaborai Moreira

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

A CRUZ E EU


A Bíblia declara que ser discípulo de Jesus é uma tarefa árdua e incompreendida pela maioria.
Para o mundo, o cristão é alguém estranho, provavelmente insatisfeito e instável e que está desperdiçando a vida. Para os próprios crentes, as exigências para o discipulado são consideradas tão altas que acabam priorizando o aspecto exterior, os chamados usos e costumes. Já para muitos líderes religiosos, tais cobranças passam a ser amenizadas para atrair mais seguidores ou para acalmar suas próprias consciências. Assim, poucos se entregam sem reservas a Deus, indo além da superficialidade religiosa.
Mas o Evangelho afirma o contrário e revela que Jesus requer entrega total de seus discípulos. Ele afirmou: “Se alguém quer vir após mim, a si mesmo se negue, dia a dia tome a sua cruz e siga-me” (Lc. 9.23).
Isso significa que ser discípulo de Cristo não é simplesmente fazer parte de uma comunidade cristã e seguir certas regras.
É necessário um firme propósito – querer Cristo – e uma tomada de decisão – renunciar a si mesmo. Ou seja, negar seus desejos, autoconfiança, sabedoria, capacidade, justiça própria e reconhecer a total dependência do Senhor.
A auto-renúncia é fundamental para que a natureza de Jesus tome forma no cristão. Deve-se dizer como João Batista a respeito de Cristo: “É necessário que ele cresça e que eu diminua” (Jo. 3.30).
É imperativo ainda tomar a cruz e seguir Jesus. É a cruz que distingue a vida do cristão – vida de obediência, de entrega e, se necessário, de sofrimento e vergonha por amor ao Senhor. Não é apenas um ato de fé, mas uma vivência na alma.
Tomar a cruz é ter uma vida rendida e dedicada a Deus. É uma decisão dolorosa, mas voluntária, fruto do coração que reconhece a necessidade da mortificação do próprio eu para uma nova vida em Cristo.
W. Chantry diz com firmeza: “A morte na cruz pode ser muito lenta, mas a cruz tem um objetivo – tenciona trazer, de modo cruel, o “eu” à morte”. A cada dia, o cristão tem sua vontade e sua vida submetidas a Deus, que o aperfeiçoa conforme a imagem do Seu Filho Jesus.
Muitos ensinam o tomar a cruz como etapa secundária para uma maior espiritualidade, como se não fosse exigido do simples crente. Puro engano dos que querem baratear o Evangelho. A necessidade da cruz é para todos, independente de idade, tempo de conversão, ministério, condição sócio-financeira – todos precisam mortificar o ego na caminhada cristã.
Não se vive para Jesus sem morrer para o mundo. Não se pode tê-lo como Senhor e querer agradar a si mesmo. Ele mesmo disse: “Porquanto, quem quiser salvar a sua vida perdê-la-á; e quem perder a vida por minha causa achá-la-á” (Mt. 16.25).
Tozer afirmou que Jesus tem que proporcionar em nós o morrer. Paulo declara “Já estou crucificado com Cristo; e vivo, não mais eu, mas Cristo vive em mim”; e, depois, “os que são de Cristo crucificaram a carne com as suas paixões e concupiscências” (Gl. 2.20a; 5.24).
O chamado de Cristo é definitivo e preciso – para uma caminhada consciente, voluntária e constante, onde o cristão toma sua cruz para que a cruz esmague o seu ego, permitindo a Deus imprimir-lhe o caráter de Jesus, “para que haja o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus, que, sendo em forma de Deus, não teve por usurpação ser igual a Deus, mas esvaziou-se a si mesmo, tomando a forma de servo, fazendo-se semelhante aos homens; e, achado na forma de homem, humilhou-se a si mesmo, sendo obediente até à morte, e morte de cruz.” (Fp 2. 5-8)

Rosane Itaborai Moreira

segunda-feira, 31 de agosto de 2009

ALEGRIA NA ADVERSIDADE


Em tribulações e adversidades, quando a fé de um cristão é colocada à prova, vivem-se sentimentos de tristeza, angústia, dúvida, desânimo, derrota. Mas, a Bíblia afirma que também se pode experimentar a alegria nesses momentos. Tiago escreve: “Meus irmãos, tende por motivo de toda alegria o passardes por várias provações, sabendo que a provação da vossa fé, uma vez confirmada, produz perseverança. Ora, a perseverança deve ter ação completa, para que sejais perfeitos e íntegros, em nada deficientes” (Tg 1:2-4).
A adversidade é importante porque testa a fé; expõe a natureza e a qualidade desta fé. Revela se foi adquirida em meio a conhecimento e entendimento genuíno da Palavra, ou se foi “contraída” nas reuniões estilo neopentecostais, ou se tal fé serviu somente para atender às necessidades pessoais urgentes. A fé do crente pode ser confirmada, reprovada, ou, ainda, considerada imatura e sujeita a novas provas.
A fé aprovada é motivo de muita alegria e fornece a perseverança. A perseverança se traduz em consistência, constância e persistência na vida do cristão, independente das cirscunstâncias.
Esse cristão continua seu caminho com firmeza na maturidade espiritual, crendo na plenitude do Evangelho. Ele não desanima de sua fé, não é levado por vento de doutrina ou por engano dos homens. Ele persiste na Cruz de Cristo, e não desiste da Palavra que salva e liberta.
Ao ter sua vida e seus valores construídos também na adversidade e diante de Deus, o homem tem suas experiências ampliadas e uma vida mais completa. As tribulações levam ao aprendizado prático de questões como a necessidade da oração, o valor do perdão, o peso do pecado, a importância do outro, a fragilidade humana, a misericórdia de Deus... A adversidade produz maturidade que o torna capaz de discernir o real valor das coisas e das pessoas, fortalecendo o caráter cristão.
Enfim, nos momentos de tribulações, podemos sentir alegria ao trazer à memória este texto de Tiago, que nos dá a esperança de sermos pessoas melhores, mais maduras e íntegras depois de termos nossa fé provada e confirmada.

Rosane Itaborai Moreira

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

O MEDO DE JÓ


"O Senhor é a minha luz e a minha salvação; de quem terei medo? O Senhor é a fortaleza da minha vida; a quem temerei?" Sl. 27.1

O Livro de Jó é conhecido por abordar um tema até hoje incompreensível para a humanidade – o sofrimento do homem diante da soberania de Deus. Mas, num entendimento mais profundo e espiritual, pode-se perceber,também, a ação e o tratamento de Deus na vida de um homem sincero, desejoso do bem, mas sem confiança nem paz, e que não conhecia verdadeiramente o Senhor.
O livro inicia com a permissão de Deus para que Satanás tocasse em Jó e em tudo que possuía. Provavelmente, não seria apenas para aceitar o desafio de Satanás e provar, sem motivo algum, a fidelidade de um homem. Esse cenário teria sido pano de fundo para que Deus se revelasse a Jó e o tratasse, utilizando Satanás para agir na sua fraqueza – o medo.
Deus refere-se a Jó como “homem íntegro e reto, temente a Deus, e que se desvia do mal”. Ele oferecia holocaustos por seus filhos e os santificava, temendo que tivessem pecado contra Deus. Quando ocorreu a desgraça sobre sua vida, afirmou: “Porque aquilo que temia me sobreveio; e o que receava me aconteceu. Nunca estive tranquilo, nem sosseguei, nem repousei, mas veio sobre mim a perturbação.” (Jó. 3.25,26).
Aí há a declaração de um homem com tanto medo do sofrimento e do castigo de Deus que não tinha paz e agia correta e preventivamente com o objetivo de livrar-se do mal.
O medo é tão nocivo ao homem que se torna senhor da sua vida. Paralisa, limita e atrai o mal, seja por atuação da própria mente, que sabidamente tem poder, seja por força maligna, e, principalmente, pela combinação dos dois. Assim, acaba por fazer que o que se teme torne-se realidade na própria vida.
O medroso é sempre assombrado e atacado pelo objeto de seu temor.
A Palavra de Deus nos garante que o aperfeiçoamento do amor de Deus no cristão livra-o do medo, mas que o medo não permite que esse amor se aprimore. Medo e amor não coexistem. “No amor não existe medo; antes, o perfeito amor lança fora o medo. Ora, o medo produz tormento; logo, aquele que teme não é aperfeiçoado no amor.” (I Jo. 4.18)
O Salmo 91 afirma que aquele que confia e se refugia no Senhor será livrado do laço do passarinheiro e da peste perniciosa. Não temerá o terror da noite nem a seta que voa de dia; nem a peste que anda na escuridão ou mortandade que assola ao meio-dia.
A falta de medo é expressão da total confiança no amor de Deus.
Deve-se não temer nada; ao contrário, ter a plena confiança de que o amor de Deus fortalece seus filhos e os faz mais do que vencedores. Que se Deus é pelos seus, nada poderá ser contrário. Que nada os afasta do Seu amor. Não é preciso temer a dor, a morte, o diabo, o futuro, os sofrimentos presentes, ou os perigos da vida.
Jó não confiava na misericórdia e no pleno amor de Deus; tinha a idéia de um deus de vingança e de castigo, que exigia sacrifícios para continuar abençoando. Um deus que aprisiona e não que liberta.
O medo o havia levado ao tormento, à perturbação e à atuação maligna. Sofreu dores na alma e no corpo. Mas, depois de sua experiência pessoal com o Senhor, pode declarar: “Eu te conhecia só de ouvir, mas agora os meus olhos te vêem.” (Jó. 42.5)
Os cristãos devem ser confiantes e ter descanso em Deus, pois Ele está no controle de suas vidas e de todas as outras criaturas. E, o melhor, é que o Senhor ainda assegura a seus filhos que Ele “... age em todas as coisas para o bem daqueles que O amam, dos que foram chamados segundo o seu propósito" (Rm 8.28 - NVI).

Rosane Itaborai Moreira

quarta-feira, 8 de julho de 2009

CRESCENDO NOS BRAÇOS DO PAI


Percebemos nas Escrituras que Deus se relaciona com cada filho de forma pessoal, ajudando a crescer espiritualmente e adquirir maturidade e intimidade com o Senhor.
Esse caminho para a maturidade é feito de experiências diversas e aprendizado constante. Cada etapa tem suas maravilhosas descobertas.
O desenvolvimento espiritual de um cristão pode ser comparado ao nosso crescimento físico.
Na infância, quando o Pai se revela e nos convertemos ao Senhor, ficamos extasiados com o seu poder e graça. Cada descoberta é vivida com entusiasmo, cada benção nos enche de alegria e incentiva a buscar mais a Deus.
Nesse período, precisamos ser alimentados com leite espiritual, pois somos crianças. Como aquelas que estão sendo alfabetizadas e, ao aprenderem uma nova letra, descobrem-na em todos os lugares, parecendo que elas nunca estiveram ali. Estamos abertos e sedentos pelo aprendizado e proclamamos, audaciosamente, as maravilhas que temos experimentado de Deus.
Na juventude da vida espiritual, ficamos mais equilibrados e, se nos alimentarmos da Palavra, vamos crescendo em conhecimento e intimidade com o Pai. Buscamos entender avidamente as Escrituras e os propósitos de Deus, descobrir e desenvolver nossos talentos e obter o Fruto do Espírito. Às vezes, ficamos desanimados e fracos, mas Deus sempre nos fortalece pela Sua Palavra, que passa a ser a nossa base. Então, prosseguimos em conhecer e apregoar o Senhor.
Assim como na infância, o Pai continua tratando, corrigindo, direcionando e cuidando de nós.
Essa atenção de Deus permanece sempre na nossa vida; também na maturidade cristã. O nosso alimento passa a ser sólido, e buscamos o Senhor com discernimento e sabedoria. Agora, Deus fala conosco de uma maneira pessoal e íntima. Ainda que passemos por momentos difíceis e incertezas, isso não abala nossa fé, esperança e confiança em Deus. Nossa estrutura está firmada na Rocha.
É verdade que Deus, assim como nossos pais, deseja nosso crescimento sadio e nos confia responsabilidades sempre. Também requer o desenvolvimento dos nossos talentos a serviço do Reino e exige de nós persistência. Não aceita que olhemos para trás ou retrocedamos.
Mas é maravilhoso saber que, nessa caminhada, o cuidado e amor divinos estão sempre presentes em nossas vidas. Ele nos orienta, alerta, guia, corrige, guarda e livra. Deus está sempre pronto para nos dar as mãos quando tropeçamos ou caímos. Seja na alegria, sofrimento, dor, tentação, adversidade, Ele jamais nos abandona.
A jornada espiritual torna-se mais leve quando nos rendemos a Ele e sentimos a Sua doce e constante presença. Essa graça garante que cheguemos à maturidade espiritual sem que nada nos separe do amor do Pai ou nos faça desistir, ainda que Ele tenha que carregar-nos no colo ou nos esconder debaixo de Suas asas.

Rosane Itaborai Moreira

sexta-feira, 3 de julho de 2009

JESUS E O VÉU


O Tabernáculo era “sombra dos bens futuros”, a representação do que estava sendo preparado através do Messias - a salvação do homem. Simbolizava a pessoa e a maravilhosa obra de Jesus Cristo.
O véu fazia parte do Tabernáculo e era a cortina que fazia separação entre o Santo dos Santos e o Santo Lugar, onde Deus se fazia presente e manifestava a Sua glória. Apenas o sumo sacerdote, uma vez ao ano e totalmente purificado, tinha acesso ao Santo Lugar, pois, assim como o véu, o pecado havia ocultado Deus do homem.
Muito espesso e de tecido especial, o véu era impossível de ser rasgado por homens. Mas, no momento da morte de Jesus, o véu se rompeu poderosamente de alto a baixo, dividindo-se em dois.
A carne humana de Jesus, contendo os pecados da humanidade, também estava sendo moída e despedaçada. Ele fora ferido por causa das nossas transgressões, e moído por causa das nossas iniquidades (cf. Is. 53.5).
Nesta hora, Deus não poderia estar junto do Seu Filho Amado, pois Ele é Santo. O Pai o havia deixado por um momento e permitiu que sua carne fosse rasgada em favor da humanidade. No seu sofrimento, “Jesus exclamou com grande voz, dizendo: ...Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste? E Jesus, dando um grande brado, expirou. E o véu do templo se rasgou em dois, de alto a baixo.” (Mc. vv. 34,36,37).
No momento da morte, Cristo se sacrificou e nos libertou da condenação e do pecado. Permitiu-nos livre acesso ao Pai. Maravilhosamente, o véu se rasgou e todo homem poderia ver a glória de Deus.
Agora, podemos nos achegar a Deus com fé e confiança. Podemos ter a “ousadia para entrar no santuário, pelo sangue de Jesus, pelo novo e vivo caminho que ele nos consagrou, pelo véu, isto é, pela sua carne” (Hb. 10.19,20).
A “sombra dos bens futuros” são apenas símbolos daquilo que hoje conhecemos. O véu que separava foi destruído. O pecado foi vencido pelo Senhor.
Em Cristo, nossa comunhão com o Pai foi restaurada. Ele nos resgatou e nos salvou. Ofereceu sua vida em nosso favor. No seu sacrifício, “... o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e pelas suas pisaduras fomos sarados” (Is. 53.5b).

Rosane Itaborai Moreira

quinta-feira, 11 de junho de 2009

SOMOS SANTOS !


No meio religioso, existe a concepção de que a santidade depende do esforço humano. Como se houvesse algum ato do homem que pudesse torná-lo apto a “estar mais perto de Deus” e “ser mais santo”.
A compreensão de santidade para a maioria dos cristãos é farisaica, hipócrita e legalista, que fala mais da luta interior daquele que determina as normas e que acaba por afastar os fracos na fé.
Aprendemos que viver a santidade depende de nossos próprios meios e da observância de regras e condutas. É viver debaixo da lei quando Jesus nos ensinou o caminho da Graça. Essa doutrina tem formado crentes reprimidos e moralmente frustrados, e, o pior, que poderão não estar junto ao Pai na eternidade.
Só podemos entender santidade através da obra de Jesus. Ela é uma condição conquistada na cruz e, para Deus, uma obra definitiva, pois já fomos justificados.
Tendo como fundamento Jesus, que é o Verbo Encarnado, ela não depende do nosso empenho, pois Ele se santificou por nós. O Senhor, em João 17, afirma isso na oração ao Pai: “Eles não são do mundo, como também eu não sou. Santifica-os na verdade; a tua palavra é a verdade. Assim como tu me enviaste ao mundo, também eu os enviei ao mundo. E a favor deles eu me santifico a mim mesmo, para que eles também sejam santificados na verdade”.
Definitivamente, ser santo é estar em Cristo, e nada mais além disso.
A santificação está intimamente relacionada com a salvação e caminham juntas. Em Jesus, somos santos assim como somos salvos e justificados.
No texto em Filipenses 2.12,13, Paulo diz “... desenvolvei a vossa salvação com temor e tremor; porque Deus é quem efetua em vós tanto o querer como o realizar, segundo a sua boa vontade”.
O que muitos ensinam como santificação é, na verdade, o termo usado para o caminho da maturidade espiritual, o aperfeiçoamento da salvação/santidade que já recebemos. É a cristificação, transformação gradual do ser humano criado à semelhança de Deus para que chegue à imagem de Jesus Cristo, o qual é “a imagem do Deus invisível, o primogênito de toda a criação, porque aprouve a Deus que, nele, residisse toda a plenitude” (Cl. 1.15,19).
A partir do momento que Deus nos santifica, o pecado não tem domínio sobre nós e somos livres para fazer nossas escolhas na verdade. E,assim, entendemos que o cristão procura agir corretamente porque é santo; e não o contrário, que ele se torna santo porque sua conduta é correta.
É, até para o chamado de “viver concretamente a santidade” é Deus quem nos capacita e nos supre. Sem esta provisão espiritual a vida cristã é simplesmente impossível de se manter.
O real entendimento da santidade nos possibilita honrar e glorificar a Deus sem nos sentirmos merecedores de reconhecimento. Torna-nos mais humildes e menos juízes dos demais.
Além de nos possibilitar uma caminhada cristã apenas na força do Senhor, tendo como alvo a restauração da imago Dei em nós à semelhança de Jesus.
Sabendo, ainda, que esse processo não desemboca em cumprir regras e condutas exteriores, mas na prática do amor, da tolerância, da misericórdia, da justiça e de todos os demais ensinamentos cristãos.

Rosane Itaborai Moreira

domingo, 24 de maio de 2009

COMPAIXÃO, FONTE DE ESPERANÇA


Experimentar a compaixão em nossa vida é enxergar o amor e o cuidado de Deus. É perceber que ainda resta um fio de esperança na humanidade e um pouco de humanidade nos corações sempre tão endurecidos. Muito diferente do sentimento de pena ou dó, que não edifica nem promove comprometimento, mas reforça o individualismo.
O olhar de compaixão jamais pode ser comparado, nem de longe, ao olhar de pena.
O olhar de compaixão aproxima, coloca-nos no lugar do outro e permite que a dor alheia encontre em nós a mesma dor, ainda que escondida no íntimo do nosso ser.
O olhar de pena, não. É o olhar distanciado, daquele que se considera superior, numa situação privilegiada. Sentir dó é ver o sofrimento alheio, mas não enxergar o outro em sua dor.
Com certeza, é muito mais fácil e comum sentirmos pena dos outros. Não nos compromete, não nos envolve. Podemos até oferecer ajuda material para aplacar a culpa da indiferença.
Diante de um mendigo, podemos dar-lhe um trocado sem nem enxergá-lo, ou podemos lançar-lhe, também, um olhar de amor e misericórdia. Com certeza, o dinheiro será útil, mas, sozinho, não trará esperança e conforto. Ao visitar um doente num hospital, podemos levar-lhe flores ou biscoitos, mas estar ali, junto dele, compartilhando a tristeza e o sofrimento, será um remédio mais valioso para a cura.
A falta de compaixão num indivíduo encontra eco no falso moralismo, na acomodação, na vergonha de se expor, no medo de julgamento, mas tem como ponto fundamental o egoísmo.
Na parábola, o levita e o sacerdote agiram em causa própria e não se importaram com o seu próximo. Viram o homem e, provavelmente, tiveram pena dele. Mas, tinham coisas a perder que lhes pareciam mais valiosas do que uma vida e passaram direto, sem oferecer ajuda.
O samaritano não considerou imposições ou barreiras externas, simplesmente permitiu Deus ser revelado em sua vida através da compaixão. Agiu movido pela necessidade do outro. O sofrimento alheio encontrara lugar em seu coração.
Dó é frieza, compaixão é calor humano. Dó é egoísmo, compaixão é amor. A compaixão é, acima de tudo, a manifestação de Deus através do homem.
Somente quem se viu ferido, desprezado ou perdido sabe o valor de um ato de compaixão, sem julgamento e de forma incondicional.
Jó, em sua angústia, teve amigos que se achegaram a ele, mas que não conseguiram entender a necessidade de ter sua dor compartilhada e compreendida. Para confortá-lo, era necessário encontrar no âmago dos seus corações a mesma dor que se instalara na vida de Jó.
Jesus foi o exemplo maior de compaixão. Em sua vida aqui na terra, sofreu com os humilhados, fracos e angustiados. Entendeu sua dor, incapacidade e destino. As pessoas sofridas eram enxergadas pelo próprio Jesus, que tomava a iniciativa de aliviá-las e confortá-las.
Em sua morte, Ele colocou-se em nossa condição. E ainda foi além da compaixão, pois não sofreu “junto a nós” os nossos castigos, mas “em nosso lugar”.
Passar por problemas, sofrimentos e angústias é inevitável para todos nós. Mas, é consolador saber que podemos passar por estes momentos tendo uma mão abençoadora estendida em nossa direção. E, da mesma forma, podemos nos doar e sermos participantes do sofrimento do nosso próximo.
A compaixão é a forma mais nobre e bondosa de revelarmos o grande amor e cuidado de Deus pela humanidade e a esperança aos corações perdidos e necessitados!

Rosane Itaborai Moreira

sexta-feira, 1 de maio de 2009

VIDEIRA VERDADEIRA


“Eu sou a videira verdadeira, e meu Pai é o agricultor. Eu sou a videira, vós, os ramos. Quem permanece em mim, e eu, nele, esse dá muito fruto; porque, sem mim, nada podeis fazer” (Jo. 15.1,5)

Uma das ilustrações da Bíblia para a compreensão do relacionamento dos cristãos com Jesus é a videira.
A videira era considerada uma planta nobre pelos judeus. A colheita das uvas era comemorada com cânticos e danças e produzia bom vinho.
Israel era representado como uma videira plantada com carinho por Deus na Terra Prometida. Era o orgulho e a garantia de salvação do povo. Mas, não produziu bons frutos, e sim, uvas verdes. Em Jeremias 2, Deus afirma: “Eu mesmo te plantei como vide excelente, da semente mais pura; como, pois, te tornaste para mim uma planta degenerada, como de vide brava?”.
Agora, Jesus se declara como a Videira Verdadeira, confrontando com a religiosidade judaica. Como Israel não gerou bons frutos, Deus plantou e cultivou nova árvore, o Messias. Ele contém em Si o “novo Israel de Deus”, seus discípulos, assim como a videira possui os ramos.
Videira e ramos não são coisas distintas. Videira sem ramos não existe. Assim, Jesus é a planta toda, nós somos seus ramos. Estamos e somos do Senhor. E quem limpa, poda, corta, e lança fora é o agricultor. Todo o trabalho quem faz é Deus.
Os ramos alimentam-se da seiva, amadurecem e geram frutos. Reconhecem que, de si mesmo, não são capazes de desenvolver-se e dependem unicamente do Senhor, que é o sustento espiritual e a estrutura de sua existência.
Toda vitalidade do ramo e sua capacidade de produzir bons frutos dependem de sua união com a videira. Se os ramos permanecerem na videira, automaticamente darão frutos. Quando um ramo não dá frutos, é porque ele se desconectou da fonte de seiva de algum modo, pois, do lado do agricultor, toda função de cuidado é realizada.
Periodicamente, os ramos são podados e limpos para um desenvolvimento saudável, garantindo que a videira cresça farta e vistosa. Da mesma forma, a maturidade dos cristãos, ainda que adquirida em meio a sofrimentos, engrandece o Senhor, glorificando o nome de Deus.
Jesus afirmou aos discípulos que eles já estavam limpos pela Sua palavra; era só permanecerem nEle. O trabalho de limpeza é de Deus e a fonte de vida e alimento é Jesus.
Surpreendentemente, a grande função do ramo é não fazer nada. É permanecer na videira, de onde ele brotou. Se ele permanecer, então, terá vida e frutos. Depender unicamente do Senhor e receber a seiva preciosa que nutre e fortalece.
Essa vida abundante que Jesus oferece é para toda a humanidade e não só para o povo de Israel, pois a Videira Verdadeira se revelou ao mundo.
Somente através de Jesus Cristo seus discípulos podem manter a comunhão entre si e com Deus.
Somente através da Videira Verdadeira, o cuidado e o amor do Agricultor podem ser manifestos ao mundo; e mais vidas se tornarão novos ramos, glorificando e proclamando o nome de Deus.

Rosane Itaborai Moreira

quarta-feira, 22 de abril de 2009

SONDA-ME


"Sonda-me, ó Deus, e conhece o meu coração; prova-me, e conhece os meus pensamentos; vê se há em mim algum caminho perverso, e guia-me pelo caminho eterno." (Sl. 136.23,24).
Lemos e cantamos este salmo escrito por Davi e oramos a Deus pedindo que sonde os nossos corações e transforme aquilo que não está conforme a Sua vontade. Pedimos que nos dê um coração sincero, singelo, que nos permita obedecer e agradar ao Senhor.
Sondar significa examinar a fundo o coração e a consciência, buscar entrar no perfeito conhecimento das coisas; procurar descobrir o que é oculto e encoberto.
Mas, será que temos permitido que o Senhor aja em nossas vidas nesse sentido; ou apenas levantamos nossas vozes repetindo o que aprendemos? Será que sabemos e acreditamos no que falamos ao nos dirigirmos a Ele? Ou será que temos medo de ser examinados e questionados?
Verdadeiramente, é muito difícil colocar nossa vida e nosso interior em exposição, ainda que seja para Deus, que já conhece tudo de nós, ou para nós mesmos.
Ao nos permitirmos ser sondados pelo Senhor, temos que estar preparados para nos conhecer a fundo e nos deixar ser transformados. Isso requer quebrantamento, entrega, abdicação e determinação para mudanças. Muitas vezes, exige de nós sofrimento, provações e lutas interiores.
Preferimos as trajetórias mais curtas e fáceis, os atalhos, que nos afastam dos caminhos retos do Senhor e podem ser dolorosos. Preferimos o oculto e escuro, pois a luz pode nos revelar cegos, nus e impuros. Preferimos a aparência e a superficialidade, pelo medo de nos apavorarmos com os nossos monstros, pecados e iniqüidades. Preferimos a máscara, que nos permite parecer sem ser. E que não exige mudança nem empenho. Vamos vivendo como se tudo estivesse muito bem, freqüentando nossos cultos semanais, nossas reuniões sociais, agradando e enganando a todos e a nós mesmos.
Mas Deus deseja que sejamos confrontados e colocados frente a frente conosco e com Ele. Se nossa intenção é agradar o Senhor isso deve ser inevitável. Teremos nossos sentimentos, intenções e motivações colocados à prova, mas serão removidas toda sujeira e maldade e seremos purificados e lapidados. Como um espelho refletindo nossa vida, veremos nosso interior, para que, transformados, andemos com Deus em caminhos retos.
Mais do que vergonha, essa situação permite que sejamos preparados para uma vida definitiva e eterna com o Senhor. Enquanto caminhamos aqui na terra, temos sidos aperfeiçoados por Deus na nossa vida pessoal e espiritual e na nossa caminhada cristão.
Esse processo em nossa vida pode acontecer quando nos entregamos e confiamos no Senhor; ou então, quando, sem nossas forças e riquezas próprias, tudo o que nos resta é Deus. Tornamo-nos totalmente dependentes dEle e nos rendemos para que Ele trabalhe em nossos corações.
Em Apocalipse, Jesus escreve à Igreja de Laodicéia, repreendendo-a por ser miserável, pobre, cega e nu, mas ter seus pecados e infelicidade encobertos pelas riquezas materiais e orgulho. Se, da mesma forma, formos soberbos e não permitirmos ser sondados e transformados por Deus poderemos ser censurados e disciplinados por Ele.
Mas, também como à Igreja, em Sua infinita misericórdia, Ele nos faz um chamado de comunhão para abrirmos as portas de nossos corações: “Eis que estou à porta e bato; se alguém ouvir a minha voz e abrir a porta, entrarei em sua casa e cearei com ele, e ele, comigo.” (Ap. 3.20).
Se quisermos caminhar com o Senhor, nossa resposta deve ser como a oração de Davi: Eis-me aqui, Senhor, “sonda-me... prova-me... conhece... vê... guia-me...”.

Rosane Itaborai Moreira

quinta-feira, 9 de abril de 2009

AMOR AO DINHEIRO




“O homem mais pobre que conheço é aquele que não tem nada mais do que dinheiro.”
John D. Rockefeller





Propagandas elaboradas, vitrines iluminadas, carros importados, celulares modernos, roupas caras, pessoas lindas e bem-sucedidas... Tudo isso induz o homem a colocar sua expectativa e esperança nos desejos materiais que nunca são preenchidos, pois não satisfazem sua real necessidade.
Os cursos de especialização em marketing, em artigos de luxo e em produtos de consumo crescem a cada dia, garantindo a perpetuação deste mercado sedutor. Até nas igrejas existe tal oferta, ainda que disfarçada de “dádiva de Deus”, “obrigação do Senhor” ou “devolução do diabo”.
Satisfazer as necessidades de consumo é hoje prioridade para a maioria das pessoas; no entanto, seus corações correm o risco de serem moradas do que Paulo advertiu e condenou: o amor ao dinheiro. “Porque o amor do dinheiro é raiz de todos os males; e alguns, nessa cobiça, se desviaram da fé e a si mesmos se atormentaram com muitas dores” (1 Tm. 6.10).
O resultado dessa idolatria é sempre destrutivo, levando o ser humano ao aprisionamento, sofrimento e morte espiritual. Pois, “...cada um é tentado, pela sua própria cobiça, quando esta o atrai e seduz. Então, a cobiça, depois de haver concebido, dá à luz o pecado; e o pecado, uma vez consumado, gera a morte” (Tg. 1,14,15).
Na Bíblia, encontram-se relatos de pessoas que foram envolvidas pelo amor ao dinheiro e tiveram trágico destino: Judas Iscariotes ao trair Jesus, Ananias e Safira ao mentir para o Espírito Santo, Geazi ao ser seduzido pela oferta de Naamã.
Simão, o mágico, ao desejar comprar o poder do Espírito Santo, foi repreendido por Pedro: “O seu dinheiro seja contigo para perdição, pois julgaste adquirir, por meio dele, o dom de Deus” (At. 8.20). Até no templo a busca pelo dinheiro era favorecida (cf. Jo. 2.15), o que mereceu a intervenção enérgica de Jesus.
Aquele que é seduzido pela riqueza torna-se dela amante e escravo: “porque onde está o teu tesouro, aí estará também o teu coração”, adverte Jesus (Mt 6.21). E logo depois declara: “Ninguém pode servir a dois senhores; porque ou há de aborrecer-se de um e amar ao outro, ou se devotará a um e desprezará ao outro. Não podeis servir a Deus e às riquezas”.
Jesus disse que cuidaria de cada um dos seus, que estes não precisariam viver frenética e ansiosamente atrás de coisas materiais, porque o mais importante é o Reino de Deus.
Este cuidado divino tem sido rejeitado pelos cristãos. Todos se ocupam em atender aos seus prazeres e desejos e se esquecem de que estão se afastando do Senhor. Com discurso de uma “necessidade real e urgente”, estão trocando de deus.
Mas, o poder do dinheiro é ilusório e tira o homem do que deveria ser seu foco principal. Desvia-o de suas riquezas verdadeiras, ou seja, virtudes, descanso, paz, família, amigos e, principalmente de Deus.
A fé e o amor ao Senhor precisam ser demonstrados na prática. Os conceitos do mundo não podem ser os conceitos dos crentes em Cristo. Por isso, é dito na Bíblia que entrar no Reino de Deus é tão difícil; requer desprendimento das coisas materiais, prioridade em amar a Deus e renúncia aos próprios desejos.
Os verdadeiros cristãos têm pela frente esta batalha a travar: resistir às tentações diária e sedutoramente oferecidas pelo maligno através da sociedade de consumo, já que é nele que o mundo jaz.
A frase de John Wesley, avivalista inglês, resume bem este dilema: “Poucas coisas testam mais profundamente a espiritualidade de uma pessoa do que a maneira como ela usa o dinheiro, pois a verdadeira medida de nossa riqueza está em quanto valeríamos se perdêssemos todo nosso dinheiro. Por isso, quando tenho um pouco de dinheiro, livro-me dele tão logo seja possível, para que ele não encontre o caminho do meu coração”.
O coração de todo cristão deve ser preenchido pelo seu imenso amor ao Senhor a ponto de não haver lugar para outro deus em sua vida.

Rosane Itaborai Moreira

terça-feira, 17 de março de 2009

FERIDAS PROFUNDAS


"Duvido que Deus possa usar alguém grandemente sem que o fira com profundidade.”
A.W. Tozer



Essa frase pode parecer agressiva e injusta, mas se refere ao processo de Deus em nossas vidas para que possamos ser instrumentos do Seu poder.
É verdade que o Senhor abre feridas em nossas vidas.
E a ferida de Deus não é acidental, não é sem alvo e não é sem propósito. No entanto, esta ferida tem cura, cicatriza e é regenerada, tornando-nos mais resistentes e fortalecidos na fé. Pois é o Senhor quem também cura e cicatriza a ferida.
Ela não é acidental porque as coisas de Deus não são aleatórias. Ele as institui e, no momento certo e segundo a Sua vontade, age na vida de Seus filhos de maneira profunda, causando dor e sofrimento. A ferida provoca, inicialmente, insegurança e dúvida. Duvidamos do Seu amor, da Sua presença em nossas vidas e, muitas vezes, até de Sua existência. Sentimo-nos enganados, confusos e com vontade de desistir.
A ferida não é sem alvo porque Deus sonda nossos corações e conhece as nossas intenções. O alvo de Deus é sempre o nosso ego, mais exatamente o local em que reside a nossa força e a nossa segurança, e as nossas iniqüidades. Ele esquadrinha o nosso ser, faz a ferida e ainda coloca o dedo nela, deixando-a aberta e sujeita a ser vista por nós mesmos. Às vezes, dependendo do local e da intensidade, permite que outros a vejam. Ficamos envergonhados, diminuídos e com a sensação de que não vamos suportar.
Ela também não é sem propósito; ao contrário, o seu objetivo é expor o nosso interior e tratá-lo. Passar o remédio para, então, curar e restaurar definitivamente. Moldar o nosso caráter à imagem de Jesus para que sejamos aptos a exercer o chamado a que o Senhor nos propôs.
Ninguém pode ir à guerra sem ser treinado; ninguém pode trabalhar sem antes aprender o ofício e ninguém pode participar de uma prova sem se preparar; também assim é no Reino de Deus.
Paulo ficou muitos anos aprendendo de Jesus antes de iniciar o seu ministério. Depois disse aos gálatas que trazia no corpo a marca de Cristo, afirmando que tudo o que era velho já havia sido restaurado em sua vida. E, agora, tinha autoridade para ensinar e repreender os irmãos na fé.
Maravilhoso é saber que Deus age soberanamente em nossas vidas, pois não quer que continuemos a viver do passado, com coisas antigas sem restauração. Ele deseja nos preparar e fortalecer, fazer de nós instrumentos de Seu poder.
Maravilhoso é saber que Ele age assim em nosso favor e também em favor do Seu Reino. Que Ele é assim ontem, hoje e sempre. Pois o Deus que abre as nossas feridas e as de Paulo também fez isso até com Seu Filho Jesus para que Ele cumprisse o Seu propósito, apesar de ser perfeito e sem mácula.
Está escrito em Isaías 53 a seu respeito: ”Ele tomou sobre si as nossas enfermidades e as nossas dores levou sobre si; e nós o reputávamos por aflito, ferido de Deus... Ele foi oprimido e humilhado, mas não abriu a boca... posto que nunca fez injustiça, nem dolo algum se achou em sua boca. Todavia, ao Senhor agradou moê-lo, fazendo-o enfermar; quando der ele a sua alma como oferta pelo pecado, verá a sua posteridade e prolongará os seus dias; e a vontade do Senhor prosperará nas suas mãos. Ele verá o fruto do penoso trabalho de sua alma e ficará satisfeito.”
Nós somos o fruto da angústia e da dor de Jesus no calvário. Ele fez a vontade do Pai.
Permitamo-nos também ser feridos e restaurados por Deus, apesar do sofrimento. Com certeza, o resultado será muito recompensador, pois estaremos cumprindo o propósito do Senhor em nossas vidas.

Rosane Itaborai Moreira

segunda-feira, 9 de março de 2009

A PALAVRA E O ESPÍRITO


O conhecimento bíblico é importante para edificar a fé, livrar de heresias, moldar o caráter, entre tantos outros propósitos. No entanto, a Palavra de Deus apenas cumpre os Seus desígnios através do Espírito Santo.
“Pois o Espírito esquadrinha todas as coisas, mesmos as profundezas de Deus. Pois, qual dos homens entende as coisas do homem, senão o espírito do homem que nele está? Assim também as coisas de Deus, ninguém as compreendeu, senão o Espírito de Deus. Ora, nós não temos recebido o espírito do mundo, mas sim o Espírito que provém de Deus, a fim de compreendermos as coisas que nos foram dadas gratuitamente por Deus” (I Co. 2.10-12).
Sem Ele, a Bíblia trata-se apenas de um relato complexo e rico, com o mesmo intento que os demais livros, ou seja, transmitir conhecimento. Ou então, um conjunto de regras absurdas e difíceis de serem cumpridas no dia-a-dia.
Sem Ele, somos mortos e sem força espiritual. Pelo Espírito, a Palavra de Deus nos renova e nos revigora. Como em Ezequiel cap. 37, quando Deus fala ao profeta: “Profetiza sobre estes ossos, e dize-lhes: Ossos secos, ouvi a palavra do Senhor. Assim diz o Senhor Deus a estes ossos: Eis que vou fazer entrar em vós o fôlego da vida, e vivereis”, e mais adiante: “E porei em vós o meu Espírito, e vivereis”. Pois, pela Palavra e pelo Espírito, somos vivificados.
Nós, cristãos, devemos querer muito além do estudo teórico da Bíblia, ou de saber os versículos decorados ou onde eles se encontram. Devemos buscar na Palavra de Deus o conhecimento íntimo do Senhor e escutar o que Ele deseja nos falar pessoalmente.
O conhecimento bíblico sem a ação do Espírito empobrece o nosso espírito e nos faz apenas “estudiosos e intelectuais”. Já a manifestação do Espírito sem o saber bíblico nos faz volúveis, sem base sólida, possibilitando que sejamos levados por qualquer vento de doutrina.
A Palavra de Deus, pelo Espírito, é capaz de sondar nossos corações, apontar nossas falhas e pecados, livrar-nos das tentações, orientar-nos em decisões difíceis, curar as nossas feridas e dores, e, o melhor, salvar as nossas vidas. “Porque a palavra de Deus é viva, e eficaz, e mais penetrante do que qualquer espada de dois gumes, e penetra até a divisão da alma, e do espírito, e das juntas e medulas, e é apta para discernir os pensamentos e intenções do coração” (Hb. 4:12).
O melhor é conhecer a Deus com simplicidade. Sem muitas regras ditadas por homens, mas buscá-Lo de todo o coração e de todo entendimento. Com o conhecimento bíblico como fundamento, a mente pronta para aprender o que Ele deseja nos ensinar e o espírito pronto para adorá-Lo e obedecê-Lo.
É este relacionamento pessoal que Deus deseja ter com Seus filhos; com intimidade, amor e obediência. Tanto através de Sua Palavra como pelo Seu Espírito.

Rosane Itaborai Moreira

segunda-feira, 2 de março de 2009

CRIAÇÃO X EVOLUÇÃO


No ano em que se comemoram os 200 anos do nascimento de Darwin, acirra-se a discordância entre a teoria da evolução e o criacionismo. Seria o mundo objeto do acaso e sua evolução ordenada por uma lógica aleatória da natureza ou seria criação de Deus, seguindo seu curso natural e podendo ter interferência de Sua divina vontade?
A visão clássica era de que a ciência explicaria o mundo e com isso não haveria mais necessidade de se recorrer aos aspectos religiosos, mas isso não ocorreu. Apesar de a sociedade valorizar cada vez mais a ciência, as pessoas ainda fazem uso de explicações religiosas para os eventos da natureza e do ser humano.
Como a fé é um fator universal intrínseco ao ser humano, a teoria da evolução de Darwin tem sido refutada em todos os cantos da terra e, como têm surgido novas provas da veracidade da Bíblia, os criacionistas são fortalecidos e aumenta o embate entre as teorias.
É óbvio que a ciência é fundamental para a humanidade e é preciso lembrar que o paradigma evolutivo de Darwin é composto de várias teorias, e algumas delas já estão comprovadas e sendo utilizadas. Mas, o fato de muitos não concordarem com a visão apenas científica para a explicação do mundo é porque ela, sozinha, não consegue responder as questões mais íntimas do ser humano. Além disso, Deus sempre conservará a compreensão da Sua verdade para que a ciência não se sobreponha à Sua vontade. Como Senhor sobre todas as coisas, passará o céu e a terra, mas a Sua palavra não passará (cf. Mt. 24.35).
Os alcances da religião e da ciência são diferentes, sendo a dúvida um pressuposto da ciência e a religião uma questão fundamentalmente de fé. Na ciência, a verdade é transitória, construída paulatinamente e em constante processo de aperfeiçoamento. Pela fé, a verdade é imutável e revelada, nunca construída. A fé não precisa de provas, demonstrações ou argumentos.
A falta de entendimento da natureza distinta dessas duas interpretações do mundo leva alguns a desprezarem a religião, assim como a outros a ignorarem o conhecimento científico. No entanto, elas não são excludentes nem incompatíveis. Deve-se pensar, por exemplo, em vários grandes físicos que eram homens religiosos e sua religiosidade não impedia que eles chegassem a resultados que levassem a novos paradigmas em suas áreas.
No conflito em questão, a fé acaba preenchendo as lacunas não compreendidas pelo darwinismo, o que ajuda a corroborar a contribuição do criacionismo para esclarecer a interrogação. A ciência não esclarece exatamente a origem do universo; também não consegue reproduzir esse momento nem recriar a vida. Esse é um ponto chave, pois, para que um experimento seja considerado científico, entre outras coisas, ele deve poder ser repetido por outras pessoas, em outros lugares, e, dadas as mesmas condições, produzir os mesmos resultados. Exatamente para isso construíram o acelerador de partículas LHC e tentaram reproduzir a vida em laboratório, sendo estes experimentos sem sucesso.
Esse duradouro embate deveria servir de incentivo tanto para a ciência como para a religião, pois o entendimento das duas concepções permite ao homem testemunhar simultaneamente a maravilhosa força criadora de Deus em suas leis naturais e a incrível inteligência e capacidade que Ele nos deu para perscrutar os segredos do universo, o que permitiu o estudo científico de Darwin.
Só entendendo, pela fé e pela lógica, a soberania de Deus na história da humanidade e a limitação da ciência em responder as questões do homem dá para compreender porque um estudo publicado há 150 anos não conseguiu ser totalmente provado por métodos científicos. Bem como porque a Palavra de Deus, escrita há muito mais tempo e inspirada pelo Senhor, jamais conseguiu ser contestada.
Diante de tanta controvérsia e da insistente oposição da ciência, pode-se aplicar a ela o parecer de Gamaliel a respeito de Jesus: “Agora, pois, eu vos aconselho: não vos metais com estes homens. Deixai-os! Se o seu projeto ou a sua obra provém de homens, por si mesma se destruirá; mas se provier de Deus, não podereis desfazê-la. Vós vos arriscaríeis a entrar em luta contra o próprio Deus” (At. 5.38,39).

Rosane Itaborai Moreira

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

ESPERAR EM DEUS


"Esperei com paciência no Senhor, e ele se inclinou para mim, e ouviu o meu clamor" (Sl. 40.1).

No Salmo 40, Davi louva a Deus pela oração respondida. Ele havia esperado com paciência e o Senhor atendera ao seu pedido de socorro e livramento. Havia passado por muitas lutas, dor, sofrimento, angústias e enfrentado muitos “gigantes” em sua vida. Deus estava aperfeiçoando-o para que o Seu propósito pudesse ser cumprido. Davi havia feito a vontade de Deus para sua vida. Somente depois disso, ele tornou-se efetivamente Rei de Israel.
Nós devemos aprender com Davi.
Temos vivido ansiosos, apreensivos, sem paz. Somos imediatistas. A pressa e a necessidade de soluções rápidas para os problemas e angústias tem sido motivos para não esperarmos em Deus. Também nos julgamos auto-suficientes. Achamos que podemos resolver as dificuldades através de nossa própria capacidade e não confiamos no Senhor.
Na Bíblia, encontramos instruções a respeito de nossos anseios. Paulo diz que não devemos andar ansiosos por coisa alguma, mas entregar a Deus os nossos pedidos e aflições. Logo adiante, Pedro nos exorta a lançar sobre Deus toda a nossa ansiedade, porque Ele tem cuidado de nós.
Devemos seguir os ensinamentos da Palavra de Deus e fazer como Davi: apresentar os nossos problemas ao Senhor e aguardar Sua resposta. Fazendo a Sua vontade, Ele nos concederá o melhor que podemos ter e contemplaremos a Sua ação em nós. E o melhor de Deus é muito superior ao que imaginamos ou esperamos, pois Ele conhece tanto o nosso sofrimento como a intenção do nosso desejo. Isto também significa que quando decidimos não confiar no Senhor e usamos os nossos próprios recursos, corremos o risco de ter nenhuma ou apenas uma pequena porção daquilo que Ele nos ofereceria. E mais, o caminho de volta pode ser penoso e custar muito caro.
Esperar em Deus significa abdicar de nossa própria vontade e deixar que Ele venha agir por nós. É reconhecer nossas limitações e a grandeza do poder de Deus em nossas vidas.
Os que esperam realmente no Senhor com paciência encontrarão segurança e paz para viverem enquanto aguardam. Serão restaurados e aperfeiçoados através da comunhão com Deus. A confiança no Senhor será fortalecida e eles contemplarão a Sua fidelidade.
Esperar em Deus significa renúncia, coragem e determinação.
Esperar em Deus não é para os fracos, mas para os fortes em Cristo Jesus.
Esperemos como Davi, pacientemente, confiando que, "no tempo certo, Deus fará o melhor”.

Rosane Itaborai Moreira

sábado, 14 de fevereiro de 2009

LIVRES EM CRISTO




“Um cristão é senhor livre sobre todas as coisas e não está sujeito a ninguém. Um cristão é servidor de todas as coisas e sujeito a todos.” Martinho Lutero




Um grande anseio do ser humano é ser livre.
Muitos consideram que a liberdade é conquistada quando se pode fazer tudo o que se quer, até mesmo transgredir regras sociais, morais e legais. É essa falsa liberdade que acaba enredando-os numa sociedade ditadora e consumista, pois a procuram através do sexo, compras, baladas, drogas, etc... Pensam que estão exercendo a tão almejada liberdade, mas não sabem o quanto seus sentimentos, suas mentes e seus desejos estão enclausurados e prisioneiros desse sistema maligno que atua na coletividade, transformando o mal em bem, e até mesmo, em necessário. Desconhecem ou não aceitam a herança de Deus, pois “Ele nos libertou do império das trevas e nos transportou para o reino do Filho do seu amor” (Cl. 1.13).
A ação maligna acontece exatamente como no Éden, através do desejo e tentação. Gn. 3.6 narra a queda do homem: “Vendo a mulher que a árvore era boa para se comer, agradável aos olhos e árvore desejável para dar entendimento, tomou-lhe do fruto e comeu, e deu também ao marido, e ele comeu”. Adão e Eva exerceram o livre-arbítrio segundo os seus prazeres, ficando sujeitos à morte e ao pecado e, com eles, toda a humanidade. É esse o destino dos ímpios, a condenação.
Outros consideram a liberdade apenas no futuro, quando serão recompensados por suas renúncias. São aprisionados por leis e regras de instituições humanas. Com a roupagem de "moral cristã", em muitas igrejas evangélicas, o que acontece é o cerceamento da liberdade através do legalismo, da imposição de normas que vão além da Bíblia, que torna o homem refém de todo um sistema religioso falsificado. Assim era na época de Jesus, quando os fariseus foram chamados por Ele de "sepulcros caiados" e acusados de "coarem mosquitos e engolirem camelos", tamanha era a falsidade e a incoerência do Judaísmo.
O legalismo também é um engodo maligno, pois maquiam a verdade e impede os questionamentos individuais. Nada mais absurdo do que um homem dizendo a outro o que se deve fazer, vestir, comer, ler, ouvir... É dessa forma que tais igrejas manipulam seus membros, tirando-lhes o livre-arbítrio e deixando-lhes de ensinar a conquista de Jesus.
Não se pode permitir que o aprisionamento da religião predomine sobre a liberdade em Cristo, pois, conforme Paulo “Para a liberdade foi que Cristo nos libertou. Permaneceis, pois, firmes e não vos submetais, de novo, a jugo de escravidão” (Gl. 5.1). Ainda, em Rm. 14.13,14, ele é contundente: “Não nos julguemos mais uns aos outros; pelo contrário, tomai o propósito de não pordes tropeço ou escândalo ao vosso irmão. Eu sei e estou persuadido, no Senhor Jesus, de que nenhuma coisa é de si mesma impura, salvo para aquele que assim a considera; para esse é impura”. E ainda: “A fé que tens, tem-na para ti mesmo perante Deus. Bem-aventurado é aquele que não se condena naquilo que aprova” (Rm. 14.22).
O homem que se deixa aprisionar é aquele que se sente incapaz de fazer escolhas livremente, sem a limitação de preceitos pré-estabelecidos, sejam eles mundanos ou religiosos.
Ser livre é uma grande bênção de Deus. Liberdade com consciência cristã nos leva a um caminho seguro. A Bíblia fala que a liberdade deve ser desempenhada conscientemente, e não pode ser usada para a prática do pecado (cf. Rm. 6.15). Os maduros na fé devem considerar os fracos e terem prudência e temor. Pode-se até ignorá-la circunstancialmente por amor aos irmãos e ao Evangelho de Cristo, mas nunca por imposição de homens.
A liberdade cristã só tem uma regra: a lei do amor. Do amor a Deus, ao próximo e a si mesmo. Sem amor nada pode ser exercido, nem mesmo as instruções bíblicas em relação à liberdade, pois sua observância só interessa se o amor estiver presente para legitimá-la. "Porque vós, irmãos, fostes chamados à liberdade; porém não useis da liberdade para dar ocasião à carne; sede antes servos uns dos outros pelo amor. Porque toda a lei se cumpre em um só preceito, a saber: Amarás o teu próximo como a ti mesmo" (Gl 5. 13,14). Para Jesus, não há lei sem amor, pois isso se resumiria em aparência e legalismo.
Somente em Cristo encontramos a tão desejada liberdade. "Se, pois, o Filho vos libertar, verdadeiramente sereis livres” (Jo. 8.36). E essa liberdade não é como a do mundo, efêmera e pecaminosa, nem como o legalismo religioso, enganoso e condenatório. A liberdade através de Jesus, ao contrário, é legítima, responsável e permanente. Ele libertou-nos da morte, do pecado, da condenação. Concedeu-nos vida e vida em abundância. A nós cabe entender a grandeza dessa conquista e exercê-la com consciência e amor.

Rosane Itaborai Moreira

domingo, 1 de fevereiro de 2009

PELAS LENTES DE JESUS


Desde o Éden Deus fala à humanidade. Para isso, usou homens por Ele escolhidos. Hoje Ele nos fala através de Jesus, conforme diz o livro aos Hebreus: “Havendo Deus, outrora, falado, muitas vezes e de muitas maneiras, aos nossos pais, pelos profetas, nestes últimos dias, nos falou pelo Filho, a quem constituiu herdeiro de todas as coisas, pelo qual também fez o universo” (Hb. 1.1-2).
A Palavra de Deus deve ser lida através da compreensão de Cristo. Sabemos que é o Espírito Santo quem nos capacita, mas o principal tema das Escrituras é Jesus, para quem todo o Evangelho se converge. E cada um pode ler se tiver no coração fé e desprendimento para enxergar o que é lido. João diz aos cristãos em IJo.2.20: “E vós possuís unção que vem do Santo e todos tendes conhecimento”.
Não creio que possa haver conversão ao Senhor sem entendimento e experiência pessoal com a Palavra de Deus. É por isso que nossas igrejas estão cheias de frequentadores e não de verdadeiros adoradores, pois não podemos adorar aquilo que não conhecemos.
Se a leitura não for feita pela ótica de Cristo podemos cair nos piores dos erros, que é nos tornarmos participantes daqueles que retiram da Palavra o que mais lhes convém no momento, servindo ao próprio ventre e enganando o coração dos desprevenidos. Seja no ensino bíblico fraudulento ou no legalismo, fazendo crer que a salvação depende do esforço do homem. Ou, pior ainda, na idolatria disfarçada e conveniente, com referëncias retiradas das Escrituras. Mas, muitas vezes a citação de versículos bíblicos não significa que seja a expressão da essência da Palavra de Deus, mesmo que “pareça” agradável, preenchedora das nossas necessidades ou até mesmo correta. É por isso que é da Bíblia que são extraídas quase todas as heresias.
O problema, no entanto, não é das Escrituras. É do oportunismo de muitos líderes que querem “se dar bem”, manipulando e explorando a fé alheia, e também dos próprios “crentes”, que são preguiçosos em relação à leitura e ao estudo da Bíblia. Não buscam de Deus sabedoria e discernimento da Sua Palavra. Acham mais fácil compreendê-la a partir dos “mestres”, sejam eles professores, pastores ou discipuladores, do que através de Cristo.
Estes são importantes sim, ajudam-nos no aprendizado e conhecimento bíblico e crescimento espiritual. Mas existe um manancial inesgotável na Palavra de Deus que só se descobre pelo Espírito e através do entendimento de Jesus, que é o Verbo Encarnado. É como encontrar uma pérola no meio do oceano, uma fonte no deserto, um tesouro escondido. É ter um novo horizonte à sua frente antes encoberto pela ignorância e cegueira espirituais.
Lendo o Evangelho através de Jesus podemos entender a Graça, a Lei, a necessidade da obra redentora de Cristo na cruz e a de arrependimento do homem. Podemos entender as palavras duras e impactantes de Jesus aos mestres da lei e a Sua compaixão pelos necessitados e excluídos. Podemos entender que as Escrituras são muito mais do que um conjunto de regras a serem seguidas para não irmos para o inferno. E mais, entendemos que tudo, desde a criação até o final dos tempos, se resume nEle, “porque dEle, e por meio dEle, e para Ele são todas as coisas" (Rm 11.36).
Cristo é o Fundamento, a Pedra Angular que alicerça a Palavra. Percebê-La pelas lentes de Jesus sem os “pré-conceitos” impostos a nós anteriormente é a única maneira de chegarmos ao pleno conhecimento da vontade de Deus para nossas vidas, em toda sabedoria e entendimento espiritual.
Esqueçamos, portanto, das coisas que para trás ficam e avancemos para as que diante estão, prosseguindo para o alvo, para o prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus (cf. Fp. 3.13,14).

Rosane Itaborai Moreira

segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

PRESENTE MAIOR


A palavra “presente” tem diferentes aplicações e diferentes significados.
O que vem primeiramente à nossa mente é o presente “brinde, mimo, dádiva”, como aquele que nos é dado na época do Natal ou no aniversário. Há também aquele que se relaciona com “comparecimento, apresentação, evidência” de algo ou alguém e denota uma situação real, concreta e física. Outro significado para presente é uma conotação de tempo, “atual, hoje”.
Jesus, em todos os aspectos, é o nosso Presente Maior.
O primeiro é algo que nos é oferecido de graça, sem o nosso pedido e que nos traz alegria e gratidão por nos sentirmos lembrados, queridos e amados. Cristo foi-nos dado por Deus gratuitamente e por amor. Está escrito em Jo. 3.16 “Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna”. E, através de Jesus, recebemos também a libertação de toda condenação, do pecado e da morte. Ele é o Presente que nos garantiu a liberdade e a vida abundante.
O segundo sentido, “comparecimento”, mostra a presença evidente, nos traz segurança, conforto e certeza de que não estamos sozinhos. Jesus é presente em nosso meio. Ele é real. Veio à terra, morreu, ressuscitou e agora vive. E porque Ele vive podemos ter esperança, crer nas promessas de Deus em nossas vidas e ter a certeza que um dia estaremos diante do Pai. Em Lc. 24. 38,39 vemos Jesus dizendo aos discípulos após sua ressurreição: “Por que estais perturbados? E por que sobem dúvidas ao vosso coração? Vede as minhas mãos e os meus pés, que sou eu mesmo; apalpai-me e verificai, porque um espírito não tem carne nem ossos, como vedes que eu tenho”. Em Atos 7.56, Estevão, à morte, disse “Eis que vejo os céus abertos e o Filho do Homem, em pé à destra de Deus”.
Já o terceiro termo é relacionado com o tempo atual, com o dia de hoje. Hoje é o tempo que Jesus nos chama. “Assim, pois, como diz o Espírito Santo: Hoje, se ouvirdes a sua voz, não endureçais o vosso coração como foi na provocação, no dia da tentação no deserto” (Hb. 3.7,8). Nesse exato momento Ele ainda está esperando por cada um por quem Ele morreu.
Jesus, o Presente Maior oferecido por Deus, está sempre presente em nosso meio, aguardando que, no tempo presente, nos acheguemos a Ele e O recebamos em nossos corações com alegria e gratidão.

Rosane Itaborai Moreira

segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

O DIA DO DESCANSO


O Dia do Descanso do Senhor é uma questão que gera controvérsia entre alguns grupos religiosos. Por ter Deus ordenado aos israelitas no Antigo Testamento que santificassem o dia de sábado cessando suas atividades, devem os cristãos de hoje também separar este dia? E por que o dia separado atualmente é o domingo?
Biblicamente, Jesus inaugurou um novo tempo, o Período da Graça ou a Nova Aliança, em contraste com o Período da Lei ou a Antiga Aliança.
A Lei foi o sistema de regras estabelecidas por Deus ao povo hebreu; era um pacto com os israelitas. Compreende todos os mandamentos revelados na Bíblia, especificamente no Pentateuco. São os mandamentos morais, civis e cerimoniais dadas por Deus a Moisés para ensinar o povo a viver uma vida separada do pecado. Um dos aspectos da Lei era a guarda do sábado como dia santificado ao Senhor.
A Lei foi estabelecida por Deus para preparar o mundo para receber a promessa da salvação, Jesus Cristo. O Salmo 118.22-24 afirma: "A pedra que os edificadores rejeitaram, essa foi posta como pedra angular. Foi o Senhor que fez isto e é maravilhoso aos nossos olhos. Este é o dia que o Senhor fez; regozijemo-nos, e alegremo-nos nele". Isto se cumpriu quando Cristo foi rejeitado pelos judeus e por fim crucificado (I Pe. 2.7); e também na ressurreição, quando os discípulos, até então tristes, viram Jesus e se alegraram (Jo. 20.19,20). Foi justamente no primeiro dia da semana, um domingo. Depois disso, a igreja começou sempre se reunir aos domingos (At. 20.7; I Co. 16.1,2). Mais tarde, João chama este dia de "Dia do Senhor" (Ap. 1.10).
Como Jesus foi feito Senhor pela ressurreição e isto aconteceu num domingo, agora este dia é considerado o dia separado para o Senhor. Mas isto não foi um novo mandamento estabelecido por Deus, mas um processo natural que se instituiu ao longo dos anos da História da igreja.
O mais importante, no entanto, é o entendimento bíblico e espiritual da extensão do propósito de Deus para a humanidade e não apenas de forma didática e histórica.
Como a Lei serviu para preparar a humanidade para a vinda de Jesus, ela só faz sentido até esse período. Em Gl. 3.23-25 está escrito: ”Mas, antes que viesse a fé, estávamos guardados debaixo da lei, encerrados para aquela fé que se havia de revelar. De modo que a lei se tornou nosso aio, para nos conduzir a Cristo, a fim de que pela fé fôssemos justificados. Mas, depois que veio a fé, já não estamos debaixo de aio”. Este versículo mostra que toda a Lei, que foi cumprida em Jesus, agora está encerrada, sendo sombra do que viria posteriormente, pois ela apenas apontava para Cristo, o qual é muito superior à Lei.
Quando Jesus veio à terra, havia uma excessiva atenção dos judeus ao sábado em detrimento de outros aspectos da Lei. Mas Ele jamais pregou a exigência da guarda do sábado. Não há registro algum em todo o Novo Testamento. Nas situações em que menciona o sábado, Ele o faz para mostrar que a vida em Cristo era muito mais importante. Em Mc. 2.27,28 Jesus afirma: “O sábado foi feito por causa do homem, e não o homem por causa do sábado. Pelo que o Filho do homem até do sábado é Senhor”. Com isso, ensinou que o homem tem mais valor que o sábado, e que ele não foi feito para escravizar o homem, pois para Deus o homem vale mais que um simples dia da semana.
O autor aos Hebreus (cap. 4) diz que o nosso descanso ou sábado é Jesus. Por isso Ele se declara Senhor do sábado. A realidade sabática é viver em Cristo – o nosso descanso – e não a guarda legalista de um dia.
A compreensão da Palavra de Deus em toda a sua amplitude nos mostra a eficácia do sacrifício de Jesus. Já não dependemos da Lei e dos sacrifícios do Antigo Testamento para sermos salvos e aceitos diante de Deus. Os que vivem ainda segundo a Lei por ela serão julgados, e não terão a mínima chance de salvação. Somos salvos pela graça, mediante a fé em nosso Senhor Jesus Cristo, não pelas obras, pelo cumprimento dessa ou daquela ordenança (Ef. 2.8-9). Agora, estamos livres da Lei, para a qual morremos (Rm. 7.6).
Portanto, vivamos na liberdade com a qual Cristo nos libertou, e não tornemos a nos colocar debaixo do jugo da servidão (Gl. 5.1). Vivamos apenas no nosso eterno descanso que se revelou em Cristo Jesus.

Rosane Itaborai Moreira

segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

PROMESSA DE DEUS


O conhecido versículo bíblico “Sabemos que todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito” (Rm. 8.28) apresenta a soberania de Deus na vida dos Seus filhos à qual só podemos responder com a confiança plena de que essa verdade se cumprirá.
Esse versículo é a promessa de que o Senhor conduz as nossas vidas com o cuidado de quem nos toma pelas mãos em todas as situações. Nele, Paulo afirma que todas as circunstâncias são transformadas em nosso favor para que sejamos conformes à imagem de Jesus. As vitórias e alegrias bem como os sofrimentos, desafios, derrotas e enfermidades são situações que irão nos beneficiar através da intervenção divina. Como está escrito: "Em todas estas coisas, porém, somos mais do que vencedores, por meio daquele que nos amou" (Rm. 8.37). Ele é a afirmação de que Seu Reino já está estabelecido na vida de Seus herdeiros. É a garantia de que Deus irá cuidar, ensinar, orientar e corrigir cada um de nós.
Mas, também segundo o versículo, os beneficiados dessa promessa são apenas os que amam a Deus e que são chamados por Ele. Estes são os que foram convencidos pelo Espírito Santo e responderam ao chamado aceitando a Cristo, amando o Senhor e recebendo a salvação eterna.
Todo aquele que crê que Jesus é o Senhor e Salvador de sua vida vive debaixo dessa promessa divina. Pode descansar, sabendo que sua vida está entregue ao Deus Todo-Poderoso que faz com que permaneça firmado na Rocha Inabalável, pois "Se Deus é por nós, quem será contra nós?" (Rm. 8.31b).
Acreditar que o Senhor Soberano conduz todas situações para nosso bem nos dá força para continuar a carreira que nos foi proposta.
Que a nossa confiança nesta promessa cresça e que a segurança, fé, esperança e alegria sejam renovadas em nossas vidas como testemunho verdadeiro de que nosso Deus governa para todo o sempre em nosso favor.

Rosane Itaborai Moreira

domingo, 11 de janeiro de 2009

DEUS CUIDA DE NÓS


Muitas vezes, nos esquecemos do versículo que diz "lançando sobre ele toda a vossa ansiedade, porque ele tem cuidado de vós" (1 Pe 5.7) e acabamos por não perceber o olhar zeloso que Deus tem para cada um de Seus filhos.
Outras vezes, nos esquecemos de que o Senhor "é poderoso para fazer tudo muito mais abundantemente além daquilo que pedimos ou pensamos" (Ef. 3.20) e não enxergamos a resposta de Deus e o Seu cuidado nas pequenas coisas.
A reflexão abaixo é para fortalecer a nossa fé e confiança no Senhor, sabendo que, em todos os momentos e de forma maravilhosa, Deus cuida de nós.

A ARANHA - autor desconhecido

Uma vez um homem estava sendo perseguido por vários malfeitores que queriam matá-lo. O homem, correndo, virou em um atalho que saía da estrada e entrava pelo meio do mato e, no desespero, elevou uma oração a Deus da seguinte maneira:
- "Deus Todo Poderoso fazei com que dois anjos venham do céu e tapem a entrada da trilha para que os bandidos não me matem!!!"
Nesse momento escutou que os homens se aproximavam da trilha onde ele se escondia e viu que na entrada da trilha apareceu uma minúscula aranha. A aranha começou a tecer uma teia na entrada da trilha. O homem se pôs a fazer outra oração cada vez mais angustiado:
- "Senhor, eu vos pedi anjos, não uma aranha."
- "Senhor, por favor, com tua mão poderosa coloca um muro forte na entrada desta trilha, para que os homens não possam entrar e me matar..."
Abriu os olhos esperando ver um muro tapando a entrada e viu apenas a aranha tecendo a teia. Estavam os malfeitores entrando na trilha, na qual ele se encontrava esperando apenas a morte. Quando passaram em frente da trilha o homem escutou:
- "Vamos, entremos nesta trilha!"
- "Não, não está vendo que tem até teia de aranha? Nada entrou por aqui. Continuemos procurando nas próximas trilhas..."
Fé é crer no que não se vê, é perseverar diante do impossível. Às vezes pedimos muros para estarmos seguros, mas Deus pede que tenhamos confiança no cuidado Dele para deixar que Sua glória se manifeste e faça algo como uma teia, que nos dá a mesma proteção de uma muralha.

Rosane Itaborai Moreira

terça-feira, 6 de janeiro de 2009

O INCANSÁVEL AMOR DE DEUS


O amor de Deus é tão maravilhoso que fica difícil declará-lo de forma inédita, já que é contado e cantado de diversas maneiras. A nós cabe proclamar tal atributo sempre e de todos os modos, pois, como diz a Bíblia, "o amor de Cristo nos constrange" (2Co. 5.14)... Mas será que temos entendido e dado o devido reconhecimento ao Seu eterno amor?
Deus se importa com cada um de nós e não cansa de nos amar. Israel, o povo escolhido, em diversas ocasiões de sua história, rejeitou o amor do Senhor, ao que Ele respondeu: “Quando Israel era menino, eu o amei... Quanto mais eu os chamava, tanto mais se iam da minha presença... Tomei-os nos meus braços, mas não atinaram que eu os curava. Atraí-os com cordas humanas, com laços de amor; fui para eles como quem alivia o jugo... e me inclinei para dar-lhes de comer” (Os. 11.1-4).
"Deus é amor" (1Jo. 4.8), por isso continuou amando o povo escolhido que sempre lhe virava as costas; Ele simplesmente amava, e pronto! Tal como um pai que continua a amar o filho mesmo que este se desvie e faça coisas erradas.
Deus nunca nos abandona e Seu amor é incondicional. As Escrituras dizem: “De longe se me deixou ver o Senhor, dizendo: Com amor eterno eu te amei; por isso, com benignidade te atraí” (Jr. 31.3).
O amor de Deus é considerado um refúgio. A Bíblia diz em Salmos 36.7: “Quão preciosa é, ó Deus, a tua benignidade! Os filhos dos homens se refugiam à sombra das tuas asas.”
O verdadeiro amor se distingue pela ação. Não existe amor quando não há atitude em direção àquele que se ama. Ele precisa não só ser declarado mas também vivido de maneira concreta e real.
O amor é medido pelo que oferece e não pelo que recebe, pois tem prazer em dar. É dito: “Diga-me o quanto você dá de si mesmo e eu lhe direi o quanto você ama”. Isto porque “doar-se” é o maior teste do amor.
Assim, a veracidade e a grandeza do amor do Senhor são demonstradas pelo presente inestimável que Ele deu a todos. “Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo o que nele crer não pereça, mas tenha a vida eterna” (Jo. 3.16).
Talvez você se encontre longe do Senhor, talvez tenha lhe virado as costas como o povo de Israel e agora está se perguntando: Como Deus poderia continuar me amando?
É que Deus não desiste nem se cansa de amar. Paulo expressou bem isto: “Porque eu estou bem certo de que nem a morte, nem a vida, nem os anjos, nem os principados, nem as coisas do presente, nem do porvir, nem os poderes, nem a altura, nem a profundidade, nem qualquer outra criatura poderá separar-nos do amor de Deus, que está em Cristo Jesus, nosso Senhor” (Rm. 8.38-39).
Volte-se para Deus. “Entrega o teu caminho ao Senhor, confia nele, e o mais ele fará” (Sl. 37.5). Reconheça o amor de Deus, prove do Seu amor enquanto é tempo, porque Deus não desiste nem se cansa de amar você.

Rosane Itaborai Moreira