Em segundo lugar, devemos olhar para o presente com súplicas (Salmo
126.4). O salmista voltou os olhos do passado para o presente e percebeu que as
vitórias do ontem não servem para nos manter de pé hoje. O mesmo salmista que
estava exultante com a libertação do cativeiro, agora, ao contemplar a
realidade presente, clama: “Restaura, Senhor, a nossa sorte com as torrentes do
Neguebe”. O passado de glória tinha se transformado num deserto cinzento. As
vitórias do passado não eram suficientes para torná-lo vitorioso no presente.
Todo o dia é tempo de andar com Deus. Todo dia é tempo de ser cheio do
Espírito. Não podemos viver do passado nem morar na saudade. Precisamos
depender de Deus a todo tempo, o tempo todo. Mais do que isso, é preciso saber
que não temos forças para restaurar nossa própria sorte. Só Deus pode restaurar
nossa vida. Só Deus pode aprumar nossos joelhos trôpegos. Só Deus pode nos
encher de entusiasmo, quando nossa alma parece um deserto árido.
Aprendemos com isso, porém, que a crise não é o fim da linha. A sequidão
de nossa vida não deve nos levar ao desespero, mas à súplica ardente. A
consciência da crise espiritual pode nos levar aos pés do Senhor para uma
virada bendita em nossa história. Somente o Senhor tem poder para nos
restaurar. Só dele vem a nossa cura. Essa restauração é uma obra milagrosa.
Assim como os rios invernais rasgam as areias escaldantes do deserto do
Neguebe, o maior deserto da Judéia, Deus também, faz nossa alma florescer em
tempos de sequidão. Ele mesmo nos concede um novo vigor espiritual e transforma
nossos vales em mananciais cheios de vida!
Em terceiro lugar, devemos olhar para o futuro com esperança (Salmo
126.5,6). Depois de olhar para o passado com gratidão e para o presente com
súplicas, o salmista, agora, olha para o futuro com esperança. O amanhã será de
semeadura e investimento. A semeadura exige desinstalação e ação. É preciso
sair para semear. A semeadura exige abnegação e sacrifício, pois além de sair,
o semeador anda e chora, regando o solo duro com suas lágrimas. Se a semeadura
é regada de lágrimas, a colheita certa é feita com júbilo. A recompensa da
colheita é maior do que o sacrifício da semeadura. Fazer a obra de Deus é
investir para a eternidade. É realizar um trabalho de consequências eternas.
Não devemos afrouxar nossos braços nessa bendita peleja. É hora de arregaçarmos
as mangas e trabalharmos com mais fervor. O tempo urge. A noite se aproxima.
Então, não haverá mais tempo de semear.
Hoje, Deus nos convoca para sermos seus cooperadores. Concede-nos a
graça de investirmos nosso tempo, bens, talentos e dons em seu trabalho.
Portanto, levantemo-nos, irmãos, e coloquemo-nos a seu dispor. O Deus da nossa
salvação e da nossa restauração, agora, nos alista em seu trabalho. Mãos à
obra, sem esmorecer. Lança a semente, com a certeza de que o crescimento, Deus
mesmo nos dará.
Reverendo Hernandes Dias Lopes
www.lpc.org
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